3.18.2009

Novo exame pode detectar Alzheimer em estágio inicial



Cientistas americanos conseguiram predizer 87% dos casos em que pacientes desenvolveram a doença

WASHINGTON - Um novo exame pode detectar de maneira precisa o mal de Alzheimer em seu estado mais cedo, antes do surgimento de sintomas de demência e de que seu avanço chegue a ser irreversível e impossível de reduzir, segundo cientistas norte-americanos. Os resultados da pesquisa, feita por uma equipe de estudiosos do Departamento de Medicina da Universidade da Pensilvânia, foi divulgado na edição online da revista Annals of Neurology.

Mediante a esse novo exame médico, que analisa os níveis de proteínas na medula óssea, os cientistas conseguiram predizer com uma exatidão de 87% que pacientes com problemas iniciais de memória e outros sintomas de deterioração cognoscitiva seriam diagnosticados com o mal de Alzheimer. "Com este exame podemos detectar de uma maneira confiável o mal de Alzheimer e controlar a doença", diz Leslie Shaw, do Departamento de Medicina da Universidade da Pensilvânia.


Leslie considera que o exame permitirá submeter a um tratamento em uma fase inicial os pacientes com o risco de desenvolver a doença e facilitará a busca de soluções que possam atrasar a doença ou mesmo diminuir a degeneração neurológica. Os cientistas se propuseram a criar um exame padronizado que se centre nos níveis de duas proteínas "clássicas" associadas ao Alzheimer: peptídeo beta-amilóide e tau.


A doença é a manifestação mais comum da demência e se caracteriza pela perda progressiva de memória e outras faculdades mentais, as quais, somadas a outras degenerações orgânicas, provocam a morte do paciente. O acumulo excessivo no cérebro de proteínas beta (em forma de placas beta-amilóide) e tau (em forma de gânglios tau) representa a manifestação física do Alzheimer.


A equipe analisou exames da medula óssea de 410 pacientes de 56 lugares dos Estados Unidos e do Canadá que faziam parte de um extenso estudo sobre o mal de Alzheimer. Também estudou a análise de voluntários com um estado cognitivo normal e de pessoas mortas e que tinham sofrido o mal de Alzheimer, apesar de, neste caso, terem sido utilizados provas das autópsias.


Em 95,2% dos casos, o teste descartou as possibilidades de desenvolver o mal de Alzheimer, e em 81,8% informou que as pessoas com uma deterioração cognitiva leve desenvolveriam a doença. Atualmente, 26 milhões de pessoas sofrem com mal de Alzheimer e os especialistas calculam que, até 2050, sejam 106 milhões.

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