Stedile: Sem base nem projeto, Bolsonaro
tende a ficar cada dia mais isolado
Para dirigente nacional do MST, as contradições do governo estão
cada vez mais evidentes; "falta projeto de
nação"
A rápida perda de popularidade do
presidente Jair Bolsonaro (PSL) – apontada por seguidas pesquisas de opinião
pública desde o início do governo – deve se acentuar com o tempo
e deixá-lo cada dia mais isolado, uma vez que o ex-capitão não
conseguiu até agora apresentar um projeto para o país nem dispõe
de base social capaz de sustentar por muito tempo seu discurso belicista e
antipopular.
A avaliação é de João
Pedro Stedile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina Internacional.
“A sociedade brasileira está estarrecida
com o discurso e a prática dele. Então, é como se, a cada mês,
a população ficasse mais impactada pela forma como o Bolsonaro explicita
- de maneira honesta, do ponto de vista dele - sua visão de sociedade, mundo
e Brasil. Essa visão explicitada pelo Bolsonaro, todos os dias, choca com
a cultura, a política e os costumes do povo brasileiro. Portanto, eu acredito
que, inclusive - como é essa tendência - quanto mais passar o tempo,
mais isolado o Bolsonaro ficará”, afirmou Stedile em entrevista ao Brasil
de Fato.
Para ele, o isolamento se dará em várias
frentes, e não apenas no campo popular. “Quem forma opinião pública
na sociedade não é só a Globo. São as igrejas, escolas,
universidades, vizinhos, bares”, diz. “A ilusão que ele teve de
que, pela internet e pelas redes, seguiria manipulando, se desfez. A manipulação,
quando é baseada em uma mentira, tem um tempo de duração muito
curto”.
Segundo Stedile, a esquerda e as forças populares
precisam apresentar ao país um projeto estrutural que garanta emprego, renda
e melhores condições de vida. Para que tais ideias cheguem à
população, segundo o dirigente, um dos desafios da esquerda é
aprimorar sua comunicação com as massas.
“Não há uma receita única,
há mil e uma formas de comunicação de massa, que vão
desde o rádio, o jornal, o boletim, a pichação, uma música
ou uma manifestação cultural”, diz. Mais adiante, completa: “Os
movimentos populares e a esquerda em geral têm que renovar os métodos
de fazer a pedagogia de massas, ou seja, como trabalhar de forma diferente para conscientizar
o povo”.
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