7.04.2019

PF abre inquérito para investigar sargento da FAB

Manoel Silva Rodrigues foi preso na Espanha com 39 quilos de cocaína

PF abre inquérito para investigar sargento da FAB
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 2 HORAS POR ESTADAO CONTEUDO
POLÍTICA AERONÁUTICA
APolícia Federal abriu um inquérito para investigar o segundo-sargento da 
Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso na semana passada com 39 quilos
 de cocaína ao desembarcar em Sevilha, na Espanha. O objetivo da investigação
 é apurar eventuais ligações do militar com narcotraficantes e as circunstâncias que
 propiciaram a obtenção da drogaRodrigues, que é comissário de bordo, fazia parte
 de uma equipe de 21 militares que prestava apoio à comitiva que acompanhou o
 presidente Jair Bolsonaro na reunião do G-20, no Japão. O avião da Força 
Aérea Brasileira (FAB) em que estava o militar é usado como reserva da aeronave
 presidencial e, portanto, ele não fazia parte do mesmo voo que transportou o
 presidente durante a viagem.
A investigação está sob responsabilidade da Superintendência Regional da Polícia
 Federal do Distrito Federal.
Um dos caminhos dos investigadores será a análise das movimentações 
financeiras de Rodrigues. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo,
 a PF ainda estuda medidas que podem vir a ser requisitadas à Justiça com
 esse objetivo, como a quebra do sigilo bancário do militar.
A primeira apuração aberta sobre o caso no Brasil foi a da própria Aeronáutica,
 que instaurou um inquérito policial militar na semana passada. A investigação 
corre sob sigilo.
Não há impedimento na legislação militar para apuração do crime, mesmo o 
sargento estando em território estrangeiro. A droga foi encontrada pela 
Guarda Civil da Espanha ao vistoriar a bagagem de Rodrigues no aeroporto 
de Sevilha na terça-feira da semana passada. Desde então, o sargento segue 
preso na cidade espanhola.
Uma equipe da Aeronáutica vai à Espanha para interrogar o sargento. 
Segundo afirmou o presidente Jair Bolsonaro após se reunir na terça-feira, 2,
 com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete de 
Segurança Institucional, Augusto Heleno, a suspeita é de que Rodrigues 
já tenha transportado entorpecentes em outras ocasiões. "Todos nós achamos
 que não é a primeira vez que esse militar mexeu com drogas", afirmou o 
presidente logo após o encontro.
Na semana passada, o vice-presidente, Hamilton Mourão, chegou a chamar
 Rodrigues como uma "mula qualificada" - termo usado para pessoas pagas
 por traficantes para transportar droga.
Imóvel
Além do tráfico de entorpecente, Rodrigues é alvo de um processo 
administrativo aberto pela Aeronáutica para apurar possíveis irregularidades
 na ocupação de um imóvel funcional por sua ex-mulher. O apartamento está
 localizado na Asa Sul, em Brasília.
A reportagem esteve no condomínio e, de acordo com vizinhos, o sargento
 sempre aparentou ser um homem simples, que nunca demonstrou ter uma 
vida de ostentação.
Conforme o jornal mostrou, o sargento devia até meados de junho o 
condomínio de um apartamento em Taguatinga, no entorno de Brasília,
 do qual é proprietário. Ele pagou o débito de R$ 1.381,25 - referentes a 
três mensalidades - após ter sido cobrado judicialmente.
Vídeo
A Força Aérea Brasileira instaurou procedimento para apurar vídeo de 
um ex-soldado que chama a instituição de "Força Aérea da Biqueira". 
As imagens mostram um jovem com uniforme fumando cigarro em um
 espaço militar. A FAB disse que as pessoas presentes no vídeo não fazem
 mais parte da instituição, mas não deu mais detalhes. "Biqueira", 
na linguagem popular, é o nome dado ao ponto de comercialização de drogas.
Perguntas e respostas
1.Quem é o militar preso?
Manoel Silva Rodrigues é um segundo-sargento da Aeronáutica. Já realizou,
 desde 2015, pelo menos 29 viagens - voou em comitivas do presidente 
Jair Bolsonaro, de Michel Temer e de Dilma Rousseff. O sargento integrava
 grupo de 21 militares que acompanhava a viagem de Bolsonaro ao Japão, 
onde o presidente participaria do G-20.
2. O militar estava no avião de Bolsonaro?
O avião em que estava o militar é usado como reserva da aeronave presidencial.
 Portanto, a comitiva da qual ele fazia parte não estava no mesmo avião que
 transportava Bolsonaro e que decolou em 25 de junho de Brasília.
3. Como foi feita a detenção?
Rodrigues foi preso durante uma averiguação aduaneira de rotina no
 aeroporto de Sevilha. A aeronave da FAB que transportava o militar fazia 
uma escala na cidade espanhola, de onde seguiria para o Japão. De acordo
 com o jornal espanhol El País, ao abrir a mala de mão do passageiro, 
os agentes encontraram 39 quilos de cocaína.
4. O que disse o governo sobre o caso?
A FAB informou que um Inquérito Policial Militar apura o episódio. 
"Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio é inaceitável.
 Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável", afirmou 
Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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