7.12.2018

Vontade de comer não é fome!



Quando você está constantemente com fome, a tarefa de escolher
os alimentos certos nas horas certas se torna um desafio.
Mantenha-se satisfeito e energizado enquanto come poucas calorias
 - esse é o segredo para o sucesso a longo prazo na perda de peso.





Nutrólogo explica os perigos de uma má alimentação e a 
participação da gula em suas emoções


Se exceder na quantidade de comida e de bebida pode provocar
 um prazer enorme, por outro lado, traz consequências não tão
agradáveis à saúde e bem-estar do nosso corpo, como o sobrepeso,
 obesidade e até a bulimia. Mas por que será que é tão difícil
dizer não às tentações gastronômicas da geladeira, das padarias,
 restaurantes, supermercados e das ruas?
“A gula é de origem emocional, desencadeada principalmente por
decepções. É como se a pessoa descontasse a sua frustração nos
 alimentos".

No caso da anorexia e bulimia, a gula pode ser responsável por
 desencadear os dois problemas, já que nesses casos o paciente
 passa a estabelecer uma relação deturpada com os alimentos
em função de aspectos emocionais. "Ambas podem se manifestar
 quando a pessoa engorda demais em razão desta gulodice e para
 de comer ou rejeita os alimentos numa tentativa de perder peso".
.
“Fome é quando o corpo precisa do alimento para manter suas
 funções vitais. Gula é aquela vontade incontrolável de devorar
 um bombom ou comer um croissant, mesmo estando de
barriga cheia”, ressalta. Esses deslizes, quando frequentes,
 têm o poder de atrasar o emagrecimento.
Quando o indivíduo come, o cérebro recebe uma carga de
 dopamina, hormônio responsável pelo prazer. “Ao olhar o alimento,
 fica com vontade de degustá-lo, porque o cérebro lembra-se
 do prazer que sente quando esta comida é consumida e aparece
 a vontade de comer determinado prato”, 
Dr. Máximo Asinelli

A diferença entre fome

 e vontade de comer

A li­ga­ção en­tre emo­ções e co­mi­da co­me­ça 

quan­do ain­da se é be­bê

A obe­si­da­de, do­en­ça que já atin­ge qua­se me­ta­de da po­pu­la­ção 
bra­si­lei­ra, se­gun­do o Mi­nis­té­rio da Sa­ú­de, tem di­ver­sas cau­sas.
 A re­la­ção en­tre a fo­me ver­da­dei­ra e a sim­ples von­ta­de de co­mer
 é um des­ses fa­to­res.
Is­so por­que de­vi­do à cres­cen­te in­ci­dên­cia de ma­les co­mo 
an­sie­da­de, es­tres­se e de­pres­são, mui­tos es­tão des­con­tan­do 
to­das as frus­tra­ções e pro­ble­mas di­á­rios na co­mi­da e, 
con­se­quen­te­men­te, in­ge­rin­do uma quan­ti­da­de de ali­men­tos bem 
mai­or do que or­ga­nis­mo pre­ci­sa pa­ra vi­ver.
Is­so acon­te­ce por­que o de­se­qui­lí­brio emo­cio­nal po­de ge­rar uma
 que­da no ní­vel de se­ro­to­ni­na no or­ga­nis­mo. 
Es­se neu­ro­trans­mis­sor, res­pon­sá­vel pe­la sen­sa­ção de bem-es­tar,
 é pro­du­zi­do pe­lo cor­po quan­do açú­ca­res são in­ge­ri­dos.
Nes­tes ca­sos, a pes­soa co­me sim­ples­men­te pa­ra ten­tar pre­en­cher
 o va­zio emo­cio­nal e se sen­tir me­lhor. Já a fo­me ver­da­dei­ra é bem
 di­fe­ren­te e re­sul­ta da
 ne­ces­si­da­de fi­si­o­ló­gi­ca do or­ga­nis­mo de ob­ter nu­tri­en­tes.
E ela tem “sin­to­mas” fí­si­cos
 bem de­fi­ni­dos : o es­tô­ma­go ron­ca, e se não nos ali­men­tar­mos lo­go,
 po­de ocor­rer
a dor de ca­be­ça, que só vai pas­sar de­pois que for fei­ta a re­fei­ção.
Do pon­to de vis­ta psi­co­ló­gi­co, a li­ga­ção en­tre emo­ções
 e co­mi­da co­me­ça quan­do ain­da se é be­bê, mui­to an­tes
 de qual­quer de­se­qui­lí­brio quí­mi­co no or­ga­nis­mo.
O ato de ma­mar pas­sa, en­tão, a ser as­so­cia­do pe­lo be­bê à 
sen­sa­ção de afe­to e pro­te­ção. Além des­sa li­ga­ção, há tam­bém
 as lem­bran­ças que al­guns ali­men­tos des­per­tam.
Po­de ser aque­le bo­li­nho de chu­va da in­fân­cia ou o pe­ru
 de to­dos os Na­tais, quan­do os avós ain­da es­ta­vam vi­vos.
Es­tí­mu­los ex­ter­nos tam­bém po­dem des­per­tar a von­ta­de de
 co­mer sem que es­te­ja­mos com fo­me. É o ca­so da­que­le chei­ro
 de co­mi­da no cor­re­dor do pré­dio ou da piz­za quen­ti­nha do
 de­liv­ery ao la­do de ca­sa.
A von­ta­de de co­mer que ul­tra­pas­sa o li­mi­te acei­tá­vel e le­va
 à obe­si­da­de é uma ar­ma­di­lha da qual é di­fí­cil sa­ir. 
Ela ge­ra um cír­cu­lo vi­ci­o­so de cul­pa e bai­xa au­to­es­ti­ma
 que po­de fa­zer a pes­soa se afun­dar ca­da vez mais no 
mar de ali­men­tos.
As emo­ções mal di­re­cio­na­das le­vam o in­di­ví­duo a co­mer
 de­mais e à obe­si­da­de. Is­so ge­ra frus­tra­ção, com­ple­xos,
 ca­rên­cia, so­li­dão, iso­la­men­to in­ten­ci­o­nal, en­fim, ele se
 sen­te cul­pa­do por co­mer de­mais e co­me ain­da mais
 pa­ra su­pe­rar a cul­pa. Cria-se as­sim um cir­cu­lo vi­ci­o­so 
on­de a prin­ci­pal vi­ti­ma é ele pró­prio.
Is­so tu­do sem con­tar o ris­co de do­en­ças car­dio­vas­cu­la­res,
 di­a­be­tes, pres­são al­ta e co­les­te­rol que a obe­si­da­de acar­re­ta.
Pa­ra que­brar o cír­cu­lo vi­ci­o­so da co­mi­da, o tra­ta­men­to
 ide­al en­vol­ve uma equi­pe mul­ti­dis­ci­pli­nar que in­clui mé­di­co,
 nu­tri­cio­nis­ta e psi­co­lo­gos.
Uma ali­men­ta­ção ba­lan­ce­a­da aju­da mui­to na ta­re­fa 
de iden­ti­fi­car a fo­me quan­do ela vem. O ide­al é co­mer
 de for­ma fra­ci­o­na­da ao lon­go do dia, a ca­da três ho­ras. 
A cons­tân­cia nos ho­rá­rios das re­fei­ções tam­bém aju­da
 o or­ga­nis­mo a se “au­tor­re­gu­lar” e a co­mu­ni­car quan­do 
a fo­me che­ga e qual o pon­to em que o cor­po es­tá sa­ci­a­do.

