3.12.2011

Crianças contam o que fazem quando têm pesadelos; saiba evitá-los


Crianças que têm pesadelos recorrentes
Barbara Bononi, 7, que corre para a cama dos pais quando tem pesadelo
Era uma noite tranquila, mas, de repente, a cama de Bárbara Bononi, 7, ficou cheia de ratos. Eram muitos roedores, vindos de todas as partes do quarto, subindo na menina. O sonho mais parecia um filme de terror. Mas, assim como existe na TV, não tinha nenhum controle remoto para mudar de "canal" (de pesadelo para sonho).
Em noites assim, é comum a criança acordar. Bárbara, apavorada com os ratos, correu para a cama dos pais --seu local de proteção preferido.
Já Maria Eduarda Casaroni, 7, pede para os pais virem até ela. "Uma vez, sonhei que tinha um homem mau, feioso, com um olho maior que o de qualquer pessoa. Gritei e meus pais vieram correndo."
João Pedro Polezi, 8, por sua vez, pede ajuda para os anjos. "Quando estou com medo, eu rezo. Ou, então, quando o sonho é muito ruim, eu me finjo de morto para que os monstros não me peguem", diz o garoto.
Para não ser acordado pelo espanto, João diz que pensa em coisas boas antes de dormir, como nos amigos e em brincadeiras, ou pede para os pais lhe fazerem carinho. Confira outras dicas para escapar dos pesadelos.
PARA GARANTIR UMA BOA NOITE
Não dá para controlar os sonhos, mas algumas dicas podem ajudar você a ter um sono melhor.
1.Converse com seus pais, conte que está tendo pesadelos, o que acontece nos sonhos e por que você está com medo.
2.Procure diminuir o ritmo antes de se deitar, evite assistir à TV ou receber estímulos como muitas luzes ou barulho.
3.Pensar em coisas boas antes de dormir também ajuda. Por exemplo, nos momentos legais que passou no dia.
4.Se estiver com medo, peça para um adulto de sua confiança contar uma história conhecida e de que você goste bastante. Evite as histórias que você nunca ouviu; já pensou dormir sem saber o final?
5.Você pode ter um bichinho de pelúcia, um paninho ou outro "objeto da proteção" para segurar se estiver com medo.
Isadora Brant/Folhapress
Crianças que têm pesadelos recorrentes
Nicholas Müller, 7, chama seu cão para dormir com ele quando tem pesadelo
Protetores especiais
Nem pai, nem mãe, nem anjo da guarda. Em noites de pesadelo, Nicholas Müller, 7, prefere chamar seu cão Bronx para protegê-lo. Quando uma vez sonhou que um ursinho de pelúcia se transformou em monstro e o jogou em uma masmorra, ao acordar, foi só colocar o cachorro na cama e tudo ficou bem. Já o amuleto de Júlia Rey, 6, é um coelhinho de pelúcia. Outra técnica que ela usa é pedir para os pais colocarem a cabeça em seu travesseiro para que ela tenha sonhos bons.
De onde vêm os pesadelos?
Tanto os sonhos como os pesadelos são fruto do nosso inconsciente, que é a parte não controlada do cérebro. "Esses monstros e fantasmas mostram apenas que estamos com medo do desconhecido", explica Izabel Kahn, professora de psicologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica). Eles geralmente acontecem antes ou depois de experiências de muita excitação (agitação), como ir dormir na casa do amigo ou vivenciar alguma situação pela primeira vez (fazer uma viagem ou mudar de escola, por exemplo). O mais importante é saber que são só sonhos. Ao acordar, tudo estará bem. Ufa!
Fases do sono
Quando dormimos, nosso sono acontece de forma cíclica, e varia entre estágios leves e profundos.
No estágio 1 acontece uma transição entre o estado de vigília, em que você ainda está um pouco acordado, e o sono.
No estágio 2 o sono ainda é considerado leve, mas é mais difícil de você acordar.
No estágio 3, o cérebro funciona mais devagar e o sono fica mais pesado.
No estágio 4, o sono é profundo e acontece a diminuição dos batimentos do coração.
O estágio 5 é marcado pelo movimento rápido dos olhos, cuja sigla Rem, em inglês, significa "rapid eyes movement", é a fase onde acontecem os sonhos.
Fontes: Ivete Gianfaldoni Gattás, psiquiatra da infância e adolescência e coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e Izabel Kahn, psicóloga especialista na área da infância e juventude, professora de psicologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica).

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