Neste domingo (28), artistas
e intelectuais brasileiros assinaram uma carta contra o impeachment de
Dilma Rousseff. O documento foi lançado na véspera da defesa de Dilma no
Senado, que ocorre nesta segunda-feira (29). A carta toma como base uma citação do ator Wagner Moura, que descreve o afastamento de Dilma como "o mais sinistro ataque à democracia desde o Golpe de 1964". O texto foi lançado em inglês e português e é subscrito por grandes nomes da música, como Chico Buarque e Caetano Veloso, e do cinema, como Camila Pitanga, Marieta Severo e Dira Paes. Na
semana passada, artistas estrangeiros também já tinham se posicionado
contra o impeachment de Dilma. O documento foi assinado pelo cineasta
Ken Loach, pelo linguista Noam Chomsky e pela atriz Susan Sarandon,
entre outros. Artistas se posicionam em defesa da petistaLeia a carta dos artistas brasileiros “Artistas e Intelectuais brasileiros pedem que senadores respeitem o resultado das eleições de 2014. O Brasil
vive um dos momentos mais dramáticos de sua história, com a proximidade
da votação final sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O
mundo assiste com preocupação a essa ameaça à democracia, como no caso
de nossos colegas do Reino Unido, Estados Unidos, Canada e Índia, que
publicaram uma declaração alertando que o impeachment representaria “um
ataque as instituições democráticas”, que levaria ao retrocesso
econômico e social. Os senadores que defendem o impeachment
ficarão marcados na história por protagonizar o ataque mais cruel à
nossa democracia desde o golpe militar de 1964. A história cobrará
explicações, já que não existe base legal para justificar o impeachment. De
acordo com o Ministério Público Federal, a presidenta Dilma Rousseff
não cometeu crime. Por isso, seu afastamento é claramente uma manobra
política para tomada de poder sem a aprovação das urnas. Esse
ataque aos processos democráticos representa uma ameaça aos direitos
humanos e levará o Brasil a uma situação de maior instabilidade política
e desigualdade social e econômica. O ator Wagner Moura afirmou:
“Estamos profundamente agradecidos por essas importantes palavras de
apoio de nossos colegas na Grã- Bretanha, Estados Unidos, Canada e
Índia. Os políticos corruptos que lideram a articulação para depor Dilma
têm de saber que há um holofote internacional iluminando suas ações. Se
eles derem continuidade ao seu plano, serão lembrados pela história
como os responsáveis pelo mais sinistro ataque à democracia desde o
Golpe de 1964?. Assinam a carta: Adair Rocha, professor;
Aderbal Freire Filho, diretor teatral; Alice Ruiz, poeta; André Lázaro,
professor; Augusto Sampaio, professor; Bete Mendes, atriz; Biel Rocha,
militante de direitos humanos; Caetano Veloso, compositor e cantor;
Camila Pitanga, atriz; Carla Marins, atriz; Cecília Boal, psicanalista;
Cesar Kuzma, teólogo e professor; Célia Costa, historiadora e
documentarista; Charles Fricks, ator; Chico Buarque, compositor e
cantor; Clarisse Sette Troisgros, produtora; Cristina Pereira, atriz;
Dira Paes, atriz; Dulce Pandolfi, cientista política; Eleny
Guimarães-Teixeira, médica; Generosa de Oliveira Silva, socióloga;
Gilberto Miranda, ator; Gaudêncio Frigotto – escritor e professor; Isaac
Bernat, ator; José Sérgio Leite Lopes, antropólogo; Julia Barreto,
produtora Julia Barreto; Jurandir Freire Costa, psicanalista e
professor; Leonardo Vieira, ator; Leticia Sabatella, cantora e
compositora; Luis Carlos Barreto, cineasta e produtor; Luiz Fernando
Lobo, diretor artístico; Marco Luchesi, poeta e professor; Maria Luisa
Mendonça, professora e jornalista; Marieta Severo, atriz; Paulo Betti,
ator; Ricardo Rezende Figueira, padre e professor; Roberto Amaral,
escritor; Sílvia Buarque, atriz; Tuca Moraes, atriz e produtora;
Virginia Dirami Berriel, jornalista; Xico Teixeira, jornalista.”
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