O ex-senador Delcídio Amaral foi preso e perdeu o mandato porque tentou melar uma única delação da Lava Jato: a de Nestor Cerveró; o senador e ministro Romero Jucá foi bem mais audacioso e tentou melar a operação inteira; enquanto a tentativa de obstruir a Justiça de Delcídio envolvia um acordo financeiro para pagar uma mesada à família de Cerveró, a de Jucá envolvia o "roubo" de 54 milhões de votos com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não travava as investigações; segundo Jucá, só um novo governo, liderado por Michel Temer, seria capaz de "parar essa porra" e "estancar a sangria"; o mais grave, na conversa de Jucá, é ele ter dito que o acordão envolvia ministros do próprio Supremo Tribunal Federal
No diálogo, Jucá traduz o processo de impeachment como uma gigantesca tentativa de obstrução da Justiça. Segundo ele, com Temer no poder, seria possível "parar essa porra" e "estancar essa sangria", numa referência clara à Lava Jato, que agora se aproxima da elite política do País.
Não custa lembrar que Delcídio Amaral foi preso e perdeu o mandato de senador por uma questão parecida, embora bem menos grave.
Delcídio tentou melar uma única delação da Lava Jato: a de Nestor Cerveró. Jucá foi bem mais audacioso e tentou melar a operação inteira. Enquanto a tentativa de obstruir a Justiça de Delcídio envolvia um acordo financeiro para pagar uma mesada à família de Cerveró, a de Jucá envolvia o "roubo" de 54 milhões de votos com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não travava as investigações.
O mais grave, no entanto, é que Jucá disse ter tratado desse acordão para derrubar a presidente Dilma e conter a Lava Jato com vários ministros do Supremo Tribunal Federal, o que confirma a tese do escritor português Miguel Souza Tavares, sobre a natureza do processo de impeachment. "Foi uma assembleia de bandidos, presidida por um bandido [Eduardo Cunha], para afastar uma mulher honesta", disse ele
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