1.25.2015

O "mas" é o verdadeiro orgulho nacional


Eu não sou preconceituoso, mas baiano é fogo - quando não faz na entrada faz na saída; mas mulher no volante é um perigo; mas que caráter pode ter alguém que nasceu naquela favela?; mas tenho medo desses escurinhos mal encarados que pedem dinheiro no semáforo; mas cigano é tudo vagabundo; mas os gays podiam não se beijar em público - assim, eles atraem a violência para eles; mas acho o ó ter um terreiro de macumba na nossa rua; mas é aquela coisa: não estudou, vira lixeiro; mas não gostaria de ver minha filha casada com um negro - não por ele, é claro, mas os filhos deles sofreriam muito preconceito; mas esses sem-teto são todos vagabundos; mas chega de terra para índio, né?; mas uma pessoa que não é temente a Deus, não pode ter bom coração; mas se a polícia prendeu é porque alguma culpa tem; mas esses mendigos deviam ir para a periferia onde não incomodariam ninguém; mas sabe como é esse pessoal de esquerda, é tudo corrupto; mas sabe como é pessoal de direita, é tudo corrupto; mas São Paulo é São Paulo, né amiga? Não é Fortaleza; mas se a mina tava vestida daquele jeito é porque era uma vagabunda e mereceu o que levou; mas esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária; mas esse shopping já foi melhor quando só aparecia gente selecionada; mas sobe o vidro, amor, porque você não tá nos Jardins; mas bandido não tem conserto; mas o Brasil que trabalha se chama São Paulo; mas só fracassado fuma maconha; mas gente de bem não fica na rua até tarde da noite; mas trabalhador honesto não faz greve; mas esse negócio de não ter carro é coisa de hippie; mas vocês não acham que essas médicas cubanas têm cara de empregada doméstica?; mas os chargistas provocaram; mas tem jornalista que não presta e gente como o Sakamoto só fomenta o ódio.

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