10.27.2008

Fiocruz cria kit para testes de HIV e hepatite C

Até o ano que vem, o Brasil vai concluir o desenvolvimento do kit NAT HIV/HCV, um sistema informatizado para testes do vírus da aids e de hepatite. A nova tecnologia, genuinamente brasileira, aumentará, significativamente, a segurança para as transfusões de sangue e tem previsão de ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em janeiro 2010.

O kit está sendo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por intermédio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Ele será utilizado na triagem dos serviços de hemoterapia do país, permitindo a diminuição imunológica o tempo contado desde a infecção pelo vírus até a produção de anticorpos pelo sistema imune, em que o vírus não é detectado na triagem sorológica dos serviços de hemoterapia.

Segundo o diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, um em cada 250 mil doadores é contaminado pelo vírus HIV ou HCV. Com o novo sistema de coleta de sangue, o número deve cair para um em cada 13 milhões de coletas.

Com o kit, a triagem dos serviços de hemoterapia ajudará a detectar, em curto espaço de tempo, a janela imunológica para a detecção do HIV, que hoje é de 21 dias e cairá para oito dias. No caso do HCV, o tempo será reduzido de 72 para 14 dias.

Os testes, informou Beltramei já estão sendo realizados no hemocentro de Santa Catarina. A partir de fevereiro de 2009, 12 hemocentros de seis estados farão o teste com o kit para que, em 2010, esteja disponível em todos os hemocentros do Brasil. "É uma fase de comprovação de eficácia que é necessário antes do registro do sistema", afirma.

Desde 2004, o projeto NAT é desenvolvido pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação de Sangue e Hemoderivados, Fiocruz, do Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Vigilância em Saúde, da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), e da Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás).

"É um sistema tecnológico altamente avançado, que está em fase final de comprovação dos resultados e registro do kit, que poderá ser usado por outros países", ressalta Beltrame.

Na fase inicial do projeto foram gastos cerca de R$ 5 milhões, estima o Ministério da Saúde. A previsão é de que sejam gastos mais R$ 16 milhões na fase final. Para a manutenção do sistema, o governo deve destinar cerca de R$ 36 milhões por ano.

A direção do Instituto Bio-Manguinhos não quis se manifestar sobre o assunto. Segundo sua assessoria de imprensa, os diretores da instituição só vão se pronunciar sobre o trabalho na próxima semana, quando todas as medidas de implantação dos testes em outros estados, em 2009, já estiverem concluídas.

Portal Terra

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