247 – "A ala militar do governo promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis —crise na Venezuela à frente", informa o jornalista Igor Gielow, em reportagempublicada na Folha de S. Paulo. Isso significa que o diplomata Araújo, que jamais chefiou uma missão diplomática e foi indicado pelo astrólogo Olavo de Carvalho, não pode fazer mais nada, sem aprovação prévia da junta militar que governa informalmente o País.
A gota d'água foi o anúncio do fim da cooperação militar entre Brasil e Venezuela. "A ala militar do governo promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis —crise na Venezuela à frente", diz Gielow. "No dia 4 de janeiro, Araújo participou de reunião no Peru do Grupo de Lima, que reúne 14 países para discutir a situação política venezuelana. Quando o documento foi divulgado, militares ligados à área de inteligência ficaram de cabelo em pé com o item 'D' das providências anunciadas: 'Suspender a cooperação militar com o regime de Nicolás Maduro', dizia o texto. Só que Araújo não consultou a área militar sobre isso. E é justamente a cooperação com as Forças Armadas venezuelanas que mantém o Brasil minimamente informado", aponta a reportagem.
Os militares também ficaram irritados com falas sobre temas como base dos Estados Unidos no Brasil e a embaixada em Jerusalém – tema este que já provocou a suspensão de importações de países árabes e prejuízos seríssimos ao agronegócio.
"No caso da Venezuela, alguns oficiais sugeriram que Araújo fosse demitido. Outros ponderaram sobre o dano de imagem que tal queda geraria e sugeriram que ele se consultasse mais com os ministros egressos da área militar", informa o jornalista.
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