8.22.2009

OMS recomenda usar antiviral contra H1N1 só nos casos graves

OMS recomenda usar antiviral contra H1N1 só nos casos graves
21/08/2009 às 13h23m
Reuters/Brasil Online

GENEBRA (Reuters) - Pacientes que contraíram o vírus H1N1 da gripe suína sem sofrer complicações não precisam ser tratado com antivirais como o Tamiflu, afirmou nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mas os medicamentos são fortemente recomendados para mulheres grávidas, pacientes com outros problemas de saúde e crianças com menos de 5 anos, já que eles têm maior risco de ficarem gravemente doentes.

No entanto, decidir quem vai precisar do antiviral não é tarefa fácil para os médicos porque o risco de desenvolver a enfermidade num grau severo não se restringe às pessoas que têm doenças crônicas, como problemas cardíacos, diabete e asma.

"Em todo o mundo, cerca de 40 por cento dos casos graves agora ocorrem em crianças e adultos que eram saudáveis, normalmente com menos de 50 anos," disse a agência da ONU, em sua orientação mais recente sobre o uso de medicamentos contra a gripe suína.

"Alguns desses pacientes passaram por uma deterioração repentina e muito rápida de sua condição clínica, frequentemente cinco ou seis dias depois do aparecimento de sintomas," assinalou a entidade.

Apesar da conclusão da OMS de que problemas subjacentes de saúde não são indícios de uma infecção grave, o fato de que 6 em cada 10 pacientes com sérias complicações decorrentes da gripe suína já tinham antes problemas de saúde está de acordo com outras pesquisas médicas.

Um estudo publicado na quinta-feira pelo instituto francês de acompanhamento da saúde pública concluiu que cerca de metade das pessoas que morreram em consequência da gripe suína estavam grávidas ou tinham problemas de saúde, especialmente diabete ou complicações relacionadas com a obesidade.

A OMS disse que os médicos deveriam ministrar o Tamiflu a pacientes em estado grave ou cuja condição se deteriorou, ou a grupos de alto risco, incluindo as gestantes, mas não a pessoas saudáveis e sem complicações, já que a maioria desse grupo se recupera integralmente em uma semana.

Especialistas que revisaram as últimas conclusões constataram que o Tamiflu, fabricado pelo laboratório suíço Roche, "pode reduzir significativamente o risco de pneumonia," uma das principais causas da morte decorrente da pandemia de H1N1 e das gripes sazonais.

"Os estudos mostram que o tratamento logo no começo, preferencialmente até 48 horas depois do aparecimento dos sintomas, está fortemente associado com melhores resultados clínicos," disse a OMS.

Quando o oseltamivir, o nome genérico do Tamiflu, não está disponível ou não pode ser usado por qualquer motivo, o zanamivir, fabricado pela GlaxoSmithKline sob licença da Biota e vendido com o nome de Relenza, pode ser ministrado, diz o comunicado.

A OMS diz ter sido notificada de 12 casos em que o vírus H1N1 resistiu ao Tamiflu, como resultado de mutação. Não há evidências de transmissão do vírus nesses casos, assinalou.

A cepa do H1N1 já se espalhou por 177 países, causando pelo menos 1.799 mortes, informou a OMS em um comunicado separado.

(Reportagem de Stephanie Nebehay)

Um comentário:

Antonio Celso Brandão disse...

ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DO MEDICAMENTO CONTRA A NOVA GRIPE:
Influenza A(H1N1)
Com relação à distribuição do medicamento fosfato de oseltamivir para o tratamento da gripe A (H1N1), o Ministério da Saúde esclarece:
1) Não há proibição da venda do medicamento nas farmácias brasileiras. O fato é que o único laboratório fabricante do remédio deu prioridade total aos pedidos de compra feitos pelo
Ministério da Saúde. Essa medida é necessária para que o governo federal cumpra a sua missão de oferecer o medicamento GRATUITAMENTE à população em caso de necessidade.
2) Essa informação vem sendo amplamente divulgada à imprensa, inclusive em comunicados do Ministério da Saúde de 22 e 23 de julho. Em 7 de agosto, a Consultoria Jurídica do Ministério
da Saúde reiterou a informação, acrescentando que o Órgão não tem sequer competência para a proibição. Qualquer medicamento que tiver autorização para comercialização emitida pela
ANVISA tem a sua venda permitida no país.
3) O laboratório Roche, fabricante do medicamento, também deixou clara a posição em nota divulgada em 23 de julho, reafirmada ao Ministério da Saúde ontem. Diz o texto: “Sobre a
distribuição do Tamiflu® (fosfato de oseltamivir), a Roche informa que está alinhada com o Ministério da Saúde para dar prioridade aos seus pedidos. Esta conduta obedece a uma orientação
do plano de contingência da própria OMS (Organização Mundial da Saúde), que prioriza o abastecimento dos governos em situações de emergência. A Roche, comprometida em atender
todos os pedidos do Ministério da Saúde, vem direcionando toda sua produção a ele. Os estoques só voltarão a ser repostos nos estabelecimentos comerciais após suprimento desta
necessidade principal.”
4) Não há falta de medicamento para o tratamento da gripe A (H1N1) no Brasil. O Ministério da Saúde já entregou 485.420 tratamentos aos Estados, número mais do que suficiente
para atender a demanda atual. Além disso, o Ministério da Saúde tem em estoque 8,79 milhões de tratamentos adquiridos em 2006, prontos para serem transformados em cápsulas.
Receberá até o final de agosto mais 800 mil tratamentos e negocia ainda a compra de outros 9 milhões de tratamentos prontos com entrega prevista até maio de 2010 para manutenção de
seu estoque estratégico.
5) O Ministério da Saúde considera que o fato de não haver medicamentos disponíveis nas farmácias, embora não haja proibição para tal, contribui positivamente no sentido de evitar uma
corrida desnecessária para a compra desse remédio, que deve ser tomado apenas com indicações médicas a partir do protocolo elaborado pelo Ministério da Saúde.
6) O Ministério da Saúde reitera que o uso indiscriminado do remédio pode tornar o vírus mais resistente e abrir caminho para o surgimento de novas variações (cepas), o que traria mais
riscos à saúde pública, como vem alertando a Organização Mundial da Saúde.
7) O Ministério da Saúde reafirma a orientação à população para NÃO se automedicar.