Críticos do projeto argumentam que o desmonte da CLT reduz
direitos e precariza as condições de trabalho. População rejeita
amplamente a proposta
Da Rede Brasil Atual – O Senado abriu uma consulta pública, por meio da plataforma on-line e cidadania, para que as pessoas opinem sobre o projeto de "reforma" trabalhista, que tramita na Casa. Os números revelam ampla rejeição.
Até o fechamento desta reportagem, 25.224 pessoas (95% do total) se
manifestam contra a proposta e 1.273, a favor. Em conjunto com a reforma
da Previdência, o projeto desencadeou protestos e a greve geral da última sexta-feira (28).
A reforma, apresentada pelo governo Michel Temer (PMDB),
sob alegação de necessidade de "modernização", altera a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) em mais de 100 pontos. O Projeto de Lei
6.787, com substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), foi
aprovado pelo plenário da Câmara em 26 de abril.
Agora como Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38, a
proposta foi lida no plenário do Senado ontem (2). O governo tenta
conduzir em ritmo acelerado, mas já esbarra na oposição,
que quer a matéria em debate nas comissões de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH) e Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ). A proposta inicial prevê a discussão apenas nas comissões de
Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS). Hoje, representantes de centrais sindicais se reuniram com o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL).
“Estamos falando de aumento na jornada de trabalho
para 12 horas diárias. Estamos voltando para a escravidão. A reforma
também versa sobre os contratos de trabalho, que serão precarizados”, afirmou a vice-presidente da CUT, Carmen Foro. “É um verdadeiro massacre (…) As pessoas precisam saber quais são os interesses que motivaram cada voto”, diz o presidente da central, Vagner Freitas.
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