8.26.2013

Reforma política: a pesquisa IBOPE

A pesquisa feita pelo IBOPE em parceria com o jornal o Estado de S.Paulo publicada nos dois dias do fim de semana trouxe ótimas notícias. Na parte publicada no sábado, a pesquisa confirma que a presidenta Dilma Rousseff e seu governo continuam recuperando apoio e aprovação populares. A publicada no domingo indica que a maioria dos brasileiros (53%) apoia a proibição a empresas de fazerem doações para campanhas eleitorais.

Vejam, 39% a favor do financiamento público de campanhas eleitorais é um começo e tanto para aprová-lo num plebiscito ou consulta popular, como propuseram e defendem o governo e o PT. Mesmo a proposta do voto distrital misto tem base na sociedade para ser aprovada na reforma política, bem como a própria proposta de voto em lista aberta, como propôs a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-nacional) ou o relatório elaborado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), autor do texto da reforma política na Câmara.

Assim, o financiamento privado - via empresas - está definitivamente rejeitado pelos brasileiros afirmam  as pesquisas. Vamos levar em frente a tramitação e a votação da reforma que, no debate político, será possível demonstrar para o cidadão eleitor o vínculo do atual modelo de lista aberta uninominal com o financiamento empresarial das eleições. E provar o encarecimento e alto custo da disputa eleitoral pelo sistema atual, já que cada campanha de cada candidato é uma campanha à parte.

A rejeição dos eleitores ao financiamento privado


Na parte da pesquisa sobre o financiamento das campanhas eleitorais, apenas 20% dos entrevistados pelo IBOPE mostraram  preferência pelo atual modelo de financiamento privado, em que os candidatos recebem recursos de empresas e de pessoas físicas. Dos eleitores que responderam à pergunta sobre o tema - excluídos os que não souberam se manifestar - 39% defenderam o financiamento público exclusivo, em que apenas verbas públicas bancam as campanhas.

Outros 14% se declararam favoráveis somente à permissão para que pessoas físicas contribuam. Assim, somados, 39% defenderam o financiamento público exclusivo mais os 14% que querem que pessoas físicas contribuam, a maioria, 53%, quer retirar as empresas do financiamento eleitoral.

De acordo com a pesquisa, a maioria também prefere mudar a forma como se reparte o eleitorado: o voto distrital é apoiado por 50%, e outros 21% preferem uma combinação desse modelo com as regras atuais. Só existe rejeição à mudança quando o tema é a forma como se definem os candidatos a deputado.

A grande maioria (74%) acha melhor manter o sistema atual de lista aberta, no qual os eleitores podem votar nas pessoas ou nos partidos. E só 7% dos entrevistados disseram saber bem do que se trata a reforma política. Já o Senado, pasmem, inicia amanhã a votação de uma minirreforma eleitoral em que passa ao largo dessas questões. 


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