10.04.2014

Aspecto dos olhos é capaz de revelar várias enfermidades


Entre outras, hipertensão e diabetes podem ser descobertas no exame oftalmológico


O Dia
Rio - Os olhos são as famosas ‘ janelas da alma’, mas também funcionam como ‘espelhos’ para a saúde do corpo. Sinais de pressão alta, alterações de glicose e de problemas neurológicos, hormonais e até de fígado podem ser revelados. De acordo com especialistas, o exame de fundo de olho detecta principalmente hipertensão e diabetes, que é a maior causa de cegueira definitiva em todo o mundo.
Segundo o oftalmologista Richard Yudi Hida, diagnosticar doenças que atingem o organismo como um todo é possível através da retina. “Conseguimos analisar os vasos sanguíneos dos olhos que, consequentemente, dão um panorama de como estão as artérias e veias do resto do corpo.”
Algumas características detectadas no exame, como o inchaço das paredes dos vasos, ajudam a mensurar há quanto tempo o paciente sofre de pressão alta. No caso da diabetes, pequenas hemorragias causadas pela glicose alta servem de alerta.
Quando o assunto são doenças neurológicas, Yudi Hida afirma que sintomas nos olhos podem ser efeitos de tumores na cabeça e pressão craniana anormal, por exemplo. Isso acontece porque o nervo ótico é uma extensão do nosso cérebro. Entre os indícios, estão a queda de um dos olhos repentinamente (conhecido como olho caído); visão borrada ou dupla; cegueira momentânea e uma pupila mais dilatada que a outra .
O médico recomenda, nesses casos, procurar uma emergência. “Visitar regularmente um oftalmologista ajuda a diagnosticar esses males, e claro, acelerar a busca por tratamento adequado junto ao especialista na doença. Só controlando-as é possível combater os sinais oculares,” esclarece.
Até estresse diagnosticado
Uma investigação da saúde ocular também pode apontar para deficiências hepáticas, autoimunes, distúrbios na tireoide e até mesmo estresse. No caso de pacientes que sofrem de cirroses e hepatites, é comum que a parte branca dos olhos fique amarelada. Já doenças autoimunes, como artrite reumatoide, deixam o olho seco, pois o sistema imunológico ataca a glândula lacrimal, impedindo a lubrificação natural.
O hiper ou hipotireoidismo também influenciam a visão. “Há um acúmulo de gordura na parte de dentro, o que faz com que eles fiquem saltados”, diz o médico. O tremor nas pálpebras, segundo o oftalmologista, é um sinal de estresse físico ou psicológico.

Iridologia: diagnosticar através dos olhos

Iridologia olho
Na medicina natural e alternativa, a iridologia é uma forma de diagnóstico realizada através da observação da íris, uma das estruturas mais complexas do corpo humano. Os historiadores apontam para a existência desta prática já na antiga China e Grécia, tendo sido divulgada e aperfeiçoada com mais afinco desde o século XVII.

Os olhos são as janelas do corpo?

Os iridologistas acreditam que, através da análise da íris, é possível fazer um check-up do nosso estado de saúde, descobrindo eventuais desequilíbrios. O corpo transmite à íris, através de sinais, marcas, alterações de cor e de padrões, um quadro clínico físico e/ou emocional da pessoa em questão. Uma técnica holística que permite “olhar para dentro do corpo” e verificar o funcionamento do organismo, descobrir quais as zonas mais fortes e quais aquelas que estão sobrecarregadas com toxinas. Porém, importa esclarecer que a análise iridológica não determina se uma pessoa sofre de determinada doença intestinal, por exemplo, mas alerta para a existência de alguma instabilidade ou inflação nesse órgão. Apresenta-se, acima de tudo, como um método de diagnóstico precoce e de prevenção, revelando a origem do mal-estar físico, psíquico ou emocional.

