1.27.2015

Forte calor e pouca água aumentam ocorrência de doenças de verão

Por iG São Paulo |

Estação é tempo de calor e de insolação, conjuntivite, micoses, dengue, desidratação e intoxicação; saiba como se prevenir

Insolação pode causar até perda de consciência; prevenir problemas e doenças de verão é o melhor remédio
Getty Images
Insolação pode causar até perda de consciência; prevenir problemas e doenças de verão é o melhor remédio
Para os amantes do verão, esta época do ano significa praia, férias e muita curtição. No entanto, é preciso tomar cuidado para que os dias não sejam arruinados por doenças oportunistas. Quem abusa do sol, além de queimaduras, pode ter insolação. Comida de procedência duvidosa pode levar a uma intoxicação.
O clínico geral e cardiologista Antônio Carlos Till, diretor do Vita Check-Up Center, explica como se prevenir, identificar ou ao menos suspeitar se algum desses problemas atingiu o organismo.
Insolação
O clínico geral explica que a insolação é provocada pela exposição exagerada ao sol, seja ela direta ou não. "Devemos lembrar que a areia da praia reflete os raios solares, aumentando também a temperatura corporal. Podemos ter queimaduras sérias de pele e elevação excessiva da temperatura do nosso corpo, que não consegue perder calor adequadamente", diz ele.
Till conta que os sintomas são uma falta de ar intensa, dores de cabeça, náuseas e tonturas, febre, pele quente, avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e até perda da consciência.
Leia mais: Primeiros socorros de verão
Para prevenir, ele recomenda evitar a exposição direta ao sol, principalmente nos períodos mais intensos, como das 10h às 17h. Além disso, não fazer exercícios físicos sob o sol, usar protetor solar com FPS mínimo de 30 e reaplicá-lo a cada duas horas ou depois de um mergulho.
É importante ainda usar roupas leves, beber bastante água (3 litros por dia), com o cuidado de consumir água de boa procedência, para não cair em uma intoxicação alimentar.
Desidratação
Till explica que, devido à perda de líquido pelo corpo em função de um aumento da sudorese e também da necessidade de perda de calor do nosso corpo acontece a desidratação.
Quem está desidratado sente sede intensa e fica longos períodos sem ir ao banheiro, A boca, as mucosas e os olhos também ficam ressecados. "Estes sintomas devem ser observados e tratados rapidamente, devido às consequências graves que podem surgir como insuficiência renal, problemas cardiovasculares e outros", alerta o diretor do Vita Check-Up Center.
Leia também: Desidratação interna 25 pessoas por dia no Estado de São Paulo
A melhor forma de prevenir é beber bastante água, evitar exposição excessiva ao sol e usar roupas leves. 
Intoxicação alimentar
As temperaturas altas e a grande umidade favorecem o desenvolvimento de vírus e bactérias. Quem está com diarreia, náuseas e vômitos, febre, dores de cabeça, deve ficar atento e procurar um médico, já que a intoxicação alimentar pode levar a uma desidratação grave.
Veja mais: 9 dicas para evitar a intoxicação alimentar com o ovo
"Higiene no preparo de alimentos é fundamental", afirma Till. O cardiologista recomenda que as pessoas evitem comer comidas de rua que não conheçam a procedência, optar por restaurantes e lanchonetes em que os alimentos não ficam expostos.
"Na praia, o ideal é levar seus alimentos de casa, evitando comprar sanduíches, sucos e espetinhos dos vendedores livres. Evite comer maionese ou outros molhos que possam estragar com facilidade", diz Till. Alimentos crus também entram na lista negra.
Dengue e chikungunya
O mosquito transmissor da dengue e do vírus chikungunya se prolifera mais durante o verão, por isso o cuidado tem de ser redobrado neste período do ano.
"O mosquito vetor da doença se prolifera em altas temperaturas e em água acumulada, o que favorece muito a disseminação da doença no período de verão, em que há mais chuvas e calor", diz o clínico geral.
Leia: Saiba o que é a febre chikungunya, transmitida pelo mesmo mosquito da dengue
Para prevenir a proliferação do vetor dos vírus é necessário manter caixas, tonéis e barris de água bem fechados, colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira sempre bem fechada.
Encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até sua borda também é uma medida importante.
