Mais do simplesmente aplaudir, Temer também disse que os reajustes cabem na nova meta fiscal, que prevê um déficit de R$ 170 bilhões neste ano. Qual seria lógica de um governo, que chega ao poder após denúncias de descalabro fiscal da antecessora, promover novos aumentos e tolerar um rombo ainda maior?
A resposta está na política e não na economia. Enquanto for interino, Temer só fará “bondades”. Ao mesmo tempo, ele não pode desapontar o empresariado, que tanto apostou na necessidade de uma troca de regime de no Brasil. Por isso mesmo, também na semana passada, o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, disse que as reformas previdenciária e trabalhista não foram esquecidas e ocorrerão ainda em 2016 – só não disse que isso virá depois da votação final do impeachment no Senado. Ou seja, as “maldades" ficam para depois.
É aí que entra um outro aspecto do xadrez político no Brasil. Enquanto os governistas se esforçam para votar o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff ainda em julho, a oposição fará de tudo para atravessar a Rio 2016 com essa discussão ainda em aberto. Especialmente porque os Jogos Olímpicos seriam a oportunidade ideal para denunciar ao mundo as contradições do processo político brasileiro.
A única certeza é que, enquanto for interino, Temer estará mais para José Sarnxey do que para Margareth Thatcher. Depois, são outros quinhentos.
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