Um dos cotados por Michel Temer para substituir Teori Zavascki
no STF, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, travou a negociação
de um acordo de cooperação entre os Ministérios Públicos do Brasil e da
Suíça para acelerar as investigações de corrupção na operação Lava
Jato; segundo o jornalista Jamil Chade, negociação iniciada pelo
procurador-geral Rodrigo Janot já estava avançada, mas o Ministério da
Justiça pediu o nome de suspeitos e a lista de potenciais alvos que
poderão vir a ser investigados; pedido não foi acatado pelo MP suíço; já
foram apontadas contas na Suíça de vários aliados de Temer, como José
Serra, acusado de receber R$ 23 milhões em uma conta secreta, por meio
do banqueiro Ronaldo Cézar Coelho, além de Eduardo Cunha e Henrique
Eduardo Alves, ambos do PMDB
Proposta em março de 2016 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o acordo pretende criar uma força-tarefa com o Ministério Público suíço para depurar milhares de páginas de extratos bancários, levantar identidade de suspeitos e tratar de acordos de delações premiadas ainda não celebrados.
As autoridades suíças aprovaram a iniciativa e começaram a escolher os integrantes da equipe. Passado quase um ano, porém, o lado brasileiro não conseguiu fazer sua parte nem consolidar a cooperação.
Segundo reportagem do jornalista Jamil Chade, o Executivo do Brasil pediu o nome de suspeitos e a lista de potenciais alvos que poderão vir a ser investigados. A condição causou estranhamento, e o pedido não foi acatado.
Diante da interrupção dos avanços na celebração do acordo, em novembro do ano passado, Rodrigo Janot voltou a apresentar a proposta para Michel Temer, em encontro que participou também Alexandre de Moraes e o ministro de Relações Exteriores, José Serra.
Dias depois, contudo, os suíços receberam e-mail do Ministério da Justiça no qual o governo brasileiro dizia não ter chegado a um consenso sobre o assunto e, portanto, o projeto estava cancelado. Sem entender o motivo do entrave, autoridades de Berna encaminharam a mensagem à PGR. A instituição brasileira pediu explicações a Moraes, que alegou não ter conhecimento do e-mail e prometeu solucionar o impasse.
Entre os investigados pelos ministérios públicos brasileiro e suíço estão integrantes e aliados do governo de Michel Temer, como José Serra, que é acusado de receber R$ 23 milhões em propina em uma conta secreta (leia aqui). Segundo a delação da Odebrecht, o dinheiro foi destinado a Serra por meio da conta do banqueiro Ronaldo Cezar Coelho. Este, por sua vez, pagou várias de suas despesas na campanha presidencial de 2010, como o jato usado pelo candidato tucano (leia mais).
Além de Serra, o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves também são acusados de manter dinheiro não declarado no país europeu.
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