Protestos contra Bolsonaro nos Estados Unidos
Manifestações em Nova York contra Jair Bolsonaro (PSL)
© Marcos Corrêa/PR
POLÍTICA BOICOTE
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) -
Pessoas ligados à
causa LGBT e ao meio ambiente nos EUA pressionam
empresas patrocinadoras de um evento em homenagem
a Jair Bolsonaro a não vincularem suas marcas -nem seu
dinheiro- à imagem do presidente brasileiro.Doze
grupos iniciaram esta semana manifestações diárias
que devem seguir até 14 de maio, quando Bolsonaro
vai receber a homenagem de "Pessoa do Ano" em um
jantar de gala promovido pela Câmara de Comércio
Brasil-Estados Unidos, no hotel New York Marriot Maquis,
na Times Square.
Segundo emissoras da TV americana, três empresas
já desistiram de patrocinar o evento: o jornal
Financial Times, a companhia aérea Delta Air Lines
e a consultoria Bain & Company.
De acordo com a CNN, a Bain & Company afirmou
em nota que está entre seus princípios básicos
"encorajar e celebrar a diversidade". A Delta,
por sua vez, não fez comeconfirmar sua decisão.
A partir de agora, dizem os ativistas, haverá
manifestações em frente ao hotel todos os dias para
que outras empresas resolvam retirar o
patrocínio. Eles acreditam que a pressão pode,
inclusive, fazer com que o Marriot também
desista de sediar o evento.
Além das manifestações, os grupos planejam
divulgação de cartas, ações em redes sociais e
reuniões com funcionários para tentar intensificar as pressões.
"Se as empresas não retirarem o apoio, vão sofrer
boicote", afirma Nadia Comani, do Comitê
Defend Democracy in Brazil, de Nova York.
Entre as que permanecem no hall de patrocinadores
do evento estão instituições financeiras como
Merrill Lynch, Credit Suisse,
Morgan Stanley, Citigroup, Itaú, Bradesco e HSBC.
Mas essa não é a primeira polêmica que envolve o evento
em homenagem a Bolsonaro em Nova York.
Como antecipou a Folha de S.Paulo, após o Museu
Americano de História Natural se recusar a sediar o
evento, o Marriott aceitou receber o jantar de gala
que vai dar o título de Pessoa do Ano para o presidente
e para o secretário de Estado dos EUA, Mike
Pompeo -há 49 anos, o evento homenageia um brasileiro
e um americano.
A partir daí, as pressões aumentaram.
O senador democrata Brad Hoylman, representante
da comunidade gay, enviou carta ao hotel para pedir
que o local não recebesse o presidente
. Ele diz que Bolsonaro é um "homofóbico perigoso
e violento, que não merece uma plataforma pública de
reconhecimento em nossa cidade".
O hotel tem histórico de apoio à causa LGBT.
Segundo o senador, não é possível que as empresas
tenham dois lados: "apoio aos LGBT ou a um
notório homofóbico", publicou em seu Twitter.
Na semana passada, o Museu de História Natural de
Nova York havia divulgado nota para dizer que a
reserva de seu espaço foi feita antes de ser informado
que o presidente brasileiro era um dos homenageados
e que o perfil de Bolsonaro não refletia as posições
da instituição.
O prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio,
por sua vez, pediu ao museu que não recebesse
Bolsonaro e criticou o que considera posições
homofóbicas e racistas do brasileiro, além de seu
discurso sobre a Amazônia.
Bolsonaro e seus principais auxiliares têm um
discurso considerado controverso sobre aquecimento
global e a necessidade de preservação do meio ambiente.
'Governo está promovendo desmonte total no Meio Ambiente', diz Marina
"Tudo que está sendo feito é um desmonte" disse Marina
© Nacho Doce/Reuters
BRASIL EX-MINISTRA
Aex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência Marina Silva (Rede) disse nesta quinta-feira, 25, que o presidente Jair Bolsonaro promove um "desmonte total" na área do meio ambiente.
Marina ainda afirmou ser necessária uma grande mobilização contra o projeto apoiado pelo governo para extinguir a necessidade de licenças para boa parte das atividades agropecuárias e empreendimentos de infraestrutura, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo.
"Tudo que está sendo feito é um desmonte" disse a ex-ministra, após participar de uma sessão de homenagem aos povos indígenas no plenário do Senado. "Nenhum governo em toda a história do Brasil, nem mesmo no tempo da ditadura militar, ousou o que está se tentando agora", afirmou Marina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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