2.10.2014

Manifestante ameaça cinegrafista no Rio e é agredido

Por volta das 14h da tarde de hoje, enquanto ocorria o depoimento do tatuador Fábio Raposo, na delegacia 17ª DP (São Cristóvão, zona norte do Rio), houve um confusão volvendo manifestantes, cinegrafistas e jornalistas.



Três manifestantes foram ao local saber informações sobre o caso. Segundo um deles, nesse momento, foram hostilizados por cinegrafistas que estavam cobrindo o caso.
"Estávamos atravessando a rua, pois um inspetor disse para a gente esperar um pouco e não queríamos ficar lá dentro na delegacia. Enquanto atravessávamos a rua, os cinegrafistas começaram a chamar a gente de assassinos, black blocs e covardes. Como não somos isso, e no calor do momento, sem pensar, os chamei de "mídia carniceira", afirmou Elisa Quadros, conhecida como Sininho.
Um dos manifestantes que acompanhava Sininho, identificado como Yan Carrazoni de Mattos, de 19 anos, contou que apontou para o cinegrafista da TV Bandeirantes Leandro Luna e disse: "Você será o próximo", em referência ao que ocorreu ao repórter cinematográfico da mesma emissora, Santiago Andrade.
Segundo Mattos, Luna reagiu e bateu com a câmera na sua cabeça, fazendo um corte superficial de cerca de 5 centímetros. Com a cabeça sangrando, Mattos entrou na delegacia, seguido do cinegrafista, e os dois prestaram depoimento.
No registro de ocorrência, há a confirmação de que o manifestante foi indiciado sob suspeita de ameaça e o cinegrafista, sob suspeita de agressão. No entanto, ambos resolveram não dar seguimento à representação criminal e o caso deverá ser arquivado.
A repórter da TV Record, Carolina Novaes, disse que presenciou o momento da ameaça do manifestante. "O Luna é amigo íntimo do Santiago, e ele fez essa ameaça. São muito covardes [referindo-se aos manifestantes]".
Por conta da confusão, o delegado Maurício Silva, resolveu interromper mais cedo as negociações para uma possível delação premiada por parte de Fábio Raposo.
"Estávamos negociando para ele ajudar na confecção de um retrato-falado, mas por conta da confusão preferi que ele seguisse para a Cidade da Polícia", afirmou.
Raposo seguiu em um carro da Polinter para a Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, onde deverá passar por uma triagem e ir para uma unidade do sistema carcerário.
 


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