3.06.2017

Empreiteiro acusa Temer de pedir mais R$ 1 milhão no Jaburu na ação do TSE

247 – Não foi apenas a Odebrecht que pagou propina ao grupo político de Michel Temer, depois de um encontro no Palácio do Jaburu (leia aqui).
Além dos R$ 10 milhões pagos pela Odebrecht, num esquema em que José Yunes, melhor amigo de Temer, disse ter sido "mula" de Eliseu Padilha, a Andrade Gutierrez também acertou uma doação diretamente com Temer, após um encontro no Jaburu.
A revelação foi feita pelo executivo Otávio Azevedo, em depoimento ao ministro Hermann Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, que deve propor a cassação de Temer.
O furo é do jornalista Daniel Pereira. Abaixo, um trecho de sua reportagem:
Azevedo contou ao ministro Herman Benjamin, relator do ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que combinou a doação diretamente com Temer, numa reunião no Palácio do Jaburu. Depois, tratou com Padilha a forma de pagar a fatura.
– E aí o senhor disse que comunicou à assessoria do vice-presidente?, perguntou o advogado Flávio Caetano, da defesa de Dilma no TSE
– Isso, respondeu Azevedo
– Quem era a pessoa?, insistiu Caetano
– Padilha

Em 2014, Temer usou a mesma estratégia para pedir dinheiro às empreiteiras. Um de seus homens de confiança procurava as empresas. Depois, levava os executivos para uma reunião com o então vice-presidente. O acordo para o repasse de recursos era sempre sacramentado pessoalmente com Temer. Foi o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que levou Otávio Azevedo ao Jaburu.
Leia, ainda, artigo de Fernando Brito, editor do Tijolaço, a respeito do novo escândalo:
Andrade Gutierrez: Cunha levou empresário a Temer para “sacramentar” propina
A Veja lança uma bomba de grande poder explosivo, no seu site.
Cunha era agenciador dos pedidos de dinheiro feitos por Michel Temer.
A história.
Otávio  Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, disse em depoimento ao ministro Herman Benjamim que a empreiteira acertou com Padilha o repasse de 1 milhão de reais para Temer na campanha de 2014.
Azevedo, todos se recordam, faz a primeira delação dizendo que o dinheiro era de propina e destinado a Dilma Rousseff. Quando apareceu o cheque em favor da campanha de Temer, teve de pedir para desdizer-se e afirmar que não era mais de propina, era legal, e destinado ao então vice.
Agora, surge a revelação de que Azevedo contou em seu depoimento que combinou a doação diretamente com Temer, exatamente como fez com Marcelo Odebrecht  numa reunião no Palácio do Jaburu. E, em seguida, combinou com Eliseu  Padilha a forma de pagar a fatura.
Com um detalhe picante e sintomático: Azevedo foi levado ao encontro do então vice-presidente por ninguém menos que Eduardo Cunha.
Cunha tem, como se vê, um arsenal de altíssimo calibre.
É por isso que ninguém quer a delação premiada do ex-presidente da Câmara

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