O partido calcula entre dez e 13 senadores considerados 'potenciais' para mudar de voto
Para que a presidente seja definitivamente afastada são necessários
54 votos. Na sessão de admissibilidade, 55 senadores votaram pela
abertura do processo. O PT calcula entre dez e 13 senadores considerados
"potenciais" para mudar de voto, mas para garantir a permanência de
Dilma só precisaria reverter de fato quatro posicionamentos.
Os nomes favoritos dos petistas para reverter a
votação são os senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque
(PPS-DF), Antônio Reguffe (sem partido) e Hélio José (PMDB-DF). O
entendimento é que as medidas de Temer com cortes no serviço público,
concursos e reforma da Previdência enfraquecem o eleitorado brasiliense
de classe média.
Tanto Cristovam quanto José afirmaram na primeira
sessão que votavam apenas pela abertura do processo e que poderiam
mudar de opinião. Reguffe foi mais crítico em seu discurso contra o
governo Dilma, mas ele faz parte do grupo de senadores que defendem a
PEC das novas eleições.Sinalização
Cristovam, que também defende novas eleições, disse que, caso a presidente se comprometa com a medida, essa seria uma "sinalização importante", mas que isso não define o seu voto. Para o senador, Dilma precisa mostrar que seria uma presidente melhor que Temer, abandonar o discurso do golpe e assumir erros.
Na avaliação das duas primeiras semanas de governo Temer, os petistas sustentam que o presidente em exercício saiu desgastado e que a opinião pública já se volta contra ele. Por isso, outra saída é usar os erros do governo para jogar a população contra Temer e pesquisas de popularidade para pressionar senadores.
Nessa linha, outro foco de atenção para os petistas é o PSB. Além de o partido ter sido parte da base do governo PT, os petistas apostam em uma questão regional. Eles acreditam que a opinião pública vai se virar contra Temer com mais força no Nordeste e Antonio Carlos Valadares (SE) e Roberto Rocha (MA) seriam nomes fortes para mudar de voto.
Além desses, foi cotado também o nome do senador Romário (PSB-RJ), que tem restrições com Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Temer e um dos principais articuladores do impeachment. Jucá é relator da CPI do Futebol, presidida por Romário, e trabalha no sentido de dificultar as investigações e evitar a convocação de dirigentes da CBF. Senadores do PT afirmam que o assunto já foi colocado para a presidente afastada e a parte mais difícil da estratégia é justamente convencê-la a se comprometer com novas eleições
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