Cinco suspeitos e grande quantidade de drogas já foram apreendidas
Rio - Policiais do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) e do 14º BPM (Bangu) realizam na manhã desta
sexta-feira uma operação na comunidade Vila Vintém, em Padre Miguel, na
Zona Oeste, atrás dos criminosos que participaram da tentativa de
resgate de comparsas do fórum de Bangu, ontem à tarde. Cinco suspeitos e
grande quantidade de drogas já foram apreendidas.
A outra vítima fatal, o sargento Oliveira, que trabalhava na segurança do fórum, foi baleado ao entrar no prédio para alertar outros PMs. A camareira Maria José da Silveira Rodrigues, atingida na barriga quando estava no ônibus, tem sete filhos e não corre risco de vida. “Ela só tinha um mês de carteira assinada”, disse Rosângela Fernandes, sobrinha da vítima. Até à noite, nenhum dos criminosos havia sido localizado pela PM, que reforçou o policiamento na região e na Favela Vila Vintém por tempo indeterminado.
A Divisão de Homicídios vai identificar os criminosos captados nas câmeras do fórum. “As imagens são boas. Deu para identificar nitidamente o rosto de cada um”, disse o delegado Alan Duarte. Nesta sexta-feira moradores farão homenagem ao atleta do Bangu, depositando flores brancas no local onde o menino morreu. Em seguida farão passeata. “Queremos proteção do Estado, porque temos um fórum que recebe criminosos todo dia”, cobrou o morador Carlos Oliveira.
Nos últimos cinco meses, pelo menos outras duas ações de bandidos para libertar comparsas levaram pânico às ruas de Niterói. Em junho, um grupo de marginais armados de fuzis trocou tiros com agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), na Alameda São Boaventura, quando o ônibus do órgão com 20 detentos passava pela via.
Os presos estavam sendo transportados do Fórum de São Gonçalo, na Região Metropolitana, para o Complexo Penitenciário de Bangu. Agentes rechaçaram a tentativa de resgate e o grupo fugiu em seguida. Em maio, o agente penitenciário Antonio Pereira foi morto a tiro após ser baleado nas costas durante uma tentativa de resgate de presos, na Rodovia Niterói-Manilha, na altura de São Gonçalo.
Pelo menos 45 policiais participam da
ação. Foram apreendidos 3.200 papelotes de cocaína, 2.286 pedras de
crack, além de um carro roubado, que estava na comunidade com os
bandidos e foi recuperado. A operação continua e a PM não informou se
houve confronto armado.
Homenagens e tristeza após tragédia em fórum de Bangu
A morte do menino Kayo da Silva
Costa, de oito anos, conhecido como Kayo Cabeludinho chocou Bangu, na
Zona Oeste do Rio. Ele foi baleado na cabeça durante tentativa de
resgate de dois bandidos que prestavam depoimento no fórum do bairro. O
menino era conhecido por ser jogador das categorias de base do futsal do
Bangu. Amigos postaram homenagens ao beque parado.
Um deles foi o treinador Sérgio Kazú
Bangu, que mostrou foto do menino com tarja de luto no Facebook. A
postagem recebeu mais de 600 comentários e foi compartilhada por mais de
mil internautas em pouco mais de uma hora. No caminho para o treino, o
menino passou no trabalho da mãe e deu um beijo nela. Logo depois
morreu.
Na ação, bandidos invadiram o local e
abriram fogo. As pessoas se atiraram no chão para fugir dos tiros, em
desespero. Outro PM e uma camareira, que estava num ônibus, foram
baleados.
O grupo, com cerca de 10 bandidos armados com fuzis, pretendia resgatar Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, e Vanderlan Ramos da Silva, o Chocolate, apontados, respectivamente, como chefes do tráfico do Morro do Dezoito, em Água Santa, e da Favela Gogó da Ema, em Belford Roxo. Segundo a PM, nenhum dos 23 réus que estavam no local foi resgatado. Os comparsas fugiram.
O grupo, com cerca de 10 bandidos armados com fuzis, pretendia resgatar Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, e Vanderlan Ramos da Silva, o Chocolate, apontados, respectivamente, como chefes do tráfico do Morro do Dezoito, em Água Santa, e da Favela Gogó da Ema, em Belford Roxo. Segundo a PM, nenhum dos 23 réus que estavam no local foi resgatado. Os comparsas fugiram.
