4.15.2009

Paracetamol ajuda recuperação de doentes de apoplexia

Receitar paracetamol aos doentes que acabam de sofrer uma apoplexia aumenta as possibilidades de estes terem uma recuperação satisfatória, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Erasmus, na Holanda.

A revista britânica "The Lancet Neurology" publicou que o tratamento à base de paracetamol permite reduzir a temperatura corporal dos pacientes nas 12 horas após o ataque apopléctico, o que acelera a recuperação.

Os cientistas acreditam que controlar a temperatura dos doentes nestas primeiras horas é fundamental, pois a febre costuma estar vinculada à presença de outras infecções no organismo.

Para chegar a esta conclusão, a equipe de pesquisadores liderada pela especialista Heleen M. den Hertog estudou o impacto do composto em 1.400 indivíduos com doenças isquêmicas ou hemorragias cerebrais.

Todos os pacientes tinham uma temperatura corporal base de entre 36 e 39 graus centígrados.

Após serem escolhidos, os indivíduos foram distribuídos, de forma aleatória, em um dos dois grupos do teste: os que faziam parte do primeiro receberam uma dose de seis miligramas de paracetamol por dia, enquanto aos do segundo foi administrado um
placebo.

Esta alta dose de medicamento permite reduzir 0,3 grau em apenas quatro horas, e não tem, segundo os especialistas, efeito colateral importante.

Desta forma, passadas 12 horas do ataque cerebral, os cientistas observaram que os pacientes dos dois grupos se recuperavam antes do previsto.

Concretamente, 40% dos que receberam a alta dose de paracetamol melhorou por causa do tratamento, um número que diminuía para 31% no caso dos que receberam o placebo.

Os autores do estudo afirmam que a descoberta é promissora, mas reconhecem que deve ser confirmado em novas pesquisas que envolvem um maior número de indivíduos.

AFE

ParacetamolDCI ou acetaminofeno é um fármaco com propriedades analgésicas, mas sem propriedades antiinflamatórias clinicamente significativas. Atua por inibição da síntese das prostaglandinas, mediadores celulares responsáveis pelo aparecimento da dor. Esta substância tem também efeitos antipiréticos. É utilizado nas seguintes formas de apresentação: cápsulas, comprimidos, gotas, xaropes e injectáveis. Actualmente é um dos analgésicos mais utilizados por ser bastante seguro e não interagir com a maioria dos medicamentos.

Faz parte da composição de uma série de medicamentos usados contra a constipação comum e gripe. As doses recomendadas são bastante seguras, mas o seu baixo preço e a sua grande facilidade de aquisição pelos doentes têm provocado o aparecimento de alguns casos de sobredosagem, embora em pequeno número. Nas doses indicadas, o paracetamol não afecta a mucosa gástrica, não altera a coagulação sanguínea e não ataca os rins.

Difere dos analgésicos opióides, porque não provoca euforia nem altera o estado de humor do doente. Da mesma forma que os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), não causa problemas de dependência, tolerância e síndrome de abstinência.

A origem das palavras acetaminofeno e paracetamol tem a ver com a nomenclatura usada em química orgânica: N-acetil-para-aminofenol e para-acetil-aminofenol.

Desde 1993, a IUPAC[4] recomenda para este composto o nome sistemático N-(4-hidroxifenil)etanamida.

Wikipedia

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

A APOPLEXIA HIPOFISÁRIA é uma síndrome clínica caracterizada por cefaléia de início recente, náuseas/vômitos, distúrbios visuais, oftalmoplegia e alteração da consciência.
Ocorre principalmente em pacientes com adenomas hipofisários, que apresentam infarto tumoral extenso ou hemorragia. Ocorre em cerca de 0,6 a 9,1% dos adenomas hipofisários tratados cirurgicamente; contudo, a hemorragia hipofisária assintomática, também chamada apoplexia hipofisária subclínica, pode ocorrer mais freqüentemente. Há predomínio de pacientes do sexo masculino com uma razão de 3:2. A apoplexia hipofisária usualmente é espontânea, mas há algumas situações em que ela é mais freqüente: após o traumatismo craniano, a realização de testes funcionais hipofisários, o uso de alguns fármacos (bromocriptina, estrogênio), na presença de diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, anticoagulação ou radioterapia.

Devido às complicações neuro-oftalmológicas e sistêmicas (hipotensão arterial, hipoglicemia, hiponatremia), trata-se de uma emergência endocrinológica cuja abordagem terapêutica depende principalmente do comprometimento visual e do estado geral do paciente. O tratamento pode ser conservador (corticóides em altas doses) em pacientes com pouca ou nenhuma alteração visual ou neurocirúrgico, em casos com moderada a grave perda visual e/ou alteração no nível de consciência.

No diagnóstico diferencial da apoplexia hipofisária deve-se considerar hemorragia subaracnóide, meningite viral e bacteriana, arterite temporal, enxaqueca, neurite óptica, trombose do seio cavernoso, expansão de um tumor hipofisário e abscesso hipofisário. O abscesso hipofisário, apesar de tratar-se de raridade, merece atenção especial, pois o seu prognóstico depende do diagnóstico precoce e do tratamento apropriado.

O objetivo deste trabalho é relatar um paciente portador de abscesso hipofisário com história pregressa de adenoma de hipófise previamente operado e que apresentou quadro de hipopituitarismo adquirido com cefaléia aguda, atribuído inicialmente à apoplexia hipofisária.

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