Relatórios feitos por técnicos da Casa periciaram auditoria do TCU a pedido da presidente afastada. Documento aponta que não houve irregularidades nos créditos e nas pedaladas
A perícia teve dez dias para responder a 99 perguntas tanto da defesa quanto da acusação. O laudo final consta de 224 páginas e divide a análise dos atos da presidente entre os quatro decretos analisados no processos e as operações de crédito realizadas relativas ao Plano Safra, conhecidas como pedaladas fiscais. Segundo os documentos, no entanto, não teria sido identificada ação da Dilma nas "pedaladas fiscais".
Na avaliação dos técnicos — servidores do
Senado — João Henrique Pederiva, Diego Prandino Alves e Fernando Álvaro
Leão Rinco, três dos quatro decretos de crédito em análise "promoveram
alterações na programação orçamentária incompatíveis com a obtenção da
meta de resultado primário vigente à época da edição", e contaram com
"ato comissivo" de Dilma. Para eles, esses créditos deveriam ter tido
"autorização prévia" do Congresso.
O laudo, entretanto,
diz não identificar ação da presidente afastada nas chamadas "pedaladas
fiscais", realizadas a partir do atraso nos pagamentos referentes ao
Plano Safra. "Pela análise dos dados, dos documentos e das informações
relativos ao Plano Safra, não foi identificado ato comissivo da Exma.
Sra. Presidente da República que tenha contribuído direta ou
imediatamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos" diz o
documento.
A conclusão diz "Os atrasos nos pagamentos devidos ao Banco
do Brasil constituem operação de crédito, tendo União como devedora. O laudo, em relação às pedaladas, deve ser usado pela defesa de Dilma para reforçar o argumento de que ela não cometeu crime de responsabilidade.
A edição dos decretos com crédito suplementar e os atrasos nos pagamentos embasam o processo de impeachment de Dilma, que levou ao afastamento dela da Presidência da República.
Próximos passos
Nesta terça-feira, defesa e acusação poderão pedir esclarecimentos sobre a perícia. Os técnicos terão até a próxima sexta, dia 1º, para responder aos questionamentos. A junta de peritos deve ser ouvida pela comissão no próximo dia 5.
Pelo cronograma, Dilma poderá depor no colegiado no dia 6 de julho. Ela não é obrigada a comparecer e pode ser representada pelo seu advogado, o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Em seguida, começa a contar os prazos das alegações finais
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