11.07.2014

Presidenta Dilma pede fim de ressentimentos e diz ser preciso saber perder

Presidenta durante o ato do PSD
Em ato em que recebeu o apoio do PSD a seu 2º governo e os cumprimentos pela vitória, a presidenta Dilma Rousseff aconselhou que, passadas as eleições, é hora de desmontar palanques, esquecer ressentimentos, aprender e saber perder e de unir os partidos em torno do diálogo e das principais propostas de seu novo mandato presidencial a se iniciar a 1º de janeiro de 2015.
“Desmontar os palanques significa perceber que em toda democracia disputam propostas e visões as mais diferentes. Isso é levado ao escrutínio popular e o povo considera a proposta que ganhará apoio majoritariamente. Isto é a consciência do que é a democracia. Há que saber ganhar como há que saber perder”, disse a presidenta, para quem “a atitude do ganhador não pode ser de soberba, de ser o (dono do) último grito de visão política. (…) Qualquer tentativa de retaliação por parte de quem ganhou, ou ressentimento por parte de quem perdeu é uma incompreensão do processo democrático”.
Para a presidenta, é normal que as diferenças sejam ressaltadas durante as campanhas eleitorais, mas passado esse período, é preciso voltar a unir os partidos em prol do país, sem abrir mão das convicções e posições política de cada um. “Nosso compromisso é mudar o ritmo da discussão. Se o nosso ritmo era mostrar as diferenças, agora temos que fazer a trajetória inversa. É o que ocorre em qualquer democracia moderna no mundo”, disse.
Fala foi resposta e conselhos à oposição
Com endereço certo nas assertivas de seu pronunciamento, a presidenta analisou assim o processo eleitoral e reafirmou seus principais compromissos de campanha e do pós reeleição – dentre estes últimos, os principais são sua proposta de diálogo e sua determinação de fazer a reforma política.  Diálogo, adiantou, a ser desenvolvido “com todos os setores. Com os movimentos sociais, as centrais sindicais… Temos abertura para a conversa. E o espaço privilegiado de articulação política é o Congresso”, observou.
Durante o discurso, ela repetiu que a aceleração do crescimento da economia será uma das principais metas do seu 2º governo. A presidenta detalhou: “Quero dizer quais são os principais pontos para essas mudanças em termos de metas: a aceleração do crescimento; o combate à inflação; a preservação da responsabilidade fiscal; e a continuidade da expansão do emprego,da renda e da inclusão social. É em cima desses pontos mais simples que se dará o nosso processo”.
Em resposta à proposta de diálogo feita pela presidenta e da prioridade que ele confere à reforma política, o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, anunciou que até o início do ano que vem, seu partido envia ao Congresso uma proposta própria de reforma política para debate. E Temer fez um alerta: se a reforma não for votada em 2015 dificilmente o será nos anos seguintes.
O PMDB elabora seu projeto de reforma política
“O PMDB, como partido – anunciou o vice-presidente da República – está saindo na frente, está incumbindo um grupo da Fundação Ulysses Guimarães de formalizar um projeto de reforma política que deverá ser aprovado pelo partido e depois encaminhado ao Congresso Nacional, palco próprio para cuidar dessa matéria”.
“A reforma política há muito tempo vem sendo maturada e agora já amadureceu suficientemente para ser votada no ano que vem. Convenhamos, se não for votada no ano que vem, ficará difícil votá-la nos anos subsequentes”, afirmou Temer ao anunciar a proposta de reforma de seu partido após presidir reunião do Conselho Nacional do PMDB, da qual participaram governadores, prefeitos, parlamentares e líderes da legenda.
O vice-presidente da República destacou, ainda, que o objetivo do PMDB – da base aliada do governo -  é apressar a discussão do tema. Ele não quis adiantar pontos já acertados da proposta de reforma política do seu partido, nem se ela apoiará que o tema seja aprovado via referendo popular e não por um plebiscito. O referendo tem sido defendido por outras lideranças peemedebistas como os presidentes da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e do Congresso Nacional.
“Eu, pessoalmente, sou a favor da consulta popular e acho que referendar aquilo que o Congresso fará é uma mistura que a própria Constituição já fez entre a democracia representativa e a democracia direta. Por ela (referendo ou consulta) a sociedade não teria só a palavra dos seus representantes (no Parlamento), mas também a aprovação popular. Seria extremamente útil”, considerou Temer.

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