1.09.2010

PNEUMONIA


Pneumonia em adultos.

O que é pneumonia1?

Pneumonia é uma inflamação nos pulmões geralmente causada por uma infecção6 por bactérias, vírus, fungos ou outros parasitas. Esta doença representa uma preocupação particular em pessoas com mais de 65 anos, crianças pequenas, portadores de doença crônica ou deficiência no sistema imunológico. Ela também pode ocorrer em jovens e em pessoas saudáveis.

Frequentemente a pneumonia1 é uma complicação de uma outra condição, como por exemplo de um resfriado comum. Os antibióticos podem tratar a maioria das formas de pneumonias bacterianas, mas a resistência das bactérias aos antimicrobianos tem aumentado principalmente pelo uso incorreto de medicamentos.

Pacientes com pneunomia são muitas vezes internados e, dos internados, de 5 a 10% são encaminhados para tratamento em unidade de tratamento intensivo (UTI).


Quais são os sintomas2?

Os sintomas2 podem variar bastante, dependendo das condições de saúde da pessoa e do tipo de microorganismo que está causando a infecção6. Muitas vezes, a pneumonia1 mimetiza um resfriado comum no seu início, começando com febre8 e tosse, e pode não ser reconhecida como uma condição mais séria.

Os sintomas mais frequentes são:

Febre
Tosse inicialmente seca que evolui para tosse produtiva
Respiração rápida (taquipneia)
Dor no peito ou dor torácica, que torna-se mais forte com os movimentos respiratórios e com a tosse
Sudorese
Calafrios
Dor muscular
Dor de cabeça
Perda de apetite
Fraqueza
Náuseas
Vômitos

Pessoas que fazem parte dos grupos de risco para pneumonia1, como idosos, crianças abaixo de um ano de idade, doentes crônicos ou pessoas com déficits imunológicos podem apresentar poucos sintomas. Os idosos, ao invés de ter a febre8 alta que muitas vezes está presente na pneumonia1, apresentam queda da temperatura e alteração do sensório na ausência de sintomas2 respiratórios.


Como a pneumonia1 acontece?

Estamos frequentemente expostos a bactérias e vírus que causam pneumonia1, mas nosso corpo possui defesas (tosse, espirro, flora de microorganismos que vive em nosso organismo sem causar doenças e nos protegendo, células do sistema imune, etc.) para evitar invasão e danos ao sistema respiratório.

A pneumonia1 ocorre quando estas defesas falham e microorganismos chegam aos pulmões, causando inflamação e infecção.

A pneumonia1 bacteriana é a mais frequente, ocorrendo em aproximadamente 50% dos casos. A causa mais comum é uma bactéria chamada pneumococo. As pneumonias virais podem ser causadas por muitos tipos diferentes de vírus. Ocorrem mais comumente no outono e no inverno. Elas podem ser complicadas por pneumonias bacterianas.


Como os microorganismos que causam a pneumonia1 chegam ao organismo?

Os microorganismos podem chegar ao pulmão por:

Aspiração de secreções da orofaringe
Inalação de aerossóis
Disseminação hematogênica (através da corrente sanguínea)
Disseminação a partir de um foco infeccioso na parede torácica, no mediastino15 ou no andar superior do abdome
Reativação local

Como o diagnóstico3 é feito?

O diagnóstico3 de pneumonia1 é feito com a história clínica do paciente, um exame físico detalhado e a realização de uma radiografia do tórax.

A radiografia é importante para confirmar ou excluir o diagnóstico3 de pneumonia1, determinar sua extensão e localização, avaliar a gravidade ou a ocorrência de complicações e auxiliar no diagnóstico3 diferencial com outras patologias.

Nos casos mais graves, alguns exames complementares podem ser solicitados para definir melhor as condições do paciente. Geralmente são realizados hemograma, glicemia, ureia e creatinina, eletrólitos, proteínas18 totais, pH, gasometria arterial, sorologia para HIV ou exames da secreção.

Estes exames são realizados para verificar a contagem das células de defesa (leucócitos) e localizar informações que identifiquem infecção6 por vírus7, bactérias ou outros microorganismos específicos, além de estabelecer a gravidade do quadro clínico.

