10.10.2013

LULA: Destaque a fraudes do Bolsa Família é destaque sensacionalista pela imprensa

Ex-presidente diz que tem ‘casco de tartaruga’ e está acostumado a levar ‘bordoada’. Para Lula, mídia trata assuntos banais de forma sensacionalista

Fernanda Krakovics
Lula participa do encerramento da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil
Foto: André Coelho / O Globo


Lula participa do encerramento da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil André Coelho / O Globo
BRASÍLIA - Ao participar do encerramento da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil, o ex-presidente Lula criticou, nesta quinta-feira, a imprensa por dar destaque a fraudes no Bolsa Família, mas disse que está acostumado a tomar "bordoada" e tem "casco de tartaruga". Em seu discurso, Lula saudou o ministro Manoel Dias (Trabalho), que acaba de enfrentar um escândalo de corrupção em sua pasta, como "companheiro de longa data".
- Você (Tereza Campello) foi criticada agora porque clonaram 80 carnês do Bolsa Família. Em vez de a manchete do jornal ser uma crítica aos clonadores, era uma crítica dizendo que tinha fraude no Bolsa Família. Se tivessem roubado um banco, dizia: “assaltante rouba banco”. Como foi assaltante roubando o Bolsa Família, é o Bolsa Família que tem problema. Nós estamos acostumados a tomar bordoada e eles sabem que temos casco de tartaruga, somos teimosos e estamos no caminho certo - disse Lula.
Lula também criticou a imprensa por supostamente não dar atenção ao tema da conferência, o combate ao trabalho infantil, e se ater a temas "banais e secundários", muitas vezes de forma "sensacionalista":
- Quero confessar que eu tinha a impressão de que esse evento estava proibido para a imprensa porque um assunto dessa magnitude, com os resultados extraordinários conquistados por muitos países do mundo e pelo Brasil, mereceu menos atenção do que qualquer outro assunto banal do noticiário brasileiro. É uma pena que muitas vezes as coisas sérias não são tratadas com seriedade, é uma pena que as coisas banais, as coisas secundárias, sejam tratadas de forma quase sensacionalista.
Para uma plateia composta também por estrangeiros, o ex-presidente disse que, no Brasil, há preconceito em relação a políticas de transferência de renda:
- O que dá para os ricos é investimento, e para os pobres é gasto, a ponto de dizerem na minha cara que nós estávamos criando um exército de vagabundos.

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