Conselhos sobre a cervejinha
Quando consumimos os vários tipos de bebida alcoólica disponíveis duas questões devem ser bem entendida
O teor alcoólico das bebidas (que varia de acordo com a bebida);
O grande teor calórico dessas bebidas: 7 Kcal por grama.
Esta caloria é chamada de caloria vazia, ou seja, o álcool não fornece nenhum tipo de nutriente para o organismo. Devido a esse valor energético, o indivíduo que bebe grande quantidade de bebida alcoólica não sente fome.
Cerca de 1/4 da população adulta em algum período de suas vidas apresenta algum problema crônico associado ao álcool, sendo que o alcoolista compreende 10 da população aproximadamente.
É considerado um bebedor excessivo, aquele indivíduo que consome diariamente:
Homens: 3 e 1/2 copos de vinho, 2 garrafas de cerveja ou 3 e 12 doses de destilados;
Mulheres: 2 copos de vinho, 1 garrafa de cerveja ou três doses de destilados.
Apenas como curiosidade, a obtenção do álcool etílico pode se dar pelo processo da fermentação, como no caso das cervejas e vinhos, ou por destilação, como no caso da cachaça, do uísque, rum, vodka, gim e conhaque. Eis o teor de álcool de algumas bebidas.
Ações do Álcool no Organismo Humano
O álcool etílico funciona inicialmente como estimulante do sistema nervoso, irritando as células cerebrais, o que irá provocar multiplicação de idéias, aumento da auto-confiança, fuga das frustrações e euforia.
Estes sintomas agradáveis são os responsáveis pelo início do ato de beber; no entanto, todos eles desaparecem à medida que se eleva o nível de álcool no sangue.
O primeiro dos sintomas maléficos relacionados à ingestão de bebidas alcoólica, freqüentemente associado ao alcoolismo, é o palimpsesto alcoólico, que compreende em uma fuga de memória não relacionada com a perda da consciência. Após a ingestão do equivalente a 600 gramas de álcool absoluto, o bebedor não apresenta sintoma de embriaguez, mantém conversação razoável e efetua uma série de atos minuciosos, mas no dia seguinte, não tem a menor lembrança do que se passou. Este sintoma é um sinal de alerta do alcoolismo incipiente, mas passa desapercebido e a doença pode progredir para as fases agudas do alcoolismo chegando até o estágio crônico.
Além do risco do alcoolismo, o organismo sofre a influência do álcool, que em certa quantidade, leva a um estado de desnutrição, e diminuição das defesas orgânicas.
O alcool etílico é, portanto, o vilão a ser combatido. No aparelho digestivo, ele age como irritante da mucosa, levando à sensação de queimação, e favorecendo o aparecimento de gastrite, hemorragias digestivas, câncer de esôfago e gástrico.
No fígado, pode resultar em hepatite alcoólica, cirrose e câncer
No coração, há risco de insuficiência circulatória, pulso irregular, hipertensão arterial, aumento da silhueta cardíaca, arritmias, insuficiência cardíaca e necrose cardíaca.
São freqüentes também as infecções urinárias. Pode desencadear ainda alterações endócrinas, mais comumente ligadas à função dos testículos, o que pode levar a uma diminuição da sexualidade
No sistema nervoso central, as lesões podem ser graves, terminando até no quadro de demência alcoólica.
Se você tem pressão alta, mais cuidado ainda com o álcool!
Pesquisas e estudos indicam que beber demais eleva a pressão arterial. Por outro lado, diminuir a bebedeira abaixa a pressão tanto em quem tem a doença, quanto em quem não a tem.
O por que dessa relação ainda é pouco conhecido. O consumo agudo de álcool causa uma elevação rápida da pressão arterial, devido ao seu efeito vasoconstritor direto em alguns vasos sanguíneos.
A ingestão de bebida alcoólica máxima recomendada se limita a 30ml de álcool por dia. Trocando em miúdos, isso equivale a :
§ 1 garrafa de cerveja (600 ml);
§ 2 taças de vinho (250 ml);
§ 1 dose de destilados (60 ml).
Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres, indivíduos com sobrepeso e/ou triglicérides elevado. O consumo diário maior que as quantidades descritas e/ou grandes quantidades num único dia associam-se a risco cardiovascular elevado.
E os famosos benefícios do álcool para a saúde?
De fato existem alguns indícios de que a ingestão moderada de vinho tinto pode exercer um efeito protetor modesto contra a doença arterial coronariana.
Em 1992, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston provaram que o hábito de tomar um copo de vinho tinto às refeições ajudava os franceses a manter o coração saudável. Segundo o chefe da pesquisa, Curtis Ellinson, os responsáveis eram os compostos encontrados na casca da uva. Entre eles o que mais se destacou foi um com o efeito de diminuir as taxas de colesterol, conhecido pelos cientistas por RESVERATROL. A quantidade diária recomendada pelo pesquisador é de dois cálices de vinho tinto junto com as refeições.
O cuidado que se deve ter é que O MESMO EFEITO PROTETOR PODE SER OBTIDO PELO SUCO DE UVA, segundo pesquisa do Instituto do Coração de São Paulo.
Portanto, depois de tantos motivos, o álcool pode muito bem ser evitado. O álcool etílico interfere na fisiologia do organismo, e tem ações prejudiciais na coordenação motora, dificuldades de raciocínio, diminuição de reflexos e perturbações visuais que podem levar desde acidentes de trânsito a desvios de conduta social indesejáveis.
Pelo ponto de vista estritamente nutricional, a contribuição calórica do álcool só atrapalha quem quer reduzir peso, ou manter a silhueta legal. Aquela barriguinha de chopp agradece quem decide diminuir o consumo de álcool.
Pense bem: em uma cerveja de 600 mL, teremos aproximadamente 28 mL de álcool, o que equivale a 196 kcal! Agora some os outros componentes da cerveja como os cereais maltados, e outros carboidratos...Acredite, o melhor mesmo é moderar o consumo!
Fonte: Cardoso, Leonardo Mendes. Alcoolismo - questão de bom senso. São Paulo: PAULUS. 1996. 53p.
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