5.07.2018

Álcool em pequenas doses pode proteger o cérebro

Uma nova pesquisa revelou que o consumo de baixas 

quantidades de álcool pode trazer benefícios à saúde, 

como redução da mortalidade e do risco de Alzheimer

consumo de álcool, em doses não exageradas, pode ajudar a diminuir a inflamação do cérebro e limpar as suas toxinas, inclusive as ligadas a doenças graves como Alzheimer. Uma pesquisa revela que baixas concentrações de álcool ativam o sistema glinfático – um sistema recentemente descoberto que funciona como protetor dos neurônios, as células cerebrais. O estudo, realizado em camundongos, demonstrou que os benefícios ocorreram na quantidade correspondente ao consumo em humanos de cerca de duas doses de bebidas alcoólicas ao dia, para homens, sendo a metade para mulheres.

Álcool e coração

Uma análise de treze pesquisas sobre o impacto do consumo de álcool na saúde, publicada em 2017, revelou que, ao longo de doze anos, homens que consumiam de quatro a catorze doses e mulheres que consumiam de quatro a sete doses de bebidas alcoólicas por semana tiveram uma maior expectativa de vida que aqueles que consumiram menores quantidades ou não bebiam. Em comparação aos abstêmios, os bebedores moderados adultos apresentaram 22% menos mortes por todas as causas e 29% menos mortes por doenças cardiovasculares no período
A mesma análise revelou, contudo, que quando o consumo médio de bebidas alcoólicas estava acima dessas quantidades, o número de mortes foi muito superior, o mesmo ocorrendo com aqueles que faziam consumo exagerado em um só dia, algo como cinco ou mais dores diárias. Uma dose padrão de bebida alcoólica é equivalente a 10 gramas de álcool, correspondendo a 330 mililitros de cerveja, 140 mililitros de vinho ou 40 mililitros de destilado.

Dois lados da verdade

Médicos e cientistas, em geral, temem divulgar pesquisas favoráveis ao consumo de bebidas alcoólicas, tendo em vista os nefastos efeitos sociais e à saúde do seu consumo exagerado e da adição. Além disso, pesquisas realizadas em camundongos podem não refletir exatamente o que ocorre em humanos.
Embora, em geral, o álcool possa ser consumido com moderação e até com potenciais benefícios à saúde, a Organização Mundial de Saúde esclarece que há situações em que o seu consumo  não é recomendado nem em pequenas quantidades, como em mulheres grávidas ou tentando engravidar, em pessoas que planejam dirigir ou que estão realizando tarefas que exijam alerta e atenção como a operação de uma máquina, alcoolistas em recuperação, menores de 18 anos, pessoas com condições clínicas que podem ser agravadas com o uso do álcool – como hipertensão e diabetes não controlados, pessoas em uso de medicamentos – devendo para isso consultar o médico.

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