Vídeo: Tiroteio em Bangu deixa uma criança e um PM mortos
Os familiares do menino Kayo
Cabeludinho chegaram no fim da noite no Instituto Médico Legal, na
Leopoldina, ainda em estado de choque. O avô da criança, Joamir Faria do
Rosário, de 42 anos, foi o único que conseguir falar com os
jornalistas. "Foi uma tragédia. A ficha ainda não caiu para ninguém. O
sonho dele era jogar no Vasco e ganhar uma chuteira nova de Natal. A
gente ia comprar a chuteira dele amanhã, de surpresa, para o jogo dele
no fim de semana", contou Joamir.
Invasão frustrada
Por volta das 17h30, os bandidos
chegaram em dois carros e invadiram o fórum procurando pela carceragem.
PMs reagiram, e houve intenso tiroteio. Na fuga, o bando continuou
atirando. Nos fundos do prédio, Maria José da Silveira Rodrigues, de 54,
que estava num ônibus da linha 738 (Bangu—Marechal Hermes) , levou um
tiro na barriga. Kayo da Silva Costa, chamado por amigos de Kayo
Cabeludinho, de 8, estava indo para a escolinha de futebol do Bangu, na
companhia da avó, quando foi atingido na cabeça e morreu na hora. Ele
era atleta das categorias de base do clube. “Vimos o desespero da avó
que gritava: ‘Me ajuda, me ajuda!’. Ninguém podia socorrer em meio ao
tiroteio”, disse a balconista Maria da Conceição.
No fórum, servidores se trancaram
dentro dos cartórios junto com o público. “Eram muitos tiros. Todo mundo
ficou em pânico. Quando a situação acalmou, havia marcas nas paredes e
sangue nos corredores”, contou um funcionário do tribunal, que teve o
carro roubado. O dono de um estacionamento foi feito refém pelo bando e
liberado na Av. Brasil. “Só pensava na família”.
Bangu em estado de choque
A outra vítima fatal, o sargento Oliveira, que trabalhava na segurança do fórum, foi baleado ao entrar no prédio para alertar outros PMs. A camareira Maria José da Silveira Rodrigues, atingida na barriga quando estava no ônibus, tem sete filhos e não corre risco de vida. “Ela só tinha um mês de carteira assinada”, disse Rosângela Fernandes, sobrinha da vítima. Até à noite, nenhum dos criminosos havia sido localizado pela PM, que reforçou o policiamento na região e na Favela Vila Vintém por tempo indeterminado.
A Divisão de Homicídios vai identificar os criminosos captados nas câmeras do fórum. “As imagens são boas. Deu para identificar nitidamente o rosto de cada um”, disse o delegado Alan Duarte. Nesta sexta-feira moradores farão homenagem ao atleta do Bangu, depositando flores brancas no local onde o menino morreu. Em seguida farão passeata. “Queremos proteção do Estado, porque temos um fórum que recebe criminosos todo dia”, cobrou o morador Carlos Oliveira.
Secretário pede transferência de Piolho e Chocolate para presídios federais
O secretário estadual de Segurança,
José Mariano Beltrame, solicitou, logo após a tragédia, a transferência
para presídios federais de Alexandre de Melo, o Piolho, e Vanderlan
Ramos da Silva, o Chocolate, alvos da tentativa de resgate. Chefe do
tráfico nos morros do Dezoito e Saçu, em Água Santa, Piolho tem 40 anos e
foi preso em abril, em Jacarepaguá. Contra ele havia seis mandados de
prisão por homicídio, tráfico, associação para o tráfico, roubo e
formação de quadrilha.
Segundo a polícia, ele possui perfil
violento e teria enterrado várias vítimas no alto do Saçu. Piolho
cumpria pena no Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói,
onde ganhou benefício para trabalhar fora e não voltou mais, em 2010.
Acabou recapturado em abril passado. Por sua vez, Chocolate, de 30 anos,
estaria à frente de quadrilha de traficantes com atuação no Gogó da
Ema, Jardim Bom Pastor e Guachá, todas em Belford Roxo. Segundo a
polícia, Chocolate esteve por trás da guerra do tráfico no Morro do
Jorge Turco, em Rocha Miranda, durante o ano passado.
Ações se repetem na saída de fóruns
Nos últimos cinco meses, pelo menos outras duas ações de bandidos para libertar comparsas levaram pânico às ruas de Niterói. Em junho, um grupo de marginais armados de fuzis trocou tiros com agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), na Alameda São Boaventura, quando o ônibus do órgão com 20 detentos passava pela via.
Os presos estavam sendo transportados do Fórum de São Gonçalo, na Região Metropolitana, para o Complexo Penitenciário de Bangu. Agentes rechaçaram a tentativa de resgate e o grupo fugiu em seguida. Em maio, o agente penitenciário Antonio Pereira foi morto a tiro após ser baleado nas costas durante uma tentativa de resgate de presos, na Rodovia Niterói-Manilha, na altura de São Gonçalo.
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