Ignorado pela mídia tradicional durante quase dois anos e investigado na Lava Jato, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Taclan Durán, que acusa advogados amigos de Sergio Moro de pedirem dinheiro em troca de benefícios na operação de Curitiba, como a redução da pena, foi finalmente "descoberto" pela imprensa
Tacla Duran foi "descoberto" pela mídia conservadora. Ignorado por quase dois anos e investigado, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Taclan Durán, que acusa advogados amigos de Sergio Moro de pedirem dinheiro em troca de benefícios (leia no Brasil 247 reportagem de agosto de 2017), como a redução da pena, chegou finalmente à imprensa corporativa. Citado nas mensagens trocadas entre Moro e integrantes da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, Tacla Durán disse em entrevista ao correspondente Jamil Chade, no UOL que na época “pagou para não ser preso”.
Nas mensagens, Moro pergunta se não havia “muito tempo sem operação”, e o procurador Deltan Dallagnol diz: É sim. O problema é que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula. Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla [Tacla Durán] pelo risco de evasão, mas ela depende de articulação com os americanos (Que está sendo feita)".
Diante da citação, o ex-advogado da empreiteira confirmou que foi vítima de um suposto pedido de extorsão de US$ 5 milhões quando seu nome surgiu nas investigações. Segundo ele, uma parcela de US$ 612 mil foi paga ao advogado Marlus Arns, que já tinha trabalhado com a mulher de Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro. Durán diz que se recusu apagar o restante do acerto e, por isso, quando chegou à Espanha, em novembro de 2016, ficou preso por 70 dias. Para força-tarefa da Lava Jato, Durán é considerado fugitivo da Justiça, mas a Interpol retirou o alerta contra ele e atualmente o advogado vive em liberdade na Espanha.
As acusações de Durán também estão relatadas em um documento enviado ao Ministério Público da Suíça pelos advogados de Tacla Duran. Segundo a defesa, ele foi vítima de extorsão para que não fosse preso ou envolvido nas delações premiadas de outros envolvidos.
"Tacla foi extorquido e ameaçado [...] e temor por sua vida o levou a pagar uma parte da extorsão. O advogado Marlus Arns, que recebeu o pagamento -dinheiro que é apontado como uma das justificativas para o bloqueio das autoridades suíças-- já tinha trabalhado com a mulher do [ex] juiz Sergio Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro, e que hoje trabalha com lobista profissional", afirmam os advogados de Durán, segundo reportagem do UOL.
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