Por Patricia Herman em 20.09.2011 as
18:00
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Imagine um comprimido contendo altas doses
de vitaminas do complexo B e ácido fólico. Essa pequena pílula, bem normal à
primeira vista, pode reduzir o declínio da memória em até 70% em algumas pessoas
idosas.
O medicamento já reduziu pela metade a taxa
de encolhimento do cérebro em alguns pacientes – um sintoma físico associado com
o esquecimento que pode levar ao mal de Alzheimer.
Em pouco tempo, as pessoas poderão fazer
testes dos níveis de vitamina B que possuem em seu corpo, na meia idade, e
alterar sua dieta para aumentar as chances de permancer saudável.
Os pesquisadores afirmam que os testes
mostram definitivamente que as vitaminas são uma boa forma de previnir o
declínio mental.
Só tome cuidado. Não se deve começar a
tomar suplementos sem consultar um médico porque é possível que eles tenham um
impacto prejudicial sobre outros aspectos ou mesmo provocar doenças como o
câncer. Antes de tudo, é preciso verificar os níveis de B12 e de ácido
fólico.
Os pesquisadores recrutaram 270 pessoas,
acima dos 70 anos, que sofriam de lapsos de memória conhecidos como transtorno
cognitivo leve (TCL).
A doença afeta 1,5 milhões de pessoas na
Grã-Bretanha – uma a cada seis pessoas com mais de 70 anos – e a metade de todos
os doentes caem na demência cinco anos após terem sido
diagnosticados.
O novo tratamento tem como alvo um composto
no sangue chamado homocisteína, que é produzido naturalmente pelo corpo, mas
atinge níveis mais elevados na velhice.
A substância danifica o revestimento dos
vasos sanguíneos e leva ao encolhimento do cérebro, causando um aumento do risco
de Alzheimer, de acidente vascular cerebral e de doenças cardíacas.
Metade dos pacientes receberam comprimidos
contendo doses extremamente elevadas de vitaminas B6, B12 e ácido fólico, que
são conhecidas por reduzir os níveis de homocisteína no sangue. Ao restante foi
dado um placebo.
Em vários momentos durante o estudo, os
pacientes receberam uma simples tarefa de memória verbal, em que ouviam uma
lista de 12 palavras e era necessário recuperá-las 20 minutos
depois.
Após o primeiro ano, aqueles que antes
tinham os níveis mais altos de homocisteína foram 70% mais propensos a dar uma
resposta correta caso tivessem tomado as vitaminas.
Houve pouca diferença nas taxas de memória
entre os pacientes que possuiam níveis médios de homocisteína, independentemente
de qual pílula tomaram. Isso indica que a quantidade normal do composto não
afeta a função cerebral.
Imagens dos cérebros dos pacientes
mostraram que os comprimidos da vitamina reduziram o encolhimento em 30%, em
média, subindo para 50% entre os pacientes com altos níveis de homocisteína.
Quanto maior o nível da substância no sangue, melhor era a resposta ao
tratamento.
Mas são necessárias mais pesquisas para
mostrar que realmente é possível retardar a demência, já que as doses de
vitaminas que os pacientes receberam eram muito mais elevadas que aquelas
encontradas em suplementos vitamínicos ou em alimentos.
Por exemplo, as pílulas continham 20 mg de
vitamina B6, que é encontrada na carne, grãos integrais, nozes e banana e para a
qual a dose diária recomendada é de 1,4 mg para homens e 1,2 mg para as
mulheres.
Os resultados são mesmo incríveis. Mas não
custa lembrar: nada de se apressar para encher as prateleiras de comprimidos de
vitamina B. Mais pesquisas são necessárias para comprovar se ela tem benefícios
para pessoas sem problemas de memória já existentes e se pode prevenir a
demência. [Telegraph]
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