Para o diagnóstico do agente etiológico da pneumonia1 (o que nem sempre é possível determinar) estão disponíveis alguns exames como hemocultura, estudo microbiológico do escarro, toracocentese (quando há derrame pleural), aspirado transtraqueal, lavado broncoalveolar, punção transtorácica, exames sorológicos e pesquisa de antígenos urinários.


Quando visitar um médico?

Já que a pneumonia1 pode trazer riscos à saúde, o ideal é procurar um médico no início dos sintomas2. Ou seja, quando apresentar tosse persistente, dificuldade para respirar, dor torácica que piora com os movimentos respitratórios, febre8 (principalmente acima de 38,9°C, com calafrios ou sudorese9) e sempre que após um resfriado a pessoa observar uma piora dos sintomas2.

Você deve estar alerta principalmente se for idoso, fumante, ingerir bebidas alcóolicas em excesso, ter uma doença de base, estar fazendo quimioterapia ou usando medicação por longo período como, por exemplo, prednisona que pode prejudicar a atividade do sistema imune.

Para idosos e pessoas com doenças cardíacas a pneumonia1 pode ser uma ameaça à saúde. O médico deve ser procurado precocemente.

Quais os fatores de risco?

Fatores associados ao aumento do risco para pneumonia1 incluem:

Idade. Pessoas com mais de 65 anos, principalmente aquelas com patologias associadas e crianças muito pequenas que não tem ainda o sistema imunológico totalmente desenvolvido têm maior risco de desenvolver pneumonia1.
Certas doenças. Doenças que geram deficiências imunológicas com HIV/AIDS, doenças cardiovasculares, enfisema e outras doenças pulmonares e diabetes.
Uso de drogas imunossupressoras por longo período de tempo e quimioterapia21 podem também aumentar o risco.
Abuso de álcool e cigarro. O epitélio respiratório é responsável pela filtração, aquecimento e umidificação do ar inspirado. A filtração é possível graças à presença de muco secretado pelas células caliciformes e dos cílios que orientam seus batimentos em direção à faringe, impedindo a entrada de partículas estranhas no pulmão.
Irritantes como o tabaco paralizam os cílios, causando acúmulo de secreção nas vias aéreas. Estas secreções tem bactérias que podem causar pneumonia1.
O álcool interfere no reflexo faríngeo e na função das células brancas de defesa.
Internação em unidade de tratamento intensivo. As pneumonias adquiridas em hospital tendem a ser mais graves do que os outros tipos de pneumonia1.
Portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e uso de corticoide por mais de 24 semanas. Estas condições podem aumentar o risco de ter penumonia, possivelmente pneumonias graves.
Exposição a certos químicos e poluentes. O risco de desenvolver alguns tipos incomuns de pneumonia1 pode estar aumentado para aqueles que trabalham com agricultura, construção civil, em certas indústrias químicas ou com animais. Exposição à poluição do ar ou ao fumo pode contribuir para a inflamação4 do pulmão, o que torna mais difícil o papel de filtração pulmonar.
Cirurgias ou danos traumáticos. Pessoas que passaram por cirurgias ou traumas e estão imobilizadas podem apresentar pneumonia1, pois estas condições dificultam a tosse – que funciona como mecanismo de defesa para limpar os pulmões5 – acumulando secreções nos pulmões e promovendo o crescimento de bactérias.

Como é o tratamento?

O tratamento da pneumonia1 varia de acordo com sua extensão, severidade dos sintomas, imunidade do indivíduo acometido e tipo de agente que está causando a doença.

Bacteriana. Tratada com antibióticos. Mesmo que você se sinta melhor logo após o início da medicação, o tratamento não deve ser abandonado, mas continuado durante todo o tempo prescrito pelo médico. Parar com a medicação fora de hora pode fazer com que a pneumonia1 volte de forma mais grave.
Viral. Os antibióticos não tratam pneumonias virais. Algumas delas podem responder aos antivirais, mas o tratamento geralmente recomendado é repouso e hidratação adequada, além do uso de medicações para febre.
Mycoplasma. O Mycoplasma pneumoniae é tratado com antibiótico. Mas a recuperação pode não ser imediata.
Em alguns casos a fadiga pode continuar mesmo após o tratamento da infecção. Os sintomas simulam um resfriado forte e muitas pessoas não procuram ajuda médica, não são diagnosticadas, nem recebem tratamento adequado.
Fungos. Antifúngicos tratam as pneumonias causadas por fungos.
Muitas pneumonias podem ser tratadas em casa, mas algumas precisam de hospitalização e medicações intravenosas para ajudar na recuperação. Após um período de cerca de 3 ou 4 dias, na maioria das vezes, o tratamento pode ser completado em casa com antibióticos de uso oral.


