Gaste menos do que você ganha

Quase oito anos atrás, assisti a uma palestra muito interessante. Quem falava naquele evento – um retiro para homens da Igreja Batista do Morumbi, que eu freqüentava quando morava em São Paulo – era um executivo importante de uma grande empresa de participações, hoje presidente de uma companhia de capital aberto. O que ele dizia, no entanto, não tinha muito a ver com o universo das grandes finanças, pelo contrário. O tema, “Vivendo bem com o que a gente tem”, era (e é), no fundo, a solução para tantas crises pessoais e familiares a que temos assistido. Porque, na maioria das vezes, as pessoas gastam demais por querer um carro mais caro, um apartamento mais chique, comprar roupas só "naquela" loja... Se esses luxos não cabem no orçamento, podem ser parcelados, debitados no cartão. Os meios de pagamento são muitos, mas dinheiro não tem a mesma elasticidade. Um dia você vai ter de pagar. Viver bem com o que se tem não quer dizer que você deva abrir mão da vontade de conquistar mais. Significa não dar passos (financeiros) maiores do que as pernas, não gastar mais do que recebe. É, de fato, planejar a vida, especialmente os anos que estão por vir – o tempo de qualidade a passar com filhos, a aposentadoria. Elaborar um orçamento doméstico prevendo uma pequena poupança mensal dá um pouco de trabalho agora, mas você pode se arrepender se não o fizer.