Em entrevista à TV 247, o ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião afirmou que a liberdade de Lula está próxima e que o jogo mudou; "o Lula preso para eles é pior do que o Lula solto", diz; Requião também opinou sobre uma possível greve geral;
O ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião afirmou que a liberdade do ex-presidente Lula começa a dar sinais de que se aproxima. Para ele, o ex-presidente é a alavanca necessária para a mobilização e pacificação nacional.
"O Guedes declara com todas as letras que, examinando o patrimônio do Lula, chega-se a conclusão e que o Lula não é corrupto. Então nós estamos provavelmente diante de um jogo diferente, ele liberam o Lula porque o Lula é a alavanca que pode mobilizar o Brasil contra a entrega da soberania e a retirada dos direitos dos trabalhadores. O Lula preso para eles é pior do que o Lula solto. Eles querem acabar de uma vez por todas com a nossa Previdência. O Lula seria o instrumento da pacificação do Brasil".
Requião também opinou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da última quinta-feira (18) de liberar as entrevistas com Lula na prisão. "É inexplicável que o Lula não tenha podido falar até agora. Na Itália quando Gramsci estava na cadeia ele escrevia e publicava livros, autorizado pelo Mussolini. Aqui prendem o Lula e tiram a voz do ex-presidente da República que tinha muita coisa para dizer em relação ao que conheceu do governo, as pressões internacionais, privatização da Petrobrás e isso tudo que está acontecendo".
Sobre o julgamento do STF sobre Lula no próximo dia 23, o ex-senador afirmou que "tem um sinal que acena para a libertação do Lula no julgamento do dia 23".
O ex-governador ainda comentou sobre a oscilação do diesel durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. "Se nós tivéssemos em um momento de crescimento da economia e as cargas fossem abundantes no Brasil, a tarifa iria acompanhar o preço do diesel e de outros insumos e os caminhoneiros poderiam trabalhar. Mas nós estamos vendo, somada a uma recessão, não há carga para transportar e, ao mesmo tempo, esses facínoras da Petrobrás vinculam o preço do combustível ao dólar e aos preços internacionais. É mais ou menos como vincular o preço da água tratada das cidades brasileiras ao preço do litro de água no deserto do Saara. É uma coisa absolutamente inexplicável".
Para Requião, a greve dos caminhoneiros irá acontecer, porém, não vê grandes chances de um apoio dos sindicalistas. "Eu acho que essa greve vai acabar saindo, agora se os sindicatos apoiam ou não eu não sei. Eu lembro, na questão da prisão do Lula, que estava na sede dos sindicatos e nós achávamos que ele não deveria se entregar, que se quisessem ir buscá-lo lá deveriam ir para enfrentarem a insatisfação daquela população e isso não aconteceu. Alguns sindicalistas e advogados acharam que o Lula deveria se entregar".
O ex-senador afirmou que uma greve geral poderia abalar questões como a reforma da Previdência. "Eu acho que uma greve geral hoje chacoalhava, no mínimo, o Congresso Nacional e essas medidas de nova Previdência e de Banco Central independente desapareceriam por um passe de mágica, seria muito importante".
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