1.16.2010

HIV pode tornar-se resistente a medicamentos





O aumento da circulação de variantes do HIV resistentes ao tratamento com antirretrovirais nos EUA pode provocar uma epidemia desse tipo de «supervírus» com início nos países desenvolvidos.
O alerta é de um estudo publicado na edição desta sexta-feira na revista Science, que analisou a dinâmica de transmissão do vírus em São Francisco, na Califórnia.

Nos últimos 20 anos, a presença do vírus resistente cresceu de forma significativa na cidade, assim como na maioria dos países ricos, onde o tratamento com antirretrovirais é comum.

Como os seropositivos podem transmiti-lo para mais de uma pessoa, os investigadores afirmam que a ameaça de epidemia nesses países é real.

Para mapear a evolução do HIV em São Francisco, os cientistas criaram um modelo matemático com os dados das infecções nas últimas duas décadas.

A simulação considerou a transmissão dos três tipos de HIV resistentes aos principais antirretrovirais do mercado. A partir dessas informações identificaram os factores do tratamento que levaram à resistência aos medicamentos.

Saiba Mais

Hoje, um dos principais obstáculos na terapia de pacientes infectados com HIV é o desenvolvimento de resistência aos medicamentos disponíveis, causada pelas mutações do vírus. Em muitos casos, os pacientes apresentam falhas terapêuticas e são necessárias formas alternativas de tratamento, em que se encaixa a pesquisa de Aguiar, que, ao levar a conhecer melhor a capacidade de infecção do vírus, contribui para o desenvolvimento de novas estratégias de terapia para o paciente infectado.

Atualmente, o tratamento contra o HIV envolve seis classes de medicamentos, que atuam nas etapas de replicação do vírus dentro da célula. Os inibidores de transcriptase reversa, protease, fusão, integração, citosina e maturação interagem com as proteínas virais impedindo que o HIV se multiplique. Inibindo-se a infecção, consequentemente é reduzido o efeito ruim do vírus nas células.

“O problema é que o HIV muda muito rapidamente, criando uma alta taxa de resistência ao coquetel. A medicação vai sendo trocada com o tempo, mas, depois de 20 anos de tratamento, o paciente pode ficar resistente a todas as drogas, quando não adianta mais utilizar aquele medicamento”, afirma Aguiar. “A pesquisa vai possibilitar exatamente o desenvolvimento de uma nova classe de medicamentos anti-HIV.”

Blog da Dad

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