Devo consultar um médico depois de um tratamento para pneumonia1?

O médico deve agendar um retorno após o término do tratamento para ver se você está passando bem. Esta consulta de retorno é especialmente importante para fumantes e portadores de DPOC.

Nas formas não graves de pneumonias adquiridas na comunidade e com boa evolução clínica não há necessidade de controle radiológico após o tratamento.

Caso você não esteja se sentindo melhor, este retorno é uma oportunidade para falar com seu médico e pode ser antecipado quando necessário. O médico pode mudar o curso do tratamento e solicitar outros exames para esclarecer o diagnóstico3.

Além do tratamento medicamentoso, o que eu posso fazer para ajudar na recuperação de uma pneumonia1?

Se você está com pneumonia1, as medidas abaixo podem ajudar na recuperação mais rápida e diminuir as chances de complicações:

Descanse. Descansar bastante pode fazer você se sentir melhor.
Fique em casa, não vá à escola ou ao trabalho até que a temperatura volte ao normal (igual ou abaixo a 37,5°C) e você pare de expelir muco/secreções. Esta recomendação depende do quanto você está doente. Em caso de dúvida, pergunte ao seu médico.
Hidrate-se bem, especialmente com água. A ingestão de líquidos vai ajudar na eliminação de secreções e prevenir a desidratação.
Tome a medicação conforme prescrição médica. Parar a medicação antes da hora pode fazer com que sua pneumonia1 volte e contribuir para o aumento da resistência bacteriana aos antibióticos disponíveis.
Compareça à consulta de retorno. Mesmo que você esteja se sentindo bem, seus pulmões5 podem não estar completamente recuperados, por isso é importante que seu médico verifique sua evolução clínica.

Quais são as complicações de uma pneumonia1?

A evolução de uma pneumonia1 depende do estado de saúde da pessoa, de quão extensa a pneumonia1 se apresenta e do agente causador da infecção6.

Podem ser complicações de uma pneumonia1:

Infecção6 generalizada ou septicemia. A bactéria13 causadora da pneumonia1 invade a corrente sanguínea e se espalha para outros órgãos.
Derrame pleural. É o acúmulo de líquido entre as pleuras parietal e visceral, o que pode tornar a respiração difícil.
Abscesso pulmonar. Cavidade contendo pus29 que se forma em área pulmonar afetada pela pneumonia1.
Síndrome da angústia respiratória aguda. A pneumonia1 envolve grandes áreas dos pulmões5, tornando a respiração difícil e privando o organismo de oxigênio.

Classificação e prevenção

Existe uma classificação para as diferentes pneumonias?

A pneumonia1 pode ser classificada de acordo com a sua causa:

Pneumonia1 adquirida na comunidade
Refere-se às pneumonias adquiridas no curso normal da vida, ou seja, na escola, no trabalho, no supermercado. Enfim, em atividades rotineiras realizadas por qualquer pessoa. A causa comum é a bactéria2 Streptococcus pnemoniae (pneumococo). Outra causa menos comum é o Mycoplasma pneumoniae, um pequeno microorganismo que produz poucos sintomas comparado a outras bactérias que causam a pneumonia1.

Pneumonia1 hospitalar
Pessoas hospitalizadas podem correr o risco de contrair pneumonia1, principalmente aquelas que precisam usar ventiladores mecânicos para respirar artificialmente, os internados em unidades de tratamento intensivo ou com doenças que debilitam o sistema imune. Este tipo de pneumonia1 pode ser extremamente sério, especialmente em idosos, crianças pequenas e pessoas com doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) ou HIV4/AIDS.

