Leio na internet sobre estudo realizado em um tal Instituto Kennedy Krieger (EUA), segundo o qual homens e mulheres reagem de forma diferente quando se deparam com uma "situação negativa".
Enquanto voluntários observavam várias imagens fortes, seus cérebros eram monitorados por ressonância magnética.
Os dos homens revelaram atividade mais intensa na área que envolve funções involuntárias, como frequência cardíaca, sudorese e digestão.
Essa área, chamada "luta ou fuga", explicaria a razão de os do sexo masculino terem reações mais racionais, porquanto teriam que decidir rapidamente entre fugir do problema ou enfrentá-lo.
Já elas ativaram mais o tálamo esquerdo, que controla a dor e as zonas de prazer do cérebro - o que conduziria a atitudes mais refletidas, com mais espaço para as emoções.
Não tenho competência para julgar esse trabalho científico, que, como todos os desse gênero, costumam ser altamente discutíveis -- a começar pelo número de cobaias (21 de um lado e 19 do outro), que me parece baixo, pouco significativo.
Talvez seja pedir demais, mas eu arriscaria dizer que uma quantidade razoável seria de pelo menos uns 200 de cada, de preferência dos mais diversos tipos de bagagens culturais, idades e idiossincrasias em geral.
Mas aí a pesquisa demoraria muito e custaria mais ainda, e correria sério risco de ser inconclusiva. A ciência não tem pressa, mas os cientistas têm.
Ainda assim, confesso minha absoluta simpatia com todas as ideias que confirmam que a cultura é moldada pela natureza, e não o contrário. É em cima de nossas qualidades, deficiências e diferenças natas que construímos os pilares do discernimento pessoal, do ensinamento e, por fim, da civilização.
Foram fabricados aparelhos de ressonância magnética porque existem cérebros a serem pesquisados mas, principalmente, porque existiram cérebros que conceberam, criaram e aperfeiçoaram tais aparelhos. A cultura enriquece e transforma o mundo, mas é este quem dá as palavras primeira e final.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
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