Procurador-Geral interino pediu vistas quando faltava apenas um
voto para o chefe da força tarefa da Lava Jato de Curitiba finalmente
começasse a responder por suas ações
Publicado: 25 Setembro, 2019 - 11h22 | Última modificação: 25 Setembro, 2019 - 11h47
Escrito por: Redação CUT
Agência Brasil
Depois
de engavetar vários pedidos de investigação contra ações duvidosas ou
ilegítimas do procurador Deltan Dallagnol, o Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) está prestes a, pela primeira vez, apurar
possível infração do chefe da força tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba.
Nesta terça-feira (24),
sete dos 14 integrantes votaram pela abertura de processo disciplinar
para apurar se Deltan cometeu infração disciplinar ao postar em redes
sociais mensagens contrárias ao senador Renan Calheiros (MDB-AL). Apenas
dois conselheiros votaram contra.
Quando
faltava apenas um voto para a abertura do processo - são necessários ao
menos oito -, o julgamento foi paralisado a pedido do Procurador-Geral
da República interino, Alcides Martins, que queria mais tempo para
analisar a questão. Três conselheiros decidiram aguardar o voto de
Alcides Martins e um não estava presente. Ainda não há data para
retomada do caso.
Calheiros entrou
com ação no CNMP alegando que o procurador fez campanha na internet
contra sua candidatura a presidente do Senado, no começo deste ano. Nas
mensagens, Dallagnol afirmava que, se Renan assumisse o cargo, ações
contra a corrupção seriam dificultadas.
No
dia 10 de setembro, o corregedor do CNMP, Orlando Rochadel, votou a
favor da abertura do procedimento. Ele sugeriu a aplicação de uma
censura ao fim do processo - a punição não tem efeito prático imediato,
mas eventual reincidência pode trazer prejuízo ao procurador.
O
clima pró-Deltan vem mudando desde que o The Intercept Brasil começou a
divulgar mensagens trocadas pelos procuradores do Paraná por meio do
Telegram, mostrando que o chefe da Lava Jato de Curitiba tinha planos de
se candidatar ao Senado, queria impedir a vitória do PT nas eleições de
2018, e ainda ganhar muito dinheiro com o sucesso da operação abrindo
uma empresa em nome da esposa dele e de outro procurador para fazer
palestras para empresas. As mensagens mostram também que Deltan
combinava as ações do MP com o então juiz Sérgio Moro e tantas outras
ações ilegais ou imorais, tudo em nome do suposto combate a corrupção.
Processos arquivados
Em
27 de agosto deste ano, o CNMP arquivou um pedido da senadora Kátia
Abreu (PDT-TO) para a abertura de um processo disciplinar contra Deltan
por ter postado em suas redes sociais reportagem sobre a investigações
da Lava Jato que envolviam a parlamentar. O placar foi de oito votos a
favor do arquivamento e três pela abertura. Outros três conselheiros não
votaram.
Em 27 de junho, foi arquivada uma representação para instaurar sindicância contra integrantes da Lava Jato, com base na divulgação de diálogos, pelo The Intercept Brasil, atribuídos a Dallagnol, ao então juiz federal Sérgio Moro e outros colegas. O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, entendeu que não foi possível atestar a "a veracidade dos elementos de prova” e, assim, não havia justificativa para a abertura da reclamação disciplinar.
Um comentário:
Cambada corporativistas de merda.
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