A pneumonia1 hospitalar pode se desenvolver em 48 horas após a internação. Esta categoria inclui as pneumonias pós-operatórias – mais comuns em pessoas com mais de 70 anos que passaram por uma cirurgia abdominal ou torácica – e as pneumonias associadas a cuidados médicos adquiridos em centros de tratamentos crônicos em que se usam medicamentos de infusão intravenosa ou centros de diálises renais.

Um fator predisponente comum é o refluxo gastroesofágico5 (RGE).

Pneumonia1 aspirativa
A pneumonia1 de aspiração ocorre quando há entrada de secreções da via aérea superior ou do estômago para dentro dos pulmões7. Frequentemente, o conteúdo que é aspirado para um ou ambos pulmões7 é o suco gástrico que, por ser ácido, inicialmente causa uma pneumonite8 (inflamação9) nos pulmões7 e depois a pneumonia1 propriamente dita.

Ela é mais frequente em bebês, idosos, pacientes com danos cerebrais, pessoas que consomem muita bebida alcóolica, pessoas com dificuldade de deglutição11 como pacientes com esclerose amiotrófica lateral, doença de Parkinson12 e acidentes vasculares cerebrais.

Pneumonia1 causada por organismos oportunistas
Este tipo de pneumonia1 afeta pessoas com o sistema imune debilitado. Microorganismos que não causam danos em pessoas saudáveis podem ser perigosos para pessoas com AIDS ou outra doença que afeta o sistema imune, como aqueles que fazem transplantes, usam corticoides em dose imunodepressiva ou estão em uso de quimioterapial.

Pneumonia1 por outros patógenos
Epidemia do vírus influenza H1N5 (gripe15 aviária) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) causaram pneumonias infecciosas letais mesmo em pessoas saudáveis, como é o caso agora do vírus influenza H1N1. Algumas vezes, fungos e a bactéria da tuberculose também podem causar pneumonia1.


O que fazer para prevenir a pneumonia1?

Lave as mãos. As mãos geralmente são o primeiro contato com germes causadores de pneumonia1. Estes germes entram no corpo quando você toca seus olhos, nariz ou boca. Lavar as maõs com água e sabão ajuda a diminuir o risco de contaminação. Quando lavar não for possível, use álcool em gel.
Evite o cigarro. Fumar destroi as defesas naturais dos pulmões7.
Vacine-se. É recomendada a vacinação contra o vírus influenza (vacina18 contra influenza) e a vacinação contra o pneumococo (vacina anti-pneumocócica).
A vacina18 contra influenza faz parte do Programa Nacional de Imunização19 para todas as pessoas com mais de 60 anos e nos Centros de Referência de Imnunobiológicos Especiais pode ser aplicada nos grupos de risco como imunodeprimidos, transplantados, profissionais de saúde, portadores de doenças crônicas cardíacas, neurológicas, nefrológicas, pneumopatias ou hepatopatias crônicas e nos asplênicos (pessoas que não tem o baço).

Existem dois tipos de vacina18 anti-peumocócica: a vacina18 polissacarídica valente (Pn23) e a vacina18 conjugada 7 Valente (Pn7). Esta última pode ser aplicada em crianças a partir de 2 meses de idade até os cinco anos. A vacina18 Pn23 está indicada para pessoas com mais de 60 anos e aqueles em situações de risco para a doença pneumocócica (mesmo grupo de risco citado acima).

Cuide da sua saúde. Ter uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos associada a exercícios físicos regulares ajuda a manter o organismo saudável, fortalecendo o sistema imunológico.
Trate o refluxo gastroesofágico5. Caso você tenha refluxo, tratar os sintomas3 do refluxo gastroesofágico5 ajuda a prevenir a pneumonia1.
Emagreça se você está acima do peso. A obesidade está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. Perder peso também ajuda no tratamento do refluxo gastroesofágico.
Proteja os outros da sua infecção. Se você está com pneumonia1, evite o contato próximo, principalmente com pessoas com comprometimento do sistema imunológico. Quando não for possível, use máscara facial e evite tossir sem tampar a boca com um lenço.

Procure um clínico geral ou um pneumologista caso você sinta os sintomas3 da pneumonia1.

Fonte- abc.med.br

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