4.28.2012

Refrigerantes dietéticos elevam risco de infarto e derrame

A chance de sofrer um acidente cardiovascular pode aumentar mais de 60%

Refrigerante diet: bom para a cintura, péssimo para o coração Refrigerante diet: bom para a cintura, péssimo para o coração (Polka Dot Images/Thinkstock)
Beber refrigerante dietético pode ser uma boa alternativa para quem não deseja engordar, mas não significa menos perigo à saúde. Um estudo americano sugere que os consumidores frequentes desse tipo de bebida correm um risco maior de sofrer ataque cardíaco e acidente vascular cerebral do que as pessoas que não bebem refrigerante nenhum. A pesquisa não apontou risco entre consumidores dos refrigerantes comuns.
O estudo, realizado em conjunto pela Universidade de Columbia de Nova York e a Escola de Medicina da Universidade de Miami, acompanhou 2.564 pessoas em Nova York por pouco mais de nove anos e descobriu que as pessoas que consumiam essas bebidas dietéticas diariamente tinham 61% mais chance de sofrer problemas vasculares. Mesmo após os cientistas descartarem os pesquisados com síndrome metabólica (doença vascular periférica) e histórico de doença cardíaca, o risco ainda assim foi 48% maior, destacou o estudo apresentado na conferência internacional sobre Acidente Vascular da Associação Americana de AVC.
"Se nossos estudos se confirmarem com análises futuras, isto sugeriria que refrigerantes dietéticos podem não ser um substituto ideal para bebidas com açúcar", disse a coordenadora dos estudos, Hannah Gardener, da Escola de Medicina da Universidade de Miami.
Segundo Hannah, o estudo não conseguiu identificar a razão do aumento de risco cardíaco. Segundo ela, é possível que a culpa não seja do refrigerante, mas de alguma característica em comum entre os pesquisados. "É possível que as pessoas façam escolhas pouco saudáveis na hora de comer, por exemplo, achando que basta basta tomar um refrigerante diet para se manter saudável", afirmou.
O médico epidemiologista brasileiro Julio Ricardo Vieira, da Universidade de Columbia, que também participou da pesquisa, disse a VEJA que a intenção do estudo foi "abrir os olhos da comunidade científica." Por ter sido a primeira pesquisa a demonstrar a relação dos refrigerantes dietéticos com acidentes cardiovasculares, diz ele, é preciso agora que outros grupos façam estudos clínicos para determinar que componentes das bebidas são responsáveis pelo aumento do risco.
(Com agência France-Presse)

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