6.10.2009

Os perigos do cigarro




Mesmo sabendo de todos os riscos para a saúde, muitos fumantes ainda insistem em dizer que o prazer compensa tudo. Além de aumentar as chances de desenvolver doenças pulmonares, câncer, infarto, derrames e envelhecimento precoce, o fumante tem menos disposição, gasta um dinheirão por mês e ainda prejudica a saúde do vizinho.

O tabagismo é apontado como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Só no Brasil são cerca de 200 mil óbitos por ano em conseqüência de doenças relacionadas ao tabaco. Entre a gama de males que o cigarro pode desencadear ou agravar estão problemas no sistema respiratório e cardiovascular, transtorno na gravidez, envelhecimento precoce, impotência sexual masculina e câncer de pulmão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente mais de 250 milhões de mulheres fumantes no mundo.

A fumaça do cigarro tem, aproximadamente, 4,7 mil substâncias químicas, sendo que cerca de 60 delas são cancerígenas. A incidência de câncer de pulmão é 20 vezes maior em fumantes do que em não fumantes. O câncer de pulmão está no hall das principais epidemias mundiais, só perdendo para a AIDS. O tabaco também é responsável por outros tipos de câncer como de boca, laringe, bexiga e mama. No entanto, o de pulmão ainda é o mais temido por ser de difícil diagnóstico dentro de um tempo possível de cura.

O fumante ainda é mais vulnerável a desenvolver Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que nada mais é do que um misto de bronquite crônica com enfisema pulmonar. A pessoa que sofre desse mal tem constante falta de ar, aquela tossinha que não pára, catarro freqüente de cor amarelada ou esverdeada e até dificuldade para falar. Tudo isso é ocasionado porque o indivíduo não consegue captar oxigênio em quantidade suficiente, já que seus pulmões foram corroídos pela fumaça do cigarro. Em estágio avançado, o paciente pode necessitar ficar conectado a um balão de oxigênio para efetuar as atividades cotidianas.

No sistema cardiovascular, os efeitos do cigarro podem ser ainda mais devastadores. Pesquisas mostram que o fumo acelera o processo de envelhecimento dos vasos arteriais, contribuindo para seu endurecimento e entupimento. A conseqüência é a diminuição da passagem de sangue para os tecidos e células de todo o organismo. Para piorar o quadro, a nicotina - a única substância no cigarro que causa dependência - age como um vasoconstritor (fecha os vasos), reduzindo a oferta de oxigênio para as células. Com isso, a pessoa fica mais predisposta a um infarto ou um derrame cerebral.

Já as mulheres fumantes precisam ficar atentas a mais um fator agravante. O fumo durante a gestação aumenta as chances de descolamento da placenta, aborto espontâneo, baixo peso do recém-nascido, prematuridade e risco de morte do feto durante o parto ou após o nascimento.

Outros males

Além da saúde, o fumo também compromete a beleza. Em virtude da queda no suprimento sangüíneo para a pele, acontecem alterações nos tecidos cutâneos que ocasionam rugas mais profundas e intensas do que as causadas pelo sol. Isso sem falar que a tez fica áspera e seca. Ou seja, a pessoa pode aparentar ter cinco anos a mais do que sua idade real.

Os fumantes também produzem menos colágeno e elastina, acentuando a flacidez. O biquinho que a pessoa faz para tragar favorece o aparecimento de rugas em torno dos lábios. Para completar, o cigarro pode causar manchas escuras nos dentes, problemas nas gengivas e mau hálito.

Dependência
Considera-se uma pessoa dependente aquela que fuma mais de 20 cigarros (um maço) por dia e acende o primeiro antes dos trinta minutos após acordar. Mas, segundo os especialistas, qualquer fumante pode abandonar o vício em três passos:

1. Motivação individual
Para o pneumologista Jonatas Reichert (PR), presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, este é o fator primordial para que o fumante tenha êxito no processo todo.

2. Marcar uma data para a parada
Vale seu aniversário, dias festivos ou qualquer outro período que tenha relevância para você. Nessa fase, também é necessária uma mudança de hábitos, afastando-se dos fatores atrativos ao fumo, como beber e tomar café.

3. Pedir socorro a um profissional
Apenas 5% das pessoas conseguem parar de fumar sem auxílio de terceiros. A prescrição de medicamentos só é realizada depois de o paciente ter passado por todos os outros estágios e estar determinado de que é isso mesmo que quer.


É impossível enumerar os benefícios que o paciente tem com o abandono do vício, mas entre os principais estão a melhora na qualidade de vida e a redução na incidência das doenças relacionadas ao fumo.

Após 20 minutos de interrupção, a pressão arterial e ritmo cardíaco já voltam aos níveis iniciais. Depois de três semanas, a respiração e a circulação melhoram. No primeiro ano, o ex-fumante tem cerca de 50% menos chance de sofrer um infarto. Para as doenças mais demoradas, como o câncer, há a necessidade de mais ou menos 15 anos para se igualar ao nível de uma pessoa que nunca fumou.

É preciso lembrar, no entanto, que o processo de abandono gera alguns desconfortos nos pacientes, que, muitas vezes, são as principais causas de recaída. Veja quais são eles.

Síndrome da abstinência
Ela inicia-se nas primeiras horas depois da interrupção e vai aumentando nas 12 horas seguintes até atingir o seu auge no segundo ou terceiro dia. Os sintomas mais evidentes são irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração e agitação. Em alguns fumantes, pode levar até um mês para passar.

Ganho de peso
Em média, uma pessoa chega a engordar 3 kg, mas há casos de pacientes que aumentaram até 15 kg. A explicação é simples: a pessoa substitui uma compulsão por outra e troca o velho hábito de fumar por um doce.

Adaptação
Portal Terra Saúde

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