6.08.2015

Cidadão do mundo

Os alunos reclamam do excesso de disciplinas; da falta de professores qualificados; do pouco tempo efetivo dedicado ao ensino da disciplina; da falta de base anterior, etc. “A ideia é dar a mais países, ricos e pobres, a possibilidade de comparar a si mesmos com os líderes mundiais em educação para descobrir seus pontos fracos e fortes e ver os ganhos econômicos a longo prazo gerados pela melhoria da qualidade da educação”. Por falar em qualidade da educação, vale a pena conhecer, por exemplo, o novo sistema educativo que está sendo testado no Japão, um plano piloto revolucionário chamado “Mudança Corajosa” (Futoji no henko). É tão revolucionário que treina crianças como “cidadãos do mundo”, não japoneses. Nessas escolas, não se rende o culto a bandeira, o hino não é cantado, não se vangloria heróis inventados pela história. Os alunos já não acreditam que o seu país é superior aos outros só porque eles nasceram lá. Eles já não vão à guerra para defender os interesses econômicos de grupos poderosos, disfarçados de “patriotismo”.  O foco principal do ensino está na compreensão e aceitação das diferentes culturas com seus horizontes globais e não de cunho nacional. O mais interessante é que a mudança está ocorrendo numa sociedade extremamente tradicional e machista!O programa dos 12 anos é baseado nos seguintes conceitos: zero patriotismo; zero supérfluo; zero tarefas. E apenas 5 matérias que são: 1 – Aritmética.  Voltada para negócios. Operações básicas e uso comercial de calculadoras. 2 – Leitura. Eles começam a ler diariamente uma folha de livro (escolha livre) e têm que acabar de ler um livro por semana. 3 – Cidadania. Entendimento da cidadania como pleno respeito à lei, coragem cívica, ética, respeito às regras de convivência, tolerância, altruísmo e respeito à ecologia. 4 – Computação. Office, internet, redes sociais e negócios online. 5 – Quatro línguas. Alfabetos, culturas e religiões: japonês, inglês, chinês e árabe, com visitas de intercâmbio de famílias em cada país durante o verão.Qual será o resultado deste programa? Jovens que aos 18 anos: falam 4 idiomas, conhecem 4 culturas, 4 alfabetos e 4 religiões. São expertos no uso de seus computadores. Leem 52 livros cada ano. Respeitam a lei, a ecologia e a convivência. Manipulam a Matemática Empresarial com minúcias.E contra eles vão competir nossos filhos e netos! Alerta Francisco Javier Abad Velez. E, nossos filhos e netos são coxinhas que sabem mais de T.V., fofocas, nomes de artistas famosos… Mas sem história. Adolescentes que falam espanhol (mais ou menos), têm ortografia ruim, não conseguem fazer somas de frações, e que são especialistas em “cópias” durante os exames. Crianças que passam mais tempo assistindo televisão do que estudando ou lendo, quase sem entender o que leem. Crianças que são chamadas de vídeo homo porque não socializam, mas estão estupidificadas com o iPod, iPad, tablets, skate, blackerries, facebook, chats, onde só falam da mesma coisa. Ou jogos de computador, que ameaçam a liberdade, educação, autoestima, o respeito pelos pais ou outras pessoas, a solidariedade, a cultura e promovem um egoísmo alarmante.

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