10.17.2010

Cinetose

Cinetose, é uma doença que se caracteriza pela sensação de enjoo ou náusea quando se anda em qualquer meio de transporte, ou se movimenta o corpo de forma inabitual, perturbando o sistema vestibular responsável pelo equilíbrio.

Pode ocorrer em crianças e adultos. Costuma ser definida por leigos como uma labirintite.
Além da náusea, a cinetose tem vários outros sintomas.
São eles:
Perda de equilíbrio
Falhas de memória
Sudorese
Nistagmo
Dores de cabeça/enxaqueca
Visão borrada, duplicada ou fora de foco
Palidez
Dificuldades em atividades de leitura, ou assistir televisão
vertigens
Fadiga
Perda da noção de profundidade
A cinetose é causada por uma perturbação no reconhecimento do movimento feito pelo sistema vestibular, pois o corpo está parado, mas o ambiente está em movimento, gerando conflito de informações e perturbação do equilíbrio corporal.
O mal-estar pode surgir em qualquer atividade que exija movimento, como andar de ônibus, carro, avião, barco, trem, metrô, andar a pé, utilizar esteira ou mesmo bicicleta ergométrica. Pode também ser desencadeado por filmes e programas de televisão que tenham muitas cores brilhantes, movimento e alterações de foco. Jogos eletrônicos 3D com visão em primeira pessoa, devido a movimentação rápida e brilho da tela, também são fatores que desencadeiam crises de cinetose. Os sintomas são desencadeados pela movimentação, que causa um estímulo exagerado do labirinto, mas alguns dos efeitos podem surgir horas depois da atividade que os desencadeou e serem agravados pela continuidade do movimento.
Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde. As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento.
O tratamento é feito através de exercícios de Terapia de reabilitação vestibular, podendo também ser usada de medicação específica para diminuição dos sintomas. A atropina pode ser utilizada como tratamento, por ser uma droga antimuscarínica.
O médico responsável pelo tratamento é um otorrinolaringologista, mas, devido aos sintomas difusos, o paciente costuma ser atendido por diversos especialistas, sem sucesso, até receber o diagnóstico correto.
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Cinetose – o enjôo provocado pelos movimentos


 Entre os infortúnios da minha infância, lembro com destaque dos incômodos enjôos que fatalmente me acometiam em deslocamentos terrestres (em automóveis ou ônibus) e marítimos. Com o início de cada viagem (ou mesmo trajeto urbano), era súbito e precoce o mal-estar e a palidez que, num alerta aos acompanhantes, tomava-me a face. Apavorante era o instante que precedia o alcance das pronunciadas curvas da rodovia Anchieta, no retorno para a Baixada Santista, e dramático o agravamento das náuseas que judiavam e culminavam com os inevitáveis, abundantes e desconfortáveis vômitos. Mais importante do que garrafas d’água, frutas, bolachas ou brinquedos – que, em geral, fazem parte das viagens dos pequenos – era o meu saquinho plástico, apetrecho primário, básico e indispensável.
Um estudo preliminar publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, demonstrou a eficácia da Reabilitação Vestibular (RV) em crianças. A RV é o tratamento que visa o treinamento do sistema vestibular (das estruturas do vestíbulo). Na discussão do referido estudo, os autores relatam que “uma das queixas mais freqüentes nessas crianças vestibulopatas* é a cinetose, e portanto, a limitação em participar de brincadeiras que envolvam o movimento, principalmente a rotação, elemento básico nos brinquedos de parques de diversões. Além disso, o movimento em transportes coletivos e viagens de carro em estradas longas e sinuosas é outro fator desencadeante de enjôos e vômitos. Tal fato é freqüentemente relatado pela mãe, que fica assustada com a palidez que a criança apresenta e sua apatia, imaginando tratar-se de um desmaio. As crianças, por outro lado, sentem-se envergonhadas por vomitar durante a crise, perto de pessoas estranhas que as ficam observando”.
De acordo com a Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), um dos métodos da RV inclui a “utilização de exercícios físicos repetitivos como movimento de cabeça e olhos, movimento de tronco, brincadeiras com bola, andar com e sem movimento de cabeça e olhos, etc… que são ensinados em consulta e praticados em casa, repetidas vezes, de forma disciplinada”.
Os autores do mencionado estudo preliminar “apontam a Reabilitação Vestibular como uma opção válida no tratamento das vestibulopatias* na infância, uma vez que não houve casos não responsivos ao tratamento”.
Segundo um artigo publicado na revista eletrônica “Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia” no ano passado, “a RV, como medida terapêutica única é indicada com sucesso nos casos de cinetose”. Os autores afirmam ainda que “a RV previne patologias, pois a disfunção vestibular costuma comprometer seriamente a habilidade de comunicação, o comportamento psicológico e o desenvolvimento escolar”.
Ao suspeitar de cinetose, não se automedique; procure orientação médica.
*O termo vestibulopata refere-se a indivíduos que apresentam algum tipo de vestibulopatia, isto é, doença do vestíbulo.
Por Caroline Borja

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