5.19.2008

SÍNDROME DO PÂNICO

Os perigos da síndrome do pânicoA crise ou síndrome do pânico é detonada a partir de situações de má qualidade de vida, excessos da vida agitada dos grandes centros, o estresse, a correria e as pressões.
De repente, sem qualquer motivo aparente, você ou alguém ao seu lado pode ser tomado por uma estranha crise de ansiedade, acompanhada por sintomas cognitivos e somáticos como tremores, dispnéia ou asfixia sufocante, sudorese, palpitação, vertigem, tonteira ou mesmo desmaio, náuseas, desconforto abdominal, calafrios ou ondas de calor, sensação eminente de morte ou de perder o controle, chegando à loucura. O quadro descrito é conhecido hoje como crise de pânico e embora seus sintomas durem apenas poucos minutos, parecem infinitos para os que os experimentam. Algumas vezes os sintomas perduram por apresentar somatizações especificamente na área cardiológica, intensificando a sintomatologia do medo de morrer, levando as pessoas, muitas vezes, à procura por socorros de urgência.

O pânico é uma sensação desproporcional de medo sem nenhum referencial lógico. "Mas é resultado de ‘algum’ tipo de vivência não identificada, não elaborada e sem controle pela pessoa, desde que localizada em zonas caóticas e indiferenciadas do psiquismo, longe dos referenciais da memória, mas que fazem parte da identidade, na formação inicial da personalidade, época que ainda não há registro na memória."

Os sintomas da crise de pânico, que atinge especialmente pessoas com cargos gerenciais, estão sempre presentes quando a pessoa está ansiosa. Só que na síndrome de pânico, vem tudo junto, como se a pessoa fosse atingida por um raio.
Não é uma ansiedade normal, mas uma sensação terrificante, junto com os sintomas. E comenta que a vida moderna é facilitadora para a crise de pânico, em decorrência da má qualidade de vida, excessos da vida agitada dos grandes centros, o estresse, a correria, as pressões e o abuso sobretudo da cafeína e da nicotina. "No campo, certamente, é mais difícil alguém desencadear uma crise de pânico.


O medo do medo
Após a primeira crise, surge um novo sintoma que é o medo de ter medo. O paciente com esta sensação busca sair rapidamente de onde quer que esteja (agorafobia) e depois fica sem conseguir voltar a freqüentar qualquer lugar que lhe lembre essa primeira experiência (ônibus, multidão etc.), medo de ficar sozinho ou ir a lugares públicos, tornando a vida insuportável.
Caso essa sensação perdure e aconteçam novas crises, o quadro já se carateriza, como transtorno do pânico. "O transtorno do pânico fica caracterizado quando a pessoa tem crises de pânico sem nenhum elemento desencadeador, com pelo menos uma crise por semana, no prazo de um mês".

Há ainda, a predisposição genética, fazendo com que as pessoas ansiosas tenham mais facilidade para desencadear uma crise de pânico do que as que não apresentam comportamentos ansiosos.
Para esses, épocas em que a vida está muito acelerada, levando as pessoas a dormir pouco e ter hábitos pouco saudáveis, podem ajudar a deflagrar uma crise. "Entretanto, as crises de pânico podem acontecer também nos momentos tranqüilos.
O problema é descrito desde Hipócrates, passando por Freud, para quem eram neuroses ou angústias, no início do século 20. De 20 anos para cá o quadro está sendo mais estudado e mais diagnosticado como entidade clínica.

Tratamentos
Embora conhecida há mais de um século, a síndrome de pânico somente foi incluída como entidade em 1930.
Uma das técnicas para tratar o problema é o psicodrama. Esta linha psicoteráptica se detém nas emoções, com o envolvimento do corpo em ação, vivendo-as, propiciando ao cliente o direito de falar sobre si de forma não verbal e com menor racionalidade, tornando possível revelar as dificuldades com menos bloqueios.

Ao reviver situações registradas como insatisfatórias, mas que teve que aceitar, o paciente tem, a oportunidade de se libertar. Revivendo na cena dramática, onde o protagonista é capaz de criar formas que atendam seus anseios reprimidos e conseguindo no palco remontar sua história de vida, o resultado é um ato criador numa dimensão não traumática. Não modificando o que está na história do paciente, mas permitindo que este a conheça em toda a intimidade possível e encontre, assim, uma forma que permaneça conduzindo sua vida, produzindo ansiedades, somatizações e sensações estranhas.

Está cientificamente comprovado que o tratamento medicamentoso é a melhor opção para o pânico. Com os medicamentos adequados pode-se diminuir o tempo necessário para acabar com as crises e diminuir as complicações da pessoa, como a depressão e a agorafobia. A psicoterapia, é uma ótima opção, desde que os sintomas estejam melhorados depois da abordagem medicamentosa. Aí se introduz a terapia. Quanto à linha, a mais testada cientificamente é a comportamental cognitiva.
Mas seja qual for a linha, o que conta mesmo, segundo a experiência, é a relação do paciente com o terapeuta.


Prevenção
O estresse é um importante fator desencadeador de crises de pânico. O uso de drogas ou condições médicas gerais, como a asma, também podem contribuir para o surgimento de crises.
A depressão é muito frequentemente acompanhada de síndrome de pânico.
Mais da metade dos casos manifestam-se em pessoas que têm cargos gerenciais ou de comando, ou seja, pessoas que trabalham sob muita tensão. Outro importante fator é a má qualidade de vida, principalmente nos grandes centros urbanos.

Algumas dicas para prevenir as crises de pânico incluem exercícios regulares, tentar melhorar a qualidade de vida através de uma boa alimentação, boa relação com as pessoas, boa capacidade de liberar e externar as tensões. A forma de liberar as tensões pode ser encontrada pelo que é mais acessível a cada pessoa, como, por exemplo, jogar bola, ouvir música.
Os homens procuram maneiras mais físicas, as mulheres buscam formas mais criativas como trabalhos manuais. Cada um tem um estilo próprio para descarregar suas tensões".
Saber identificar quando se está vivendo um período de grande tensão é outro elemento importante, assim como conhecer os próprios limites. "Saber a hora de parar. Buscar uma vida mais espiritual. O fundamental é que a pessoa esteja sempre voltando para o seu ponto de equilíbrio para a elaboração destes excessos de tensão",

Heliana Alvares

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