Síndrome de burnout
ESCRITO PORMARIA BEATRIZ MELERO
Conhecida por suas aparições nos telejornais da Rede Globo, a jornalista Izabella Camargo precisou se afastar temporariamente de suas funções na emissora para tratar de um quadro de saúde: a síndrome de burnout.
Ao lembrar de uma participação sua em um evento que tratava sobre a importância do tempo na vida do indivíduo e que propunha um estilo de vida mais desacelerado, a jornalista informou que hoje em dia lida com o citado quadro de saúde mental gerado pelo esgotamento estresse extremo.
“Nossas vidas se cruzaram anos atrás a partir de algo que nos afligia: o tempo (...) Ali eu pude contribuir com o que estou sentindo na pele: o excesso de presente #burnout.”
Síndrome de burnout: o que é
Conhecida também como estafa profissional, a síndrome de burnout é gerada por uma tensão muito grande e prolongada geralmente relacionada a rotina de trabalho.
O estresse extremo provoca cansaço mental, exaustão física e emocional ao paciente. “A sobrecarga de longa duração leva a uma fadiga do sistema nervoso que é refletida em sintomas psicossomáticos, que são efeitos físicos originários de uma condição mental”, explica o psiquiatra Fernando Portela, Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Não se sabe ainda as causas específicas da burnout. O que se sabe, porém, é que a síndrome está ligada a uma sobrecarga cognitiva do indivíduo que a desenvolve. “Trabalhar além do limite da capacidade por muito tempo traz esgotamento nervoso e, consequentemente, burnout”, ressalta Portela.
Riscos da síndrome de burnout
O significado de burnout é, em tradução literal, algo como “queimado por completo”, mas também pode se relacionar a esgotamento.
Entretanto, o nome que traça um paralelo, também, com o que o paciente sente com a síndrome. Tais sentimentos podem ter como consequência comprometimento das funções laborais da pessoa, que começa a faltar no trabalho, o alcoolismo, consumo de drogas e, em casos raros, contribuir com a intenção de suicídio.
Pessoas afetadas pela burnoutA síndrome de burnout é muito comum em profissionais da saúde, assim como outros trabalhadores que lidam com o público, como professores e policiais. Mas isso não exclui o resto da população.
A cantora Wanessa Camargo, por exemplo, revelou ter sido acometida pela síndrome, desencadeada pela sobrecarga da dupla jornada da vida profissional e afazeres de casa.
Sintomas da síndrome de burnoutUma das questões da síndrome de burnout é que seus sintomas nem sempre são fáceis de serem percebidos.
As manifestações da síndrome de esgotamento profissional são muito similares com as da depressão, como desesperança e falta de prazer – o que faz com que muitos acreditem que estejam com depressão.
Dentre os sintomas da burnout, destacam-se:
- Falta de esperança
- Pessimismo
- Exaustão emocional
- Fadiga mental
- Cansaço crônico
- Distanciamento e perda de empatia por outras pessoas
- Apatia
- Ansiedade
- Alterações no sono
- Alterações no apetite
- Baixa autoestima
- Insatisfação
- Sintomas psicossomáticos, como dor de cabeça, falta de ar e alterações na digestão
- Perda de prazer em atividades que antes a pessoa gostava
Tratamento do esgotamento profissionalPara reverter a burnout (sim, a síndrome tem cura), o recomendado é procurar a ajuda de um psiquiatra.
Este especialista é apto para realizar o diagnóstico correto da síndrome e indicar o melhor tratamento para a pessoa.
Durante o tratamento, pode ser que sejam receitados medicamentos ao paciente para aliviar os sintomas do esgotamento, como antidepressivos.
Também existe a possibilidade de obter uma licença temporária do trabalho durante os cuidados da síndrome.
Além disso, a psicoterapia é outra alternativa de tratamento para curar a estafa profissional. As sessões conduzidas por um psicóloga ajudam o paciente a obter disciplina mental, a relaxar e aprender a não se cobrar tanto.
Existe prevenção para o burnout?
Para quem deseja se prevenir do esgotamento profissional, o primeiro passo, de acordo com Portela, é fazer alterações no estilo de vida que propiciem o desenvolvimento da síndrome de burnout. “A mudança tem de começar no ambiente de trabalho, como não responder e-mails fora do expediente, ter disciplina mental, evitar a sobrecarga e não se dividir em muitas tarefas, pois isso causa sofrimento ao sistema nervoso”, recomenda o psiquiatra.
Fora isso, é valido buscar um ambiente de trabalho saudável, em que não haja clima e relacionamentos abusivos também é importante, assim como manter uma vida equilibrada, com alimentação adequada e prática de atividades físicas.
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