Di­cas pa­ra man­ter o fo­co na ho­ra de co­mer
l An­tes de co­me­çar qual­quer di­e­ta, te­nha uma me­ta
 cla­ra e de­fi­ni­da em re­la­ção ao pro­ces­so de ema­gre­ci­men­to 
e re­sul­ta­dos es­pe­ra­dos pa­ra se man­ter en­vol­vi­do no pro­ces­so. 
Se per­gun­te o que va­le mais: a sa­tis­fa­ção de co­mer uma 
ba­ta­ta fri­ta no cur­to pra­zo ou  ter cor­po mais es­bel­to e sa­dio
 num fu­tu­ro pró­xi­mo?
l Co­mu­ni­que as pes­so­as de seu con­ví­vio so­bre sua de­ci­são
 de ema­gre­cer e ex­pli­que o mé­to­do que es­co­lheu. Is­so aju­da­rá
 vo­cê a re­ce­ber apoio e su­por­te ex­ter­no, ca­so pas­se por
mo­men­tos de ins­ta­bi­li­da­de du­ran­te o pro­ces­so
l An­tes de ini­ci­ar qual­quer re­fei­ção, se des­li­gue dos 
pro­ble­mas e não le­ve sen­ti­men­tos de rai­va, tris­te­za e
 ou­tras emo­ções ne­ga­ti­vas pa­ra a me­sa. Não con­ta­mi­ne 
o seu mo­men­to de equi­lí­brio e de sa­ú­de.
l Man­te­nha-se fo­ca­do du­ran­te a ali­men­ta­ção, pres­tan­do
 aten­ção na mon­ta­gem e or­ga­ni­za­ção do pra­to, nas co­res
 e no chei­ro da co­mi­da, as­sim co­mo na mas­ti­ga­ção e nos 
sa­bo­res. Apro­vei­te ca­da ins­tan­te pa­ra sa­ci­ar to­dos os sen­ti­dos
l Du­ran­te a mas­ti­ga­ção, ob­ser­ve os seus pen­sa­men­tos
 mais co­muns. Es­se é um ex­ce­len­te mo­men­to pa­ra ve­ri­fi­car
 se es­tá sub­sti­tuin­do su­as ca­rên­cias afe­ti­vas pe­la co­mi­da
l Ao fi­nal de ca­da dia, fa­ça uma bre­ve re­vi­são do que foi
 sen­ti­do e pro­cu­re se re­cor­dar das emo­ções mais pre­sen­tes
 ana­li­san­do o que de fa­to in­te­res­sa guar­dar e “car­re­gar”
 pa­ra o dia se­guin­te. So­bre­car­re­gar-se sem ne­ces­si­da­de
 po­de ge­rar mui­ta an­sie­da­de e des­con­for­to. A hi­gi­e­ne
 men­tal di­á­ria po­de ser a cha­ve pa­ra man­ter o con­tro­le das emo­ções
l Pa­ra­be­ni­ze-se pe­las vi­tó­rias do dia, por ca­da há­bi­to 
po­si­ti­vo que con­se­guiu im­plan­tar e por mais um 
de­grau avan­ça­do ru­mo a me­ta

(Sô­nia Cai­xê­ta – Nu­tri­cio­nis­ta es­pe­cia­lis­ta em 
Clí­ni­ca, ema­gre­ci­men­to e Fi­to­te­ra­pia Clí­ni­ca e-mail:
 so­ni­cai­xe­ta@gmail.com ins­ta­gram: cai­xe­ta­so)

Nenhum comentário: