8.24.2013

Revelações de Sasha Grey


Musa de filmes eróticos se lança como escritora, lembra momentos picantes da carreira e é DJ, hoje, em festa carioca


Leandro Souto Maior
Rio - Nunca antes a Livraria Cultura de São Paulo havia presenciado tamanha fila para comprar livro e pegar um cobiçado autógrafo — e, se der, tirar uma foto e ainda roubar um beijinho — de um autor. Foram 800 cabeças presentes e 500 livros vendidos. Números que a protagonista de centenas de filmes pornôs (desistam, ela diz que “já conseguiu tudo o que queria como atriz pornô” e não pretende mais fazer tais produções) Sasha Grey, 25 anos, pretende ainda superar, hoje, na tarde de autógrafos de seu romance erótico ‘Juliette Society’ (Ed. Leya, 235 págs., R$ 34,90), às 17h na Livraria Argumento, no Leblon.

Sasha Grey
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia

“É muito cansativo passar horas assinando livros (em SP foram quatro horas), apesar de gratificante. Essas tardes de autógrafos são tão exaustivas quanto fazer uma cena intensa de sexo”, compara Sasha Grey, ou Marina Ann Hantzis, seu nome de batismo, em um descontraído papo na orla do Leblon, em frente ao hotel... Marina! “Já ouvi mil piadinhas sobre isso hoje, sobre isso”, diz ela.

Vídeo:  No quarto com Sasha Grey

Mas, Sasha, é realmente tão cansativo assim fazer filmes pornôs? Afinal, os atores ali têm prazer, ou estão todos sempre fingindo?

“Eu sempre tive prazer!”, atesta. “E sei de muitas atrizes que também têm. Mas, claro, às vezes, a química entre os atores não rola, e aí é que cansa, demora... Comigo já aconteceu várias vezes, de o ator não gostar de transar porque não sente atração por um corpo mais magro, como o meu, por exemplo. Tem também muitos atores que são gays não-assumidos, o que também dificulta bastante certas cenas”.

Sasha Grey
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia

‘Juliette Society’ conta a história de Catherine, uma mulher que tem a sexualidade despertada em um clube secreto, onde as pessoas se encontram para explorar suas fantasias sexuais. Qualquer semelhança com o badalado ‘50 Tons de Cinza’ não é mera coincidência — na capa do livro, ela é destacada como ‘a próxima El James’, autora do best-seller. Em matéria de sexo, Sasha Grey, registre-se, é bem mais experimentada.

“As pessoas comparam, porque a literatura erótica faz muito sucesso e gera notícias. Mas o ‘50 Tons...’ é feito com uma estrutura mais tradicional, mais romântica que a do meu livro. Estou já planejando um filme baseado no livro, para o ano que vem, provavelmente”, anuncia.

SASHA IN RIO

Todo mundo tem a sua primeira vez, e nesta que é sua estreia em território brasileiro, mal ela aterrissou na capital carioca, pediu: “Nem quero ir ao hotel, vamos direto ao Pão de Açúcar”. E lá foi ela, serelepe, bater perna pela cidade. A programação para a noite era passar por boates e na Gávea e Botafogo, e hoje pela manhã, se você correr, é capaz de esbarrar com ela na praia do Leblon.

Mas rapazes, atenção, nem se entusiasmem, porque agora ela é comprometida: “Estou namorando. Nos conhecemos depois que eu parei de fazer pornô. Ele tenta ser compreensivo, dentro do possível”.

Uma noite no comando da pista de dança

Além de atriz (ela também faz filmes não pornôs) e escritora, Sasha Grey também é guitarrista (“Meu maior ídolo é o Jimi Hendrix”) — já teve banda, aTelecine — e DJ. Hoje, ela vai mostrar seu repertório de house e deep house na festa moderninha do coletivo de fotógrafos I Hate Flash, que comemora cinco anos. O evento está marcado para as 23h30, no Espaço Franklin (Avenida Passos 36, Centro), e Sasha Grey está programada para atacar das 2h30 às 3h30.
“Estou adorando conhecer a música brasileira”, derrete-se ela, já abocanhando um vinil de Jorge Ben Jor. “Lá onde moro, em Los Angeles, o Seu Jorge é muito famoso. Também me amarro no Sepultura!”, completa.

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