Exército entrou em confronto com partidários de Mursi que usavam mesquita como refúgio
Segundo Ministério da Saúde, número de civis mortos na sexta-feira chega a 173, sendo 95 no Cairo
O Globo
CAIRO - O governo interino no Egito atribuiu neste sábado a grupos
terroristas os confrontos que deixaram centenas de mortos no país
durante a semana, chegando a propor, inclusive, a dissolução legal da
Irmandade Muçulmana, que defende a volta do presidente deposto Mohamed
Mursi ao poder. Em entrevista coletiva, Mostafa Hegazy, conselheiro do
presidente interino, afirmou que o país enfrenta uma “guerra contra as
forças do extremismo” e que vai batalhar “com todas as medidas de
segurança que a lei permite”. Segundo ele, o povo egípcio que tomou as
ruas em 30 de junho será protegido pelo Estado contra o “fascismo
teológico e religioso”.
Mais cedo, o primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução legal da Irmandade. Beblawi fez a proposta ao ministro de Assuntos Sociais, Ministério responsável por licenciar entidades não governamentais.
— Nenhuma reconciliação será concluída com aqueles cujas mãos estão manchadas de sangue. Nenhuma reconciliação pode ser celebrada com alguns direcionando armas para civis — afirmou Beblawi, acrescentando que as mortes de sexta-feira são decorrentes de confrontos entre moradores e manifestantes.
A Irmandade foi dissolvida pelo regime militar do Egito em 1954, mas se registrou como uma organização não governamental em março, em resposta a um processo legal movido por opositores do grupo que contestavam sua legalidade.
Ainda neste sábado, após horas de impasse e intenso tiroteio, forças de segurança egípcias conseguiram invadir uma mesquita no Cairo usada por partidários do presidente deposto Mohamed Mursi como abrigo na madrugada de sábado. O local foi esvaziado e diversas pessoas presas.
Segundo manifestantes, gás lacrimogêneo foi disparado dentro da sala de orações da mesquita para tentar fazer todos saírem do local, enquanto tiros eram ouvidos. A mesquita al-Fatah, na Praça Ramsés, foi transformada em um hospital de campanha e necrotério na sexta-feira durante confrontos violentos na área.
Waleed Attar estava entre um grupo que conseguiu escapar do prédio quando a troca de tiros começou.
— Nós não sabíamos de onde as balas vinham. Até mesmo as forças de segurança se abrigaram. Os pistoleiros estavam à paisana — disse à al-Jazeera.
Autoridades egípcias anunciaram ter prendido 1.004 “elementos da Irmandade Muçulmana”, sendo 558 no Cairo. Em comunicado, o governo apontou que as detenções estão sendo realizadas em todas as províncias durante as operações para fazer frente às "tentativas terroristas de elementos da Irmandade Muçulmana, que deseja empurrar o país para um ciclo de violência".
Uma nova contagem do Ministério da Saúde afirma que o número de civis mortos na sexta-feira chega a 173, sendo 95 no Cairo, o que elevaria o total de vítimas desde quarta-feira para cerca de 750.
Entre os mortos, está Ammar Badie, filho do líder religioso da Irmandade Muçulmana Mohammed Badie. Ele foi morto após ser baleado enquanto participada de protestos na Praça Ramsés. Ele havia sido indiciado por incitação de violência e participaria do julgamento que será iniciado em 25 de agosto.
Mais cedo, o primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução legal da Irmandade. Beblawi fez a proposta ao ministro de Assuntos Sociais, Ministério responsável por licenciar entidades não governamentais.
— Nenhuma reconciliação será concluída com aqueles cujas mãos estão manchadas de sangue. Nenhuma reconciliação pode ser celebrada com alguns direcionando armas para civis — afirmou Beblawi, acrescentando que as mortes de sexta-feira são decorrentes de confrontos entre moradores e manifestantes.
A Irmandade foi dissolvida pelo regime militar do Egito em 1954, mas se registrou como uma organização não governamental em março, em resposta a um processo legal movido por opositores do grupo que contestavam sua legalidade.
Ainda neste sábado, após horas de impasse e intenso tiroteio, forças de segurança egípcias conseguiram invadir uma mesquita no Cairo usada por partidários do presidente deposto Mohamed Mursi como abrigo na madrugada de sábado. O local foi esvaziado e diversas pessoas presas.
Segundo manifestantes, gás lacrimogêneo foi disparado dentro da sala de orações da mesquita para tentar fazer todos saírem do local, enquanto tiros eram ouvidos. A mesquita al-Fatah, na Praça Ramsés, foi transformada em um hospital de campanha e necrotério na sexta-feira durante confrontos violentos na área.
Waleed Attar estava entre um grupo que conseguiu escapar do prédio quando a troca de tiros começou.
— Nós não sabíamos de onde as balas vinham. Até mesmo as forças de segurança se abrigaram. Os pistoleiros estavam à paisana — disse à al-Jazeera.
Autoridades egípcias anunciaram ter prendido 1.004 “elementos da Irmandade Muçulmana”, sendo 558 no Cairo. Em comunicado, o governo apontou que as detenções estão sendo realizadas em todas as províncias durante as operações para fazer frente às "tentativas terroristas de elementos da Irmandade Muçulmana, que deseja empurrar o país para um ciclo de violência".
Uma nova contagem do Ministério da Saúde afirma que o número de civis mortos na sexta-feira chega a 173, sendo 95 no Cairo, o que elevaria o total de vítimas desde quarta-feira para cerca de 750.
Entre os mortos, está Ammar Badie, filho do líder religioso da Irmandade Muçulmana Mohammed Badie. Ele foi morto após ser baleado enquanto participada de protestos na Praça Ramsés. Ele havia sido indiciado por incitação de violência e participaria do julgamento que será iniciado em 25 de agosto.
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