11.03.2015

Moderação com as carnes, para manter a saúde

Uma grande polêmica ocupou o noticiário internacional nesta semana, a partir do momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a classificação dos riscos provocados pelo consumo de carne vermelha e carnes processadas, feita pela Agência Internacional pela Pesquisa em Câncer (Iarc). Ao colocar as carnes processadas na categoria 1 (a dos “sabidamente carcinogênicos”) e as carnes vermelhas na categoria 2 (dos provavelmente carcinogênicos),despertou uma espécie de pânico, acompanhada de

   

revolta e, claro, uma comemoração discreta de alguns outros.
Creio na boa intenção dos pesquisadores que fizeram a categorização, mas parece que faltou uma avaliação comparativa mais precisa e também ponderação do ponto de vista da comunicação. Apresentar as carnes processadas na categoria 1, com riscos semelhantes aos do cigarro, amianto, fumaça de diesel, exposição solar e bebidas alcoólicas parece um exagero. Os pesquisadores indicam que há evidências suficientes para a associação, mas quanto de consumo de carnes seria necessário para alcançar o mesmo patamar de risco? Talvez fosse o caso de abrirem subcategorias para a informação ficar mais precisa.
O mesmo vale para a equiparação da carne vermelha a alguns inseticidas, frituras e trabalho em horários irregulares. Creio que faltou moderação na apresentação desta pesquisa.
De acordo com a própria OMS, 34 mil pessoas morrem anualmente devido ao consumo de carne processada. Já em decorrência do consumo de álcool são 600 mil e por causa do cigarro são um milhão.
O chefe do programa de monografias da agência Kurt Straif, justificou a divulgação com o fato de que grande número de pessoas consome carne processada (bacon,  linguiça, salsicha, carne seca, salame e presunto etc), com impacto na incidência de câncer. É uma preocupação justa e real.
Estas carnes são modificadas para realçar o sabor ou a durabilidade. São salgadas, defumadas, fermentadas, secas ou passam por outros processos. Aqui mesmo sempre falo sobre a necessidade de uma alimentação saudável, sadia, balanceada. Se é possível evitar estes produtos, melhor. Mas sem alarmismo.
Há estudos que indicam que a cada 50 gramas de carne processada ingerida por dia o risco de câncer colorretal aumenta em 18%. Então, é recomendável que não sejam consumidas diariamente. Mas o consumo eventual não precisa necessariamente ser descartado.
O importante ainda é que o consumo seja sempre acompanhado de outros grupos de alimentos, que incluam, verduras, vegetais e fibras e que, sabidamente, ajudam a atenuar os possíveis efeitos negativos das carnes. Além da pratica de exercícios físicos.
Como destaca o próprio diretor do Iarc, Christopher Wild, devemos evitar o alarmismo que foi carregado com esta pesquisa. Afinal, a carne vermelha tem valor nutricional reconhecido, sendo fonte de proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B.
Espero que este alerta, que despertou tanta mobilização, sirva para que a sociedade, incluindo governos, população e empresas, direcionem seus olhares para a necessidade de políticas nutricionais mais sadias.  E em ações preventivas que evitem a incidência das doenças.
No mais, moderação. Não vamos deixar que uma informação mal colocada estrague nosso churrasquinho do feriadão.
Por Flávio Cure

Bacon e carnes processadas são cancerígenos, revela OMS

Novo relatório mostrou que linguiça, bacon e presunto são cancerígenos. E mais: o consumo de carne vermelha também foi considerado como hábito de risco!


hambúrguer
Antonio_Diaz/ Thinkstock/ Getty Images
Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta segunda-feira, 26, revelou que o consumo de 50g de carne processada (como bacon, salsichas e presunto) por dia aumenta a chance de desenvolver câncer no intestino em 18%. Por falta de evidências concretas, a organização também reforçou o alerta em relação à carne vermelha (boi, porco, carneiro, bode e cavalo).

A carne processada é modificada para ter um prazo de validade maior ou gosto diferenciado. Ela pode ser defumada, curada ou receber alguns aditivos como sal ou conservantes. E, segundo o documento, são exatamente os aditivos que podem aumentar o risco de câncer.
Com isso, o alimento entra para a mesma categoria das substâncias que comprovadamente causam a doença. Para Kurt Straif, representante da OMS, o risco de desenvolver câncer colorretal (no intestino) por causa do consumo de carne processada continua pequeno, mas este risco aumenta com a quantidade de carne consumida pelas pessoas. Por isso, o alerta é importante para conscientizar a população.
O resultado foi divulgado após a agência analisar mais de 800 estudos sobre o câncer.

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