26 de novembro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deverá lançar no ano que vem o programa Mais Pobres, que visa a concentração de renda entre os mais ricos.
“Avisamos que isso iria acontecer. Num país tão desigual como o Brasil, precisamos de um Estado forte, com políticas indutoras de desenvolvimento e programas de proteção social. Temer-Bolsonaro fazem exatamente ao contrário. Só vai piorar. Tristeza profunda”, condoeu-se.
Segundo relatório divulgado hoje pela Oxfam, a desigualdade de renda no Brasil ficou estagnada em 2017 pela primeira vez nos últimos 15 anos.
Com a queda da renda para os mais pobres — e o consequente aumento de 11% do número de pobres no ano passado — o Brasil subiu um degrau no ranking mundial de desigualdade de renda, passando a ser o 9º país mais desigual.
A parceira Michel Temer-Jair Bolsonaro também fez muito mal para as mulheres, de acordo com o documento da Organização Não Governamental Oxfam. Pela primeira vez em 23 anos, a renda média das mulheres caiu em relação à dos homens. “O país estagnou em relação à redução das desigualdades, e o pior: podemos estar caminhando para um grande retrocesso”, afirma a entidade.
Pelos números da Oxfam, Bolsonaro deverá acelerar o ritmo de “africanização” do Brasil. Luiz Inácio e Gleisi avisaram antes que isso iria acontecer.
Confira os principais tópicos do relatório da Oxfam:
* Número de pobres cresceu 11% em 1 ano, atingindo 15 milhões de brasileiros 2017 (7,2% da população);
* Rendimentos do trabalho dos 10% de brasileiros mais ricos cresceram 6% de 2016 para 2017; já entre os 50% mais pobres, a renda caiu 3,5%;
* Rendimento médio do 1% mais rico é 36,3 vezes maior que o dos 50% mais pobres;
* Pela 1ª vez em 23 anos, a renda média das mulheres caiu em relação à dos homens, de uma proporção de 72% para 70%;
* A diferença salarial entre negros e brancos também aumentou: em 2017, negros ganhavam em média 53% dos rendimentos médios de brancos, ante 57% em 2016;
* Volume de gastos sociais no Brasil retrocedeu ao patamar de 2001;
* Pela 1ª vez desde 1990, o Brasil registrou alta na mortalidade infantil, que subiu de 13,3, em 2015, para 14 mortes por mil habitantes em 2016.
Veja o ranking dos países mais desiguais do mundo:
1º África do Sul
2º Namíbia
3º Botsuana
4º Zâmbia
5º República Centro-Africana
6º Lesoto
7º Moçambique
8º Reino de Eswatini
9º Brasil
10º Colômbia
2º Namíbia
3º Botsuana
4º Zâmbia
5º República Centro-Africana
6º Lesoto
7º Moçambique
8º Reino de Eswatini
9º Brasil
10º Colômbia
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