'Tem gente que acha que a defesa dele não é a centralidade. Achamos que é, porque o governo Bolsonaro é a destruição do legado que Lula construiu', diz deputada federal e presidenta do PT
“A ação norte-americana contra Lula tem tudo a ver com ferir a soberania brasileira”, afirma deputada
São Paulo – “Jamais abriremos mão do Lula. Tem gente
que acha que a defesa dele não é a centralidade.
Achamos que é, porque o governo Bolsonaro é a
destruição do legado que Lula construiu”, diz a
deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR),
presidenta nacional do partido, no momento em
que a prisão do ex-presidente da República pela
operação Lava Jato completa um ano. Para ela,
não há como separar a disputa política cotidiana,
por exemplo no Congresso Nacional, da luta pela
liberdade de Lula.
que acha que a defesa dele não é a centralidade.
Achamos que é, porque o governo Bolsonaro é a
destruição do legado que Lula construiu”, diz a
deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR),
presidenta nacional do partido, no momento em
que a prisão do ex-presidente da República pela
operação Lava Jato completa um ano. Para ela,
não há como separar a disputa política cotidiana,
por exemplo no Congresso Nacional, da luta pela
liberdade de Lula.
“Se não considerarmos que Bolsonaro é fruto, primeiro, do golpe contra Dilma e, segundo, que Lula foi preso
para que ele ou outro da extrema-direita
ganhasse, estamos fazendo uma leitura errada”,
diz. “Fazer uma leitura só conjuntural é
muito pouco. Se abandonar a luta Lula Livre for
uma condição para fazermos uma aliança pontual
e conjuntural, nós não faremos.”
para que ele ou outro da extrema-direita
ganhasse, estamos fazendo uma leitura errada”,
diz. “Fazer uma leitura só conjuntural é
muito pouco. Se abandonar a luta Lula Livre for
uma condição para fazermos uma aliança pontual
e conjuntural, nós não faremos.”
No contexto de 7 de abril, ela destaca a
Jornada Lula Livre, “uma série de ações
continuadas” pela liberdade do ex-presidente,
que começa pelo Rio Grande do Sul,
passando por Santa Catarina, para chegar
ao Paraná no domingo, num ato em frente à
Polícia Federal.
Jornada Lula Livre, “uma série de ações
continuadas” pela liberdade do ex-presidente,
que começa pelo Rio Grande do Sul,
passando por Santa Catarina, para chegar
ao Paraná no domingo, num ato em frente à
Polícia Federal.
A deputada tem feito contundentes denúncias
contra a força-tarefa sediada em Curitiba.
Na última quinta-feira (4), ela acusou a operação
de cometer crimes de lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha, organização criminosa
e corrupção passiva.
contra a força-tarefa sediada em Curitiba.
Na última quinta-feira (4), ela acusou a operação
de cometer crimes de lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha, organização criminosa
e corrupção passiva.
A deputada acusa a força-tarefa de ter atuado
com “apoio e orientação do Departamento
de Justiça dos Estados Unidos” (DoJ). Ela aponta
que, no próximo mês, vai haver um evento em
São Paulo que confirma essa afirmação. Dos dias
6 a 8 de maio, em parceria com a Associação
de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o órgão
norte-americano vai bancar um seminário
que visa ao treinamento de juízes federais
brasileiros.
com “apoio e orientação do Departamento
de Justiça dos Estados Unidos” (DoJ). Ela aponta
que, no próximo mês, vai haver um evento em
São Paulo que confirma essa afirmação. Dos dias
6 a 8 de maio, em parceria com a Associação
de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o órgão
norte-americano vai bancar um seminário
que visa ao treinamento de juízes federais
brasileiros.
“Tudo isso mostra que Lula não era um objetivo
ao acaso”, diz a deputada.
ao acaso”, diz a deputada.
Como avalia a situação de Lula e seu futuro
um ano depois da prisão, do ponto de vista jurídico
e politico?
um ano depois da prisão, do ponto de vista jurídico
e politico?
O que estamos descobrindo sobre os contratos de leniência mostram que tinha uma grande articulação
com os Estados Unidos. Primeiro, temos que
caracterizar a prisão do Lula, feita num
julgamento que não evidenciou provas, e
sequer conseguiu tipificar penalmente os crimes
cometidos. Lula é um preso político.
Nos deixou muito apreensivos o adiamento,
tanto dos recursos no STJ, que eram os recursos
em relação à condenação pelo TRF4, quanto o
julgamento sobre a prisão após segunda
instância no STF. Esperávamos que fosse
feito agora e conseguíssemos liberar Lula. Não
entendemos por que ele continua preso
diante de tantas evidências de perseguição e falhas
processuais.
com os Estados Unidos. Primeiro, temos que
caracterizar a prisão do Lula, feita num
julgamento que não evidenciou provas, e
sequer conseguiu tipificar penalmente os crimes
cometidos. Lula é um preso político.