A consulta

Na consulta de iridologia, e para além das habituais perguntas – relativamente ao actual estado de saúde e queixas relevantes, profissão, ritmo de trabalho, dieta, funcionamento intestinal, qualidade do sono, rotina de exercício físico, ocupação de tempos livres, relacionamentos – o iridologista utiliza equipamentos tão diversos como lanternas, lentes de aumento, câmaras ou lâmpadas de fenda para efectuar um exame detalhado da íris. Através da observação de desenhos, raios, buracos, pontos ou mudanças de cores, o iridologista compara essas zonas da íris com gráficos que mostram a sua zona correspondente no corpo humano. Regra geral, as “tabelas ou mapas da íris” dividem esta em cerca de 90 zonas distintas. Diz-se, não raras vezes, que os “olhos são o espelho da alma” e, no caso da iridologia, não só se aplica (nomeadamente no diagnóstico de perturbações emocionais), como vai mais além, uma vez que as alterações reflectidas na íris são ainda um espelho das perturbações físicas de determinado órgão ou sistema.

O diagnóstico

A observação da íris, e consequente comparação com a sua tabela, indica o actual estado dessa zona do corpo. Por exemplo, pode apontar para uma “inflamação aguda” ou “inflamação crónica”, o que significa que o órgão correspondente necessita de ser vigiado ou mesmo tratado. Outros diagnósticos incluem os "anéis de contracção", "klumpenzellen", a identificação de deficiências nutricionais e/ou minerais, se o sangue está limpo ou intoxicado, se existe algum tipo de contaminação, qual a emoção ligada a esse mal-estar e o que necessita para ser eliminado… são, no fundo, um conjunto de sinais que, se não forem tratados atempadamente, podem desencadear vários tipos de doenças.  

O diagnóstico

Para além de uma detecção precoce de sintomas físicos, a iridologia vai mais longe: os especialistas desta terapia alternativa afirmam que a observação da íris permite ainda determinar os processos de aprendizagem da pessoa, a forma como se expressa, como se relaciona com aqueles que a rodeiam, os seus pontos de stress, se é introvertida ou extrovertida, que tipo de profissional é, se sofreu algum trauma e em que idade… o que permite um tratamento eficaz de distúrbios emocionais e psicológicos.

O resultado

O valor de um exame iridológico ronda os €50 e enquanto técnica não-invasiva e indolor (o paciente apenas terá de suportar a intensidade da luz dos diferentes equipamentos), é muitas vezes recomendado em conjunto com outros exames ou terapêuticas, sendo uma “segunda opinião” plausível, para acrescentar a consultas médicas e métodos diagnósticos convencionais. Uma consulta de iridologia é, assim, o primeiro passo para a prescrição de hábitos de vida saudáveis e tratamentos adequados, como a homeopatia, a acupunctura, a aromaterapia ou o aconselhamento psicológico, entre outros.

De onde vem a iridologia?

A história diz-nos que, milhares de anos antes de Cristo, já os chineses e os tibetanos relacionavam as alterações e as marcas dos olhos com as perturbações ou anomalias dos órgãos internos. Os filósofos da antiga Grécia, incluindo o pai da medicina moderna Hipócrates, atestaram esta sabedoria milenar em vários trabalhos escritos que foram encontrados, juntamente com outros, no famoso centro de estudos de medicina do século IX, a Escola de Salerno. No entanto, a primeira obra publicada com informação sobre a iridologia e os seus princípios surge em 1665, pela mão de Phillipus Meyeus que lhe atribuiu o título “Chiromatica Medica”. Um pouco mais tarde, em 1695, a iridologia tem direito a um livro inteiro, com a publicação de “Os olhos e os seus sinais”, de Cristian Haertls.
Porém, a palavra “Augendiagnostik”, que significa precisamente "diagnóstico do olho", surge apenas no século XIX, graças ao médico húngaro Ignatz von Péczely. Reza a história que em criança, Ignatz von Péczely terá tratado de uma coruja com uma pata partida, tendo descoberto, na mesma altura, um sinal ou uma espécie de linha na íris da coruja, que foi desaparecendo à medida que a sua pata se curava. Uma “coincidência” que o médico húngaro aplicou no seu quotidiano profissional e que o levou a elaborar o primeiro mapa iridológico.
Apesar de muito polémico na altura e alvo de duras críticas, houve muitos seguidores de Ignatz von Péczely: o alemão que descobriu e descreveu novos sinais iridológicos, levando-a fundar o Instituto Felke no século XX; Bernard Jensen, um quiroprata que difundiu a iridologia nos Estados Unidos, aperfeiçoou o mapa iridológica e deu aulas sobre esta e outras terapias naturais. Seguiram-se muitos outros estudiosos da iridologia, caso de P. Johannes Thiel e Eduard Lahn (germânicos), Adrian Vander (espanhol), Daniele Lo Rito (italiano), Celso Batello e Maria Aparecida dos Santos, (brasileiros), e Denny Johnson (norte-americano).
É a este último investigador que se deve o desenvolvimento de dois importantes métodos aplicados à iridologia – o “Rayid-ray” (“raio”) e o “id” (“subconsciente”) – que permitem a identificação de personalidades, tendências e relacionamentos de atracção e rejeição, através da simples observação da íris. O próprio Denny Johnson um dia escreveu:
“O olho é um farol de luz que flui e afecta profundamente cada uma das células do corpo, inundando-o com um chuveiro de vitalidade invisível. Quantas vezes já se viu forçado a virar a cabeça, só para encontrar alguém a olhar na sua direcção? A causa desta reacção é a percepção subconsciente da luz concentrada na sua direcção...”
Hoje, a iridologia é muito mais praticada na Europa – só a Alemanha e o Reino Unido têm mais de 20 mil iridologistas especializados – do que no continente americano. por Cristina Almeida