Sintomas como febre súbita e dor de cabeça podem ser sinal da dengue clássica ou de chikungunya. O médico elenca:
Dengue clássica (sintomas são parecidos no caso de Chikungunya):
- Febre alta com início súbito;
- Dor de cabeça;
- Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles.
- Perda do paladar e do apetite;
- Náuseas e vômitos;
- Tonturas;
- Extremo cansaço;
- Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo;
- Moleza e dor no corpo;
- Dores nos ossos e nas articulações.
Dengue hemorrágica:
Till conta que, na fase inicial, os sintomas são os mesmos da dengue clássica. Depois de alguns dias ou horas, podem surgir os sintomas depois que a febre acabou, como:
 -Dores abdominais fortes e contínuas.
- Vômitos persistentes.
- Pele pálida, fria e úmida.
- Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
- Sonolência, agitação e confusão mental.
- Sede excessiva e boca seca.
- Pulso rápido e fraco.
- Dificuldade respiratória.
- Perda de consciência.
"Este quadro pode ser fatal em 24 horas, dependendo de cuidados médicos urgentes", alerta Till.
Micoses
O cardiologista explica que os fungos gostam de calor e umidade e, por essa razão, as regiões do corpo em que mais apresentam essas condições são a virilha, o espaço entre os dedos dos pés e as unhas (principalmente dos pés).
"No verão, temos mais contato com a água, seja transpirando ou pela ida à praia ou à piscina. Isso faz com que nossa pele fique úmida por mais tempo, o que favorece o aparecimento das micoses", explica o diretor do Vita Check-Up Center.
Leia mais: Unhas e saúde: uma estreita relação
Segundo o médico, os sintomas dependem do tipo de lesão. "Vão desde coceira em virilhas, com vermelhidão, até sinais como vermelhidão e descamação em lesões do couro cabeludo e maceração (pele branca e amolecida) entre os dedos, vulgarmente conhecida como frieira ou pé de atleta". Ele explica que, na micose das unhas, é bem comum a borda da unha descolar e aparecer algumas deformações e porções esbranquiçadas, além de a unha ficar mais espessa.
Para evitar que essa doença apareça, é preciso enxugar bem o corpo depois do banho, usar roupas leves, preferencialmente feitas com fibras naturais, além de calçados abertos. Roupas justas e apertadas não são bem-vindas.
"Usar chinelos ao tomar banho em locais úmidos e banheiros fora de sua casa ou locais públicos é essencial", diz o cardiologista. Além disso, ele recomenda não entrar em contato com lesões de micose de animais ou de pessoas que já estejam infectadas. Para quem vai à manicure, levar os próprios apetrechos também é fundamental para evitar a contaminação.
Os pets também merecem cuidado. "É preciso observar se o seu animal de estimação apresenta alguma alteração como pele avermelhada com escamas e pelo tonsurado, e encaminhar ao veterinário para tratamento das lesões", recomenda o médico. 
Conjuntivite
Altas temperaturas ajudam a conjuntivite a ganhar espaço. "Calor e maior umidade do ar favorece a maior proliferação de microorganismos (bactérias e vírus), que podem provocar a conjuntivite. Outro fator importante é a maior concentração de pessoas em ambientes como piscinas e clubes, o que aumenta o risco de contágio", diz Till.
Leia mais: Protetor solar pode ser perigoso para os olhos
O médico também alerta que a presença exagerada de cloro nas piscinas e também a natural água do mar também contribuem para a vermelhidão nos olhos, por causa de alergias, além de favorecer infecções.
Olhos vermelhos, lacrimejantes, coceira, sensibilidade maior à luz, e de presença de um corpo estranho são os principais sintomas da conjuntivite.
A prevenção é uma boa higiene. Manter mãos sempre limpas, lavar sempre, principalmente se for usuário de lentes de contato. "Evitar coçar os olhos se tiver tocado em objetos como teclados, maçanetas, telefones, controle remoto de TVs e outros também é uma forma de prevenção", diz o médico.
Objetos pessoais, como colírio, toalhas e fronhas, não devem ser compartilhados. E, se estiver em um ambiente em que há alguma pessoa com conjuntivite, procure se afastar. "Evite piscinas com alto teor de cloro e mantenha sempre seu olho lubrificado com colírios adequados", recomenda o cardiologista.
Consultar um oftalmologista tão logo os sintomas se manifestem é fundamental para aliviar o desconforto da doença.
Leia mais notícias de saúde

Nenhum comentário: