A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, nesta quinta-feira, 4, uma carta supostamente escrita pelo empreiteiro Léo Pinheiro em que ele nega ter sofrido pressão dos procuradores da Operação Lava Jato para prestar depoimentos que foram considerados provas no processo do tríplex do Guarujá, que culminou com a condenação do petista. Para o advogado Cristiano Zanin Martins, o empreiteiro “fabricou” uma versão para incriminar Lula em troca de benefícios negociados com procuradores.
Diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil e divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo no último domingo mostram que os procuradores do Ministério Público Federal desconfiaram do empreiteiro durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações — a situação só mudou depois que ele resolveu incriminar Lula.
“Não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros que cometi ao longo da minha vida. Também afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal”, afirma Léo Pinheiro na carta.
A defesa do ex-presidente, entretanto, diz que, antes de incriminar o presidente Lula, em outubro de 2016, o empreiteiro sequer reconhecia a legitimidade do processo do tríplex, porque o MPF repetia uma acusação a que ele já respondia. Também indica uma petição de fevereiro de 2017, também anterior ao depoimento de Léo Pinheiro, em que a OAS Empreendimentos informa que não localizou “contratações ou doações para ex-Presidentes da República, tampouco para institutos ou fundações a eles relacionadas”.
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