Fotos: Shutterstock
Há cerca de dois séculos, Ignatz von Peczely era apenas um menino húngaro de 12 anos que apreciava brincar em seu jardim. Um dia capturou uma coruja, mas, acidentalmente, quebrou-lhe uma das patas. Preocupado com o ocorrido, notou o surgimento de um sinal na parte colorida do olho da ave, exatamente no instante do ferimento. A marca permaneceu ali, mesmo após a consolidação da fratura. O tempo passou e Peczely, já adulto e médico, observou que alterações no organismo de seus pacientes podiam ser identificadas por meio da íris e, assim, idealizou um mapa representativo dos órgãos do corpo humano.
Embora a técnica já fosse conhecida pelas civilizações egípcia e grega, e até pela Medicina Tradicional Chinesa, foi desta forma que surgiu a iridologia, método observacional que estuda a íris para conhecer o indivíduo integralmente. E isso só foi possível porque o olho é uma terminação do nervo óptico e, também, um prolongamento exterior do sistema nervoso autônomo. Considerando que a íris é formada por fibras nervosas, ela seria capaz de receber informações de todo o sistema nervoso, mostrando características psicofísicas, predisposições, desequilíbrios ou pontos fortes, a capacidade de recuperação de cada um, além do impacto do estilo de vida na saúde.
Ferramenta pré-diagnóstica
Para Celso Battello, presidente da Associação Mundial de Irisdiagnose (AMI) e autor do livro Iridologia e Irisdiagnose - O que os olhos podem revelar (Ed. Ground), "o olho, e principalmente a íris, é o mais inteligível e preciso microssistema que existe no corpo humano e veterinário". Essa é a razão por que esse órgão apresenta marcas congênitas e adquiridas. "Apesar disso, é importante saber que a iridologia não serve ao diagnóstico clínico, mas funciona como uma ferramenta pré-diagnóstica", completa Battello.
O iridólogo italiano Luca Avoledo concorda e acrescenta: "A iridologia não deve ser considerada uma alternativa a outros instrumentos utilizados na medicina convencional, como os exames radiológicos e análises sanguíneas. Ela é uma disciplina do tipo analítica que se integra a outros tratamentos, incluída a psicoterapia".
A escolha do especialista
Os especialistas afirmam que a prática da iridologia pode ser multidisciplinar. Embora ela já componha o programa curricular da faculdade de Naturologia Aplicada da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), a formação desses profissionais se dá geralmente por meio de cursos livres. O importante é que o paciente se certifique de que o iridólogo tenha se habilitado em cursos de boa procedência.
Numa consulta, o paciente será examinado com o auxílio de um instrumento chamado iridoscópio, mas o profissional pode também valer-se de uma lupa. Avoledo explica que para um especialista, esse instrumento representa o mesmo que um estetoscópio para um médico convencional. Mas adverte: "Os resultados da leitura da íris devem ser interpretados com bom-senso. A melhor coisa a fazer é confrontá-los e integrá-los a tudo quanto tenha sido apurado na consulta clássica. Afinal, a conversa com o paciente é o verdadeiro momento de uma visita médica", conclui o italiano.
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