3.17.2009

Sintomas e os fatores de risco do AVC

Problema é cada vez mais comum e requer tratamento imediato.
Hipertensão, diabetes e tabagismo aumentam chance de derrame.

O acidente vascular cerebral sofrido pelo deputado Clodovil Hernandes mostra a importância do conhecimento, por parte da população, dos sinais e sintomas desse problema. Os acidentes vasculares cerebrais ou derrames, como são conhecidos pelos leigos, podem ser de dois tipos: isquêmicos, quando falta sangue ao cérebro, ou hemorrágicos, quando acontece um sangramento dentro do cérebro.

Nos acidentes hemorrágicos, um vaso sanguíneo, artéria ou veia se rompe e o sangue se espalha. Um bom exemplo de como isso pode ocorrer é a ruptura de um aneurisma. Já os acidentes isquêmicos acontecem quando uma artéria fica obstruída, impedindo o fluxo de sangue normal para as células do cérebro. Dependendo da localização da artéria obstruída, uma área maior ou menor do cérebro ficará sem receber oxigênio e nutrientes.

Como reconhecer um AVC

Os acidentes vasculares cerebrais são emergências médicas, e o tempo é o fator crucial para permitir um atendimento adequado e melhores chances de recuperação, além de menos sequelas posteriores.

Portanto, é importante lembrar que qualquer pessoa que apresente uma alteração que possa significar uma mudança do funcionamento cerebral deve ser levada a um serviço de emergência para avaliação. Quais os sinais que devem ser observados?

Perda súbita da força ou dos movimentos em um dos membros ou face, geralmente atingindo um dos lados do corpo; perda da visão de um dos olhos de forma súbita; dificuldade de equilíbrio do corpo para caminhar ou mesmo se manter de pé; dor de cabeça súbita e muito intensa inesperada.

Uma observação importante: todos esses sinais podem ocorrer de forma fugaz com recuperação espontânea, mas mesmo assim a avaliação especializada é indispensável.

A prevenção, como sempre, é a melhor opção. Para isso, é preciso conhecer os principais fatores de risco para a ocorrência de um AVC.

A hipertensão arterial é a principal causa associada aos derrames. Os hipertensos, se não tratados adequadamente, têm de quatro a seis vezes mais chances de sofrer um AVC. Estudos científicos mostram que, apesar do diagnóstico de hipertensão ser feito com frequência, o tratamento não é seguido na maioria dos casos.

Além da hipertensão, outros fatores contribuem para tornar o acidente vascular cerebral uma epidemia real em nossa sociedade. A fibrilação atrial, uma alteração do ritmo do coração, aumenta o risco de derrames. O diabetes e o tabagismo também são vilões para a ocorrência de um AVC.

As opções de tratamento

O cérebro humano, quando atingido por um acidente vascular, pode ser salvo se receber tratamento adequado e em tempo. Os acidentes isquêmicos são os mais freqüentes, respondendo por mais de 85% dos “derrames” -- aqueles causados quando uma artéria fica obstruída por um coágulo, impedindo o sangue de alimentar as células.

Existe um tratamento para desobstruir as artérias: trata-se da injeção de uma substância capaz de dissolver esses coágulos – os trombolíticos. Ela atua sobre o coágulo e pode restaurar o fluxo natural de sangue. Infelizmente, poucos pacientes recebem esse tratamento.

Mesmo nos Estados Unidos, segundo um trabalho realizado pela Cleveland Clinic de Ohio, somente 2% das vítimas de acidentes vasculares cerebrais recebem o tratamento com trombolíticos. A principal causa para essa pequena utilização está no fato de que o tratamento só é efetivo se for administrado nas primeiras três horas após o início dos sintomas.

Além dessa razão, existem contra-indicações ao método que devem ser respeitadas pela equipe que está tratando da vítima do derrame. Um paciente tratado a tempo pode ficar sem déficits neurológicos ou ter as conseqüências do problema bastante diminuídas.

O que deve ser feito

É muito importante prevenir a ocorrência dos AVCs através do controle dos fatores de risco. Além disso, é fundamental que a população reconheça os sintomas dos derrames a tempo e que o tratamento esteja disponível para todos que precisarem.

Globo.com

Derrame: uma das doenças que mais afetam o brasileiro
AVC é causado por entupimento ou ruptura de vaso sanguíneo do cérebro. Alimentação saudável e exercícios ajudam na prevenção

Rio - O AVC (Acidente Vascular Cerebral), também conhecido como derrame cerebral, doença que matou o estilista e deputado federal Clodovil Hernandes, é uma das maiores causas de internações e mortes no Brasil: 151.200 pessoas foram internadas ano passado para tratar do mal, de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio, Ivanésio Merlo, o AVC é responsável por 10% dos óbitos do País.

O derrame pode se originar de entupimento de vasos sanguíneos (isquêmico) ou da ruptura de um deles (hemorrágico), caso de Clodovil. Segundo Merlo, a realização de exames periódicos é fundamental para a prevenção. Além disso, é preciso adotar alimentação balanceada (com frutas, legumes, verduras e carnes magras, evitando gorduras e doces) e fazer exercícios regularmente. Quanto mais idosa a pessoa, maior deve ser o cuidado. Merlo alerta que até os efeitos das alterações emocionais pode causar o problema. “Uma emoção muito forte ou um estado de estresse alto podem levar ao rompimento de um vaso, caso a pessoa já tenha pressão alta”, explica o médico.

De acordo com o neurocirurgião Aníbal Dragão, do Hospital Balbino, o AVC pode ocorrer sem que a pessoa perceba, caso atinja região pouco importante do cérebro. O mal, no entanto, pode provocar problemas motores e redução da visão e da capacidade cognitiva. “Quem tem movimentos prejudicados pode recuperá-los através de fisioterapia porque os nervos não atingidos aprendem a realizar movimentos”.

Segundo Aníbal Dragão, Entre os fatores de risco do AVC estão: hipertensão, diabetes, tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas ilícitas, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, sedentarismo e doenças hematológicas, além do envelhecimento.

SINTOMAS

DOR DE CABEÇA
Um dos sinais de possível AVC é dor de cabeça forte e repentina, sobretudo se acompanhada por vômitos.

DORMÊNCIA
Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo.

PARALISIA
Dificuldade ou incapacidade de fazer movimentos.

PERDA DA FALA
Perda repentina da fala ou dificuldade para se comunicar e entender o que é dito.

VISÃO ALTERADA
Perda da visão ou dificuldade para enxergar.

OUTROS SINAIS
O AVC isquêmico pode ser acompanhado ainda de tontura e perda de equilíbrio. Ao hemorrágico podem se associar náuseas e convulsões.

Fonte : O Dia

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