Nos deixou muito apreensivos o adiamento,
tanto dos recursos no STJ, que eram os recursos
em relação à condenação pelo TRF4, quanto o
julgamento sobre a prisão após segunda
instância no STF. Esperávamos que fosse
feito agora e conseguíssemos liberar Lula. Não
entendemos por que ele continua preso
diante de tantas evidências de perseguição e falhas
processuais.
Estamos questionando a operação Lava Jato.
Vamos entrar com a segunda ADPF (Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental) em
relação aos acordos, um relativo à Petrobras,
outro à Odebrecht, que mostraram que
a Lava Jato foi engendrada com apoio e
orientação do Departamento de Justiça
americano, que começou em 2009 com
treinamento de setores da Justiça Federal e
Ministério Público Federal, o que continua.
Vemos esses acordos pelos quais empresas
brasileiras têm que pagar a investidores
americanos e suíços, e 80% volta para o
Ministério Público e a Justiça Federal para
eles fazerem o que quiserem. Isso é muito grave.
Vamos entrar com a segunda ADPF (Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental) em
relação aos acordos, um relativo à Petrobras,
outro à Odebrecht, que mostraram que
a Lava Jato foi engendrada com apoio e
orientação do Departamento de Justiça
americano, que começou em 2009 com
treinamento de setores da Justiça Federal e
Ministério Público Federal, o que continua.
Vemos esses acordos pelos quais empresas
brasileiras têm que pagar a investidores
americanos e suíços, e 80% volta para o
Ministério Público e a Justiça Federal para
eles fazerem o que quiserem. Isso é muito grave.
Vai ter mais um treinamento agora, uma capacitação de 6 a 8 de maio em São Paulo, juntando a Ajufe e o Departamento de Justiça americano. Tudo isso mostra que Lula não era um objetivo ao acaso. Foi quem trouxe o pré-sal, deu força aos Brics, à Unasul, mudou as relações políticas e comerciais do Brasil. A ação americana tem tudo a ver com ferir a soberania brasileira.
Ao longo da Operação Lava Jato, o que você destacaria como atos mais graves contra Lula, a começar da condução coercitiva em 4 de março?
A condução coercitiva, que você já falou, as escutas ilegais, que impediram Lula de ser ministro da Dilma, o que foi muito grave. A primeira condenação foi pelo power point (de Deltan Dallagnol). Começa aí.
Politicamente, não foi demorada a decisão de indicar Lula ao ministério de Dilma na época? Essa decisão não deveria ter sido tomada logo no início do governo?
Podemos até fazer avaliações do tempo político. Mas o fato é que era uma indicação de direito da presidente, e de direito de Lula aceitar. Eles não poderiam ter feito uma escuta telefônica e ter vazado isso de forma ilegal, como vazaram. Fizeram uma escuta num prazo superior ao que era liberado nos autos, o que também é muito grave.
Outra coisa foi a delação do Léo Pinheiro, que negociou com seus executivos para corroborar a delação pagando um milhão de reais para cada executivo. Soubemos disso porque um deles não recebeu e entrou na Justiça do Trabalho contra o Léo Pinheiro. Executivos da Odebrecht receberam e estão hoje em casa, para delatar Lula e corroborar a delação do Marcelo Odebrecht. Uma construção odiosa.
Na atual conjuntura, focar a luta no Lula Livre não prejudica um pouco a disputa política contra Bolsonaro no Congresso Nacional?
Jamais abriremos mão do Lula. Tem gente que acha que a defesa do Lula não é a centralidade. Achamos que é, porque o governo Bolsonaro é a destruição do legado que Lula construiu. Ele é a antítese, ele mesmo disse: “eu vim pra desconstruir”. O Lula foi preso para que ele pudesse fazer isso.
Se não considerarmos que Bolsonaro é fruto, primeiro, do golpe contra Dilma e, segundo, que Lula foi preso para que ele ou outro da extrema-direita ganhasse, estamos fazendo uma leitura errada. Fazer uma leitura só conjuntural é muito pouco. Ou a gente faz uma leitura da história recente, entendendo o que se passa no Brasil, ou vamos achar que esse é um governo da normalidade. Não é. Estamos tratando com um governo da destruição dos direitos do povo, das liberdades, da democracia, de extrema direita. Jamais abandonaremos a luta de Lula Livre. Se essa for uma condição para fazermos uma aliança pontual e conjuntural, nós não faremos.
Mas não acho que esta é a condição. Acho que temos condição de fazer alianças por bandeiras, por exemplo contra a reforma da Previdência, o fim dos direitos democráticos, como estamos fazendo, mas não abriremos mão de Lula Livre.
Como avalia a reforma da Previdência na atual conjuntura no Congresso?
A posição do PT é ser contra a totalidade da reforma, fechamos questão. O que a gente vê na casa é que quem defende a reforma não defende como ela está. A maioria que se diz a favor quer mudanças nessa proposta. Isso ficou muito claro na audiência pública com Paulo Guedes. Inclusive, a base deles não estava coesa na defesa da proposta. Fizeram discursos genéricos, mas não têm coragem de defender diretamente o que estão propondo. Acredito que é uma proposta que vai desidratar demais. Vamos ter condições de fazer alianças com diversos setores aqui para enfrentá-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário