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1.08.2010
FUMANTES (CUIDADO)
Há milhares de anos as pessoas vêm fumando ou mastigando folhas de tabaco (o nome científico da planta é Nicotiana tabacum).
O tabaco foi encontrado e cultivado pela primeira vez nas Américas, talvez por volta de 6.000 a.C. Após a descoberta e colonização do continente, o tabaco foi amplamente exportado para a Europa continental e outras partes do mundo. Mesmo em seus primeiros dias, o uso do tabaco já causava polêmica.
Alguns louvavam suas propriedades medicinais. Um exemplo disso é que o tabaco supostamente deveria proteger contra os males causados pela peste. Desde o século 17 as pessoas especulavam que poderia haver uma ligação entre doenças, como o câncer, e o uso do tabaco.
Desde então, as pesquisas têm fornecido evidências dessa ligação, e as propagandas públicas que alertam sobre os riscos causados à saúde pelo tabaco são veiculadas regularmente na TV.
Lei em SP
Com dois meses de vigência, adesão à lei antifumo em SP é de 99%, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. A zona leste da capital paulista foi a região que mais respeitou a legislação.
E o que é que o tabaco tem que, apesar de todos as advertências, deixa as pessoas tão obstinadas em usá-lo? Fumar ou mastigar tabaco faz muita gente se sentir bem e até levemente eufórica.
Embora haja milhares de compostos químicos na planta do tabaco (sem mencionar aqueles adicionados pelos fabricantes de cigarros), um deles, a nicotina, é que produz todas as sensações "boas" que levam as pessoas a fumar mais um cigarro ou mastigar um pouco de tabaco. Neste artigo, vamos examinar a nicotina e ver como ela afeta o corpo humano.
Fumo e Toxicidade
Quando um cigarro é acesso algumas substâncias são inaladas pelo fumador e outras difundem-se pelo ambiente. Essas substâncias são nocivas à saúde.
O fumo do cigarro é constituído por quase 5 mil substâncias tóxicas, dessas substâncias, 80 são cancerígenas, a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão são algumas dessas substancias.
Nicotina - considerada droga pela OMS é uma droga psicoativa e é responsável pela dependência do fumador. Actua ao nível do sistema nervoso central, diminui a chegada do sangue aos tecidos e causa dependência química.
Monóxido de Carbono (CO) - diminui a quantidade do oxigénio no sangue.
Alcatrão: é altamente cancerígeno, dando início à formação de tumores.
Cigarro é droga?
Essa é uma pergunta que gera muita discordância, principalmente por conta dos pontos de vista associados a ela. A nicotina é uma substância psicoativa e o principal “ingrediente” do cigarro. Causa dependência física e psíquica, além de ser altamente tóxica, podendo, em doses excessivas, provocar paralisia e morte. Portanto, sob esta ótica, o cigarro é droga, tanto para a Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto para a própria indústria do tabaco.
Outro ponto de vista bastante interessante é o que considera droga todas as substâncias que alteram o ânimo ou a mente. Em linguagem bem popular, seria tudo aquilo que “dá onda”. Essa é a abordagem de grupos de mútua ajuda como o NA, por exemplo, onde o cigarro não é considerado droga. No entanto, essa é uma maneira de pensar muito particular a esses grupos, que não entram em “controvérsia sobre questões alheias”.
Deixo claro aqui, que não sou anti-tabagista, até porque sou fumante desde os 12 anos de idade, portanto há cerca de 21 anos. Não me orgulho disso, pelo contrário, colho alguns males desse uso prolongado e por ora me vejo impotente perante esse hábito, vício ou uso; e tenho como meta parar de fumar. Por vezes questiono a tendência de marginalização ao fumante, como se o tabagismo fosse um problema de caráter e não uma questão de saúde pública. Mas este é um outro assunto.
Buscando textos relacionados na internet, encontrei o website do INCA (Instituto Nacional do Câncer), onde há vasta informação a respeito, como por exemplo, um Manual passo a passo para deixar de fumar, imagens de advertência a serem veiculadas nas embalagens de cigarro em 2009 (que são bem mais marcantes do que as atuais) e até mesmo alguns livros inteiros em PDF.
Dentre esses livros, o que mais me chamou a atenção, é o Nicotina - Droga Universal (link para PDF), do Dr. José Rosemberg. Este livro possui uma ampla gama de informações sobre nicotina, dependência e tratamento. Nas primeiras páginas do livro, Rosemberg cita alguns representantes da própria indústria do tabaco a respeito do assunto.
São pronunciamentos internos da indústria, que vieram a público nos EUA em 1994, dentre eles:
Estamos num negócio de vender nicotina, droga causadora de dependência.
Addison Yeman, Vice-Presidente da Brown & Willianson
Temos que nos conscientizar de que nossa organização é antes uma indústria de droga, que uma indústria de